‘Santista carbonero’ sofre com a final: ‘Estou numa encruzilhada’

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- Sou santista e carbonero. Hoje estou numa encruzilhada pela qual não gostaria de passar, você não imagina como estou me sentindo. Estou há 28 anos no Brasil e adotei o Santos, mas hoje, isso aconteceu - diz, emocionado, um senhor levemente calvo.
Aos 60 anos de idade, o uruguaio Pedro Del Valle, que trabalha em uma loja de câmbio, fez questão de ver a final da Copa Santander Libertadores ao lado de seus conterrâneos em uma marcenaria adaptada a um bar, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Contido em seus gestos, contrastava quieto aos gritos dos compatriotas, mas declarava preferência.
- Sou Peñarol hoje porque é a minha origem, mas me dói o coração torcer contra o Santos, o time que adotei desde que cheguei ao Brasil. Que é que eu vou fazer? - diz, mostrando a chave, na qual estão pendurados dois chaveiros com os dois escudos dos finalistas da competição
Pedro conta que ainda que tivesse a oportunidade de ir ao Pacaembu, preferiria ver a partida ao lado dos amigos.
- Gosto do ambiente do bar, estádio é para jovens. Aqui torço do mesmo jeito, mas posso tomar minha cerveja e estar ao lado das pessoas mais simples. Em um jogo desses, o povo passa longe do estádio - diz, completando que os grandes jogos deixaram de ser "para qualquer pessoa".
No segundo tempo, Pedro estava falante até o gol de Neymar, no primeiro minuto. A partir de então, ficou de pé o restante da segunda etapa, colocou os braços para trás, com o olhar fixo na televisão e um isqueiro rodando entre os dedos. Quando Elano fez o segundo, pediu calma e buscou consolar os cabisbaixos companheiros carboneros, para depois permanecer quieto.
Com o gol do Peñarol, vibrou, celebrou, mas admitiu.
- Gritar gol contra o Santos é f... - definiu.
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