Grafite chegou ao Al Sadd, do Qatar, em fevereiro deste ano, após ter tido destaque durante três anos e meio no Al-Ahli, dos Emirados Árabes. Uma lesão prejudicou sua sequência no clube qatari, mas ele tinha proposta para permanecer no país que sediará a Copa do Mundo de 2022. Quis o destino que, durante suas férias no Brasil, ele voltasse para casa. Para o Recife. Isso depois de ter sido sondado por uma pessoa ligada ao Vasco, quando ainda defendia o novo time do espanhol Xavi. Grafite voltaria ao Santa, que defendeu em 2001 e 2002. Clube pelo qual passou a ter muito carinho. E pelo qual reestreará neste sábado, diante do Botafogo.
– Não tinha a intenção de vir (para o Brasil) e ficar. O Santa Cruz buscou meu telefone, me procurou, tivemos encontros e isso começou a ganhar corpo, começou a ganhar dimensão esse projeto. É um projeto muito interessante da parte deles. Eu procurei me esforçar também falando de salários e essas coisas para poder vir. Acho que foi uma parceria muito boa até agora. Já dá para ver uma movimentação muito grande dos sócios, o torcedor chegando. É um projeto não apenas para agora, mas para o futuro também. Para ajudar o clube novamente – destacou o jogador, em entrevista ao LANCE!
O 'projeto' Grafite tem como um dos objetivos recolocar o Santa Cruz na elite do Brasileirão, o que não acontece desde 2006. O atacante será fundamental para a captação de patrocínios e, desde a sua chegada, o clube mais do que dobrou o número de sócios, o que também contribuirá para uma retomada do clube no cenário nacional.
– O presidente (Alírio Moraes de Melo) falou que a minha imagem, a minha presença seria uma arrancada para ajudar o Santa Cruz a voltar aos tempos áureos do clube. Aceitei esse projeto, está sendo muito bom e depois de dez anos, nove anos e meio estou voltando ao Brasil – completou.
Grafite sabe que precisará de um tempo para apresentar o futebol que ele e a fiel torcida do Santa Cruz esperam. Foram quatro anos atuando no Oriente Médio, além, claro, de não ser mais um garoto, como o próprio jogador deixou claro.
– Precisarei me readaptar, não vai ser fácil. O nível aqui é alto. O ritmo é muito intenso, é um nível mais alto. Estou me esforçando nos treinos. Sei que não são mais um menino, tenho 36 anos e estou voltando depois da última passagem de 12 anos atrás. Minha experiência vai me ajudar dentro de campo e bastante fora de campo. Vai ser uma volta boa. O fato de estar no Recife, cidade que adotei como minha casa, cidade em tenho liberdade para sair com a família, com os familiares. Estou gostando muito. Espero que, dentro de campo, eu possa render também, marcar gols e ajudar a equipe a conquistar o objetivo ao final da temporada que é voltar à Série A – destacou Grafite.
SONDAGEM QUANDO AINDA DEFENDIA O AL SAAD
Grafite ainda defendia o Al Sadd antes de vir de férias para o Brasil quando foi procurado por uma pessoa ligada ao Vasco. O interesse não se transformou em proposta oficial graças, também, pelo fato de o atacante ter aceitado o projeto que lhe foi apresentado e ter decidido voltar para o Recife, local em que conheceu sua esposa, Grace Kelly, e tem parte da família. Natural de Campo Limpo Paulista, em São Paulo, Grafite se dividia nas férias entre Recife e a cidade em que nasceu.
– Vinha conversando com um pessoal do Rio de Janeiro, pessoal vinha me ligando, perguntando da minha situação, se eu já tinha assinado a renovação (com o Al Saad), se eu tinha interesse em voltar. Houve uma sondagem de uma pessoa me ligando, não sei se diretamente do Vasco, mas me ligou para saber se eu tinha o interesse em jogar no Vasco. Mas até chegar de férias no Brasil não tinha nada. Passei e conversar com o Santa Cruz, mas é aquilo que falei. Estou em casa, na minha cidade, perto de casa, perto da família – disse o jogador, antes de completar:
– E consegui encontrar uma escola americana para as minha filhas aqui (Recife), o que pesou bastante também, por conta da educação delas. O fato de ter jogado aqui, ter um carinho pelo clube mesmo não tendo sido grandes passagens, foram passagens curtas, mas passagens que marcaram bastante. Acho que vai valer a pena.
POSSÍVEIS CRÍTICAS? ELE GARANTE ESTAR PREPARADO
Grafite voltou a citar sua experiência ao falar sobre a responsabilidade que terá no Santa Cruz e como se portará caso seja criticado em seu retorno ao clube. Com a "cabeça boa", o filho de Campo Limpo Paulista e "radicado" no Recife ainda aposta na família para ser o diferencial do Santa.
– Eles (torcedores) estão empolgados. Só pelo fato de ter aceitado reduzir meu salário, tinha proposta para continuar lá e ter voltado (para o Qatar). Mas eu sei da minha responsabilidade dentro e fora de campo para conduzir o Santa Cruz de volta a Série A, que é o principal objetivo nesse ano e vou tentar gerir isso da melhor forma. tendo a cabeça boa. Já tendo a experiência, defendi grandes clubes no Brasil , como São Paulo e Grêmio e ainda atuei na Europa. Acho que a cabeça boa, tranquila, e tenho os pés nos chão.
– Quando as críticas vierem, não ficar para baixo. Sou uma pessoa tranquila, sei quando estou num bom momento, quando estou num mal momento, sempre tem o apoio da minha família então acho que vai dar tudo certo. A responsabilidade é boa é um peso grande mas acho que vou conseguir lidar bem com isso – completou.