Pela paz, jogadores sem aval da torcida são liberados

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A diretoria e a comissão técnica do Corinthians querem paz em 2011. O objetivo é evitar qualquer tipo de irritação desnecessária por parte dos torcedores nas partidas. Por isso, resolveu se desfazer de jogadores que não têm crédito com a Fiel, jogadores que por motivos dos mais distintos já causaram insatisfação da torcida nos últimos anos.
A "limpeza da paz" já fez algumas vítimas. Souza foi o primeiro, emprestado ao Bahia. Na sequência, foram liberados Iarley (Ceará), Thiago Heleno (ainda sem clube) e Boquita (Figueirense). Até mesmo quem poderia voltar, mas teria de reconquistar a torcida, não voltou. Foi o caso de Wellington Saci, que fez uma ótima Copa Sul-Americana pelo Goiás, mas foi apresentado pelo Sport como reforço para 2011.
– Quanto menos problema tivermos nesse início de ano, melhor. A nossa imagem ficou desgastada na reta final do Brasileirão, terminamos em terceiro e nem pegamos a vaga direta na Libertadores. Por isso está sendo feita essa limpa – afirmou uma das pessoas ligadas ao presidente Andrés Sanchez, que pediu para não ser identificada.
Souza, emprestado de graça para o Bahia, jamais conseguiu se firmar como titular. Nem ao menos pareceu aquele matador de outros clubes. Para piorar, ficou sem clima definitivamente no jogo contra o Vasco, em São Januário.
Após ser xingado pelos vascaínos, fez um gesto característico de uma das torcidas organizadas do Flamengo. O gesto desencadeou protestos das uniformizadas corintianas, que foram ao CT cobrar sua saída do clube. Pedido atendido.
A saída de Thiago Heleno foi outro momento representativo da "limpeza da paz". Sem qualquer tipo de clima positivo com a torcida do Corinthians, o zagueiro solicitou a rescisão de contrato, que foi aceita prontamente pela diretoria.
A intenção de Andrés & Cia. já era se desfazer do defensor, mas não poderia liberá-lo por conta própria, já que teria de pagar uma multa altíssima pela quebra do contrato. Quando foi informada do desejo do jogador, não pensou duas vezes.
Assim como ocorreu com Iarley, que vai atuar pelo Ceará em 2011. O atacante terminou a atual temporada com a imagem desgastada.
Outros que não ficarão
Eduardo Ramos
Nunca conseguiu se firmar no Parque São Jorge. Foi emprestado ao Náutico (PE).
Otacílio Neto
Iria voltar ao Corinthians em 2011, mas diretoria optou por liberá-lo para dar mais fôlego financeiro a outros reforços. Vai disputar o Paulistão pelo Noroeste.
Dodô
Emprestado ao Bahia para ter chance de atuar com frequência. Retorna em 2012.
Boquita
Outro que vai atuar pelo Bahia em 2011.
Renato
Zagueiro vai jogar no Figueirense em 2011.
Sport tenta, mas 'azarado' Moacir deve permanecer
A lista de jogadores que não têm boa relação com a torcida corintiana poderia aumentar com a saída de Moacir, mas Tite pediu que a diretoria não liberasse o lateral/volante.
A clima não tão bom com parte da Fiel é consequência de momentos de azar e descuido do jogador nesta temporada. O primeiro – e mais significante – ocorreu no primeiro confronto das oitavas-de-final da Libertadores, diante do Flamengo, no Rio. Na ocasião, Moacir fez um pênalti infantil em Juan, que decretou a derrota por 1 a 0 (gol feito por Adriano).
Aquele lance jamais saiu da memória dos torcedores. Alguns, inclusive, lembraram de episódios anteriores na competição sul-americana, como o do zagueiro Guinei diante do Boca Juniors, em 91, e do lateral Roger, contra o River Plate, em 2003.
Alguns meses depois, Moacir foi responsável direto pela derrota do Corinthians para o Internacional, no Beira-Rio. Desta vez, por azar. Após cobrança de falta de Andrezinho, no último lance, a bola bateu na sua cabeça e enganou Julio Cesar.
Na sequência, Moacir foi protagonista de outro lance inusitado, que chamou atenção da torcida de maneira negativa. No confronto com o Guarani, em Campinas, o lateral/volante perdeu um gol sem goleiro. O lance, que poderia ser considerado normal, ficou marcante porque a equipe não passou de um 0 a 0.
Diego: exemplo nesta temporada
O zagueiro Diego Sacoman, que vai retornar ao Corinthians em 2011, é um exemplo recente dessa medida da diretoria de não querer jogadores que não estão em clima bom perante à Fiel.
A diretoria, em conjunto com Mano Menezes, optou pelo seu empréstimo no final de 2009. A decisão ocorreu após o jogo contra o Goiás, pelo Brasileirão. Em pleno Pacaembu, a equipe esmeraldina goleou por 4 a 1, com show de Iarley. Na ocasião, Diego foi mal, falhando em dois gols, o que resultou em vaias da torcida.
Mano e a diretoria, então, optaram por evitar a presença de um jogador que já estaria na mira da Fiel logo no início de 2010. O jovem defensor foi emprestado ao Ceará e não vivenciou o Centenário.
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