Confira planos e propostas de Marcelo Guimarães, candidato a presidente do Botafogo


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Candidato a presidente do Botafogo pela Chapa Cinza, Marcelo Guimarães falou ao LANCE!Net sobre os seus planos. Ele falou sobre Engenhão, sedes e muito mais. Aos 55 anos, ele disputa a eleição presidencial pela primeira vez. Os sócios-proprietários do clube vão às urnas na próxima terça-feira e vão escolher entre Carlos Eduardo Pereira, Carlos Thiago Cesário Alvim, Marcelo Guimarães e Vinícius Presidente.

Confira o que Marcelo tem a dizer:

LANCE!Net: Por que ser presidente do Botafogo?

'O BOTAFOGO É A MAIOR PAIXÃO IMATERIAL DA MINHA VIDA'

MARCELO GUIMARÃES: São múltiplas razões, mas as duas principais: minha história, sou de família alvinegra, fui criança num momento em que o Botafogo enchia de glórias o país. Tenho filha botafoguense, sou casado com uma botafoguense. O Botafogo está na minha vida. É com certeza a maior paixão imaterial da minha vida. Depois que passei pelo clube como remunerado, atuei contratado, vi que a solução não está nos remunerados, a solução está na política. É a política que atrasa o processo de desenvolvimento do Botafogo. Fechei o ciclo e decidir vir como presidente do Botafogo.

L!Net: É possível pagar esta dívida estimada em R$ 720 milhões? Como?

'NÃO ADIANTA EQUACIONAR DÍVIDA E NÃO TER DINHEIRO PARA PAGAR'

M.G: O Botafogo não fecha, o Botafogo tem uma dimensão que ele não acabaria mesmo se acabasse, não vai acabar. O desafio das dívidas, não estou aqui para dissimular, nem jogar confete, o desafio das dívidas é duríssimo. O Botafogo enfrenta talvez um dos grandes desafios de sua história. Já nos deparamos com outros no passado.

A torcida do Botafogo já virou especialista em dívidas, infelizmente. Em vez de ser especialista em vitórias, títulos, o torcedor já sabe refletir algo com relação à dívida.

A cartilha é voltar ao Ato Trabalhista, equacionar a dívida fiscal, aderindo ao programa de refinanciamento e ter uma estratégia para trabalhar as dívidas cíveis, as mais traiçoeiras. O que é fundamental, que percebo que os outros candidatos não falam, é a geração de receita, a melhor resposta para a dívida. Aí, me apresento, sem soberba, como o mais preparado para este enfrentamento. Já tive uma experiência muito recente relacionada a esse assunto. Conheço o Engenhão como nenhum deles conhece. Eu ajudei a constituir os produtos que tornaram o estádio mais rentável do Brasil em 2011 e 2012. A geração de receita é o contraponto fundamental para combater a dívida. Precisamos trabalhar a autoestima da nossa torcida. Precisamos fazer um Carioca inesquecível, com uma adesão definitiva do torcedor ao nosso estádio. Não adianta equacionar dívida e não ter dinheiro para pagar.

L!Net: Se a Lei da Responsabilidade Fiscal do Esporte não sair, a saída será o Refis da Crise?

'JÁ FIZEMOS REUNIÕES COM OTÁVIO LEITE E ENTREGAMOS PROJETO AO PEZÃO'

M.G: Eu asseguro que sai. Não é só o Botafogo que não paga, se não sair, ninguém vai pagar. Todos os clubes estariam em apuros. Tenho certeza que a lei sai, mas não podemos esperar que ela saia. Já fizemos duas reuniões com o deputado Otávio Leite (autor da lei), estamos trabalhando, entregamos o projeto ao Pezão (governador do Rio de Janeiro) e temos outra audiência com ele. Já estamos fazendo, porque dia 26 é sentar e trabalhar. Aproveitei e fiz uma pequena reclamação, acho que faltou ação política do atual presidente, participação do projeto de elaboração das leis.

L!Net: Quais são os planos da Chapa Cinza para o Engenhão?

'PROJETO PARA INSTALAR UMA PEQUENA SEDE SOCIAL NOS LIMITES DO ESTÁDIO'

M.G: A caracterização do Engenhão como casa alvinegra é um desejo antigo. Um torcedor como eu chegar à presidência tem algumas facilidades. Sou um torcedor, sempre tive esse desejo, chegou a hora, é agora. Em 2015, uma customização removível, à base de lonas, bandeiras. Vai ter muita presença alvinegra, mas removível, porque termina o ano e a Olimpíada assume nossa arena, o que é bom em alguns aspectos. Recuperamos em 2017 a joia da coroa, como arena olímpica internacional. Aí sim trabalhamos uma customização definitiva. O fundamental é a torcida do Botafogo adotar efusivamente o estádio.

Naming rights em 2015 esquece. Ninguém vai querer dar nome a um estádio que vai fechar em 2016. O projeto de curto prazo são várias pequenas e médias receitas, pequenos shows, médios shows, circuitos publicitários, projetos sociais... Você tem múltiplas perspectivas. Passada a Olimpíada, essas perspectivas se ampliam. Já teremos um projeto executivo em andamento para instalar uma pequena sede social nos limites do estádio, para que o sócio-proprietário possa se utilizar desa sede e assistir ao jogo.

