Gadelha fala de Rousey, vaidade e diz que ‘prefere treinar com homens’

Claudia Gadelha (FOTO: Divulgação)
Claudia Gadelha (FOTO: Divulgação)

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Depois de competir por um tempo no jiu-jitsu sob o comando de Jair Lourenço na Kimura Nova União, em Natal, Claudia Gadelha migrou para o Rio de Janeiro em busca de novos treinos agora com André Pederneiras. Com um espaço maior no MMA e diante de alguns dos melhores lutadores do mundo, a potiguar entrou no esporte para uma primeira luta, venceu por finalização e gostou. Seis anos após a estreia, Gadelha chega ao Ultimate com a missão de se tornar a primeira campeã brasileira do Ultimate. Ela faz a luta inaugural da divisão peso-palha (até 52kg) nesta quarta-feira, no UFC: Cerrone x Miller, em Atlantic City (EUA). 

Com 25 anos, 11 vitórias e nenhuma derrota no cartel, Claudia Gadelha encara Tina Lahdemaki nesta quarta e mira o sucesso com passos singulares. A lutadora, que pode se tornar a primeira a vencer um combate peso-palha na história do Ultimate, quer ser a primeira mulher a conquistar um cinturão do UFC na academia que conta com nomes como José Aldo (campeão peso-pena do UFC), Dudu Dantas (campeão peso-galo do Bellator) e Renan Barão (ex-campeão dos galos do UFC). Para isso, ela confessa que prefere treinar com homens ao invés de mulheres.

- Estou na Nova União desde que o Aldo não era campeão nem do WEC (extinto evento absorvido pelo UFC). O Barão nem lutava no WEC e nem no UFC. Na época, a gente tinha poucos atletas que lutavam fora e começamos a treinar todos juntos. Aprendia tudo com eles. Estou há muito tempo aqui. As pessoas estão começando a ver meu rosto agora, pois entrei no UFC, mas estou há muito tempo na luta, minha carreira é longa, e estou com esses caras há muito tempo já. Temos atletas mulheres na Nova União, mas prefiro treinar com os homens. Acho que, se eu conseguir defender uma queda, derrubar um cara do meu peso ou mais pesado, vai ficar mais complicado uma mulher fazer a mesma coisa comigo. Fica difícil me derrubar ou defender minha queda - explicou Gadelha, em entrevista ao L!Net.

Confira partes do bate-papo com Claudia Gadelha
Você ficou chateada de não poder participar do TUF 20? (Nota: O TUF 20 é o primeiro reality show do UFC composto apenas por mulheres, está sendo gravado nos Estados Unidos e elegerá a primeira campeã peso-palha do Ultimate)
Em relação a visibilidade, seria uma boa estrear pela programa, mas eu não conseguiria bater o peso dentro da casa. Até conseguiria, mas manter o peso ao longo das semanas seria muito difícil pra mim. Já que o UFC me deu a oportunidade de estar estreando a categoria, fico muito feliz com isso. Fiquei triste por não participar da casa, mas por outro lado fico feliz pelo UFC me dar a primeira luta.

É difícil cuidar da parte estética sendo lutadora de MMA?
É um pouco difícil cuidar da vaidade. Você faz a unha, dura dois dias. Treina com o quimono e sai. Você faz o cabelo, tem que lavar, pois fica suado. É complicado cuidar da vaidade, principalmente em época de preparação. Tento ao máximo estar me cuidando. Sou mulher praticando um esporte que restringe a vaidade da mulher, então tenho que me cuidar. Em época de camp fica difícil, mas quando passa eu fico mais relaxada e curto minha fase mulher.

Você se espelha no sucesso que a Ronda Rousey vem fazendo no UFC?
Me espelho em atletas que entram lá (no octógono) para lutar com sangue nos olhos, como ela mesmo faz. Acho que a Ronda consegue dividir bem a parte de ser mulher e estar dentro do octógono, e lutar no octógono como uma guerreira. Admiro essa parte dela. Me espelho nela e admiro o trabalho dela.

Mande uma mensagem ao público brasileiro...
Quero falar que vim pra ficar. Meu sonho está sendo realizado, sempre tive o sonho de lutar no UFC. Não estou aqui à toa, e com certeza vou dar trabalho nessa categoria.

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