Em resposta a órgão, Odebrecht diz que operador folgou antes da tragédia

Ponte Preta na Argentina (Foto: Marcelo Braga)
Ponte Preta na Argentina (Foto: Marcelo Braga)

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Em vistoria realizada nas obras da Arena Corinthians na terça-feira, a superintendência regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) afirmou ter ouvido do operador de guindaste José Walter Joaquim que ele teria trabalhado 18 dias consecutivos antes do acidente do último dia 27. A Odebrecht, construtora responsável pela obra, e da Locar, terceirizada contratada pela Odebrecht para operar os guindastes, porém dizem que a versão do operário não é verdadeira.

De acordo com a Odebrecht, o operador de guindaste de fato permaneceu a maior parte do tempo, nesses 18 dias antes da tragédia, na área designada, e aguardando a liberação das peças para que fizesse seu trabalho. O içamento das peças de cobertura não demandaria todo o tempo de trabalho nessas duas semanas e meia, já que não é contínuo. Além disso, José Walter Joaquim folgou no domingo, dia 24 de novembro, três dias antes do desabamento do guindaste que vitimou os operários Fábio Luiz Pereira e Ronaldo Oliveira.

A versão da superintendência regional do Ministério do Trabalho, no entanto, é diferente, e dá conta que o operador esteve presente nas obras da Arena Corinthians entre os dias 11 e 27 de novembro, tendo folgado pela última vez no dia 10 do mês passado. O Ministério, inclusive, sentará com a Odebrecht na próxima segunda-feira para discutir garantias de segurança e costurar um acordo de redução de horas de trabalho, suprimindo inclusive horas extras. Sindicatos defendem a posição do Ministério.

A assessoria da Locar, empresa terceirizada que emprega os funcionários das obras da Arena Corinthians, confirma a versão da Odebrecht e afirma que o domingo anterior ao acidente foi o último dia de folga de José Walter. O advogado Carlos Kauffmann, da Locar, foi procurado pela reportagem, mas não se encontrava em seu escritório.

Na última semana, o operador de guindaste prestou depoimento no 65º Distrito Policial, de Artur Alvim, e negou a possibilidade de ter falhado, já que tem 34 anos de experiência e não criou problemas no içamento das outras 37 peças da cobertura - a que desabou era a 38ª. De acordo com o delegado Luiz Antônio da Cruz, responsável pelo caso, ele pode ser chamado para novas declarações.

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