O Engenhão foi uma grande conquista do Bebeto. Mas era uma grande casa vazia, não tinha estratégia de hospitalidade, tinha uma única marca exposta no estádio inteiro. O Engenhão, depois, fez a maior negociação com uma cervejaria que investe pesado no futebol. O estádio se tornou um grande parceiro do Botafogo. A Olimpíada deixará um legado que precisa ser aproveitado. Vamos atuar firmemente junto ao COB, ao COI, para que ele possa ser escutado.

L!Net: O que acha da proposta de dar direito a voto aos sócios-torcedores?

'PRECISA SER LEVADA AO CONSELHO DE MANEIRA SÉRIA'

M.G: Eu tenho respondido essa pergunta, e começo o seguinte: tamanho de colégio eleitoral não assegura qualidade de candidato. A questão do sócio-torcedor é uma circunstância maior. O sócio-torcedor de Botafogo vive de altos e baixos. Precisamos tomar uma série de medidas para tornar o programa mais eficiente, com preços mais competitivos, que cumpram seus contratos.

Jogar os principais jogos para fora do Rio sem que o consumidor saiba, você quebra contrato. Isso não vamos fazer. As partidas levadas para fora do Rio vão ser informadas com antecedência. Uma das razões que amplia o interesse do associado ao programa é o direito ao voto. Acho que o Botafogo precisa abrir, é um assunto que vamos levar ao Conselho. Precisa ser levada de maneira séria, não é decisão de canetada do presidente. Esse e outros assuntos vão ser levados ao Conselho.

L!Net: O que a Chapa Cinza traz de diferente das demais? O que pode fazer de diferente?

'UMA SÉRIE DE PEQUENAS MELHORIAS EM GENERAL SEVERIANO'

M.G: O sócio-proprietário do Botafogo resiste, assim como o clube. Há projetos que falam diretamente ao sócio-proprietário. De cara, o sócio-proprietário terá o direito de assistir aos jogos, isso é inquestionável, como o sócio-torcedor. O título vai se valorizar.

Uma série de pequenas melhorias, você precisa de um ambiente feminino no clube, mulheres levam filhos para escolinhas, elas são maioria no clube. Você precisa de salão de beleza, manicure. Precisamos caminhar para ter uma academia. Vamos ter um projeto voltado para a terceira idade. Vamos ter um salão de jogos em General Severiano, um ambiente de convívio. Hoje você vai a General Severiano, vai na piscina, almoça e vai embora. Essas são as propostas fundamentais para o nosso sócio-proprietário. Vão ter vantagens mais atrativas, informações, uma relação de respeito, um princípio de cidadania.

L!Net: Quais são os planos para as categorias de base do Botafogo?

'ESTOU PREOCUPADO COM A BASE DO BOTAFOGO'

M.G: Precisamos trabalhar com a realidade, não tem fantasia no projeto do Grande Salto. Há visões de curto, médio e longo prazo. Curto prazo, assumimos em 26 de novembro, não há o que fazer de diferenciação para 2015. Precisamos a curto prazo, o CT do futebol profissional de 2015 integrado com General Severiano.

Em relação à base, estou preocupado. Parece que a base do Botafogo virou um departamento nômade, houve um processo de desconstrução. Construiu-se e depois se desconstruiu, assim como foi feito no clube. Precisamos conhecer as instalações. Nos referindo a futuro, temos que avaliar as perspectivas. Temos o terreno da Dona Therezinha, que deixou um terreno em Jacarepaguá, há um terreno da Prefeitura em fase de cessão ao Botafogo. Vamos conhecer esses terrenos. Há negociações em andamento com cidades do Grande Rio que gostariam de ter um CT do Botafogo. Vamos começar a estruturar o clube para que em 2017 tenhamos um CT mais estruturado.

L!Net: Quais são os planos para as sedes do clube?

'QUERO REAPROXIMAR O FUTEBOL DO SÓCIO-PROPRIETÁRIO'

M.G: O Botafogo é um clube multicêntrico. Cada uma deles com uma vocação, algumas bem aproveitadas, outras pouco aproveitadas. O Engenhão está no centro, hoje é o CT do Botafogo, de razoável para bom. Não há a menor hipótese de se construir um CT a curto prazo, temos um projeto para isso, com vistas a fazê-lo. O Engenhão será a casa alvinegra, terá preços populares, terá muita ação e entretenimento. Vamos estimular a realização de shows. Tem o compromisso de fazer uma pequena sede social para que o sócio-proprietário se utilize.

General Severiano, como já falei, melhorias que já relatamos, área de convivência climatizada, além disso, uma novidade, é transformar o CT de General Severiano num polo de integração das categorias do Botafogo. Levar o futebol profissional para fazer treinos específicos, é um compromisso que tenho, aproximar novamente o futebol do sócio-proprietário. Mais do que isso, queremos trazer as categorias de base, pretendemos fazer uma ampliação mais ampla. General Severiano terá um aproveitamento muito intenso.

Mourisco é um equipamento excepcional, reconheço o que foi bem feito. Não é porque me oponho a 90% do que está aí no atual mandato, que não vou reconhecer o que foi bem feito. É um equipamento que se precisa valorizar. Lá também há possibilidades de eventos, é um espaço subaproveitado, pretendemos rentabilizar aquele equipamento.

Caio Martins, imagino que podemos ter o uso temporário para atender parcialmente a nossa base. Tenho poucas notícias de Caio Martins, as notícias que tenho não são boas. Precisamos entender melhor Caio Martins.

Marechal Hermes é uma pena, era um CT de razoável para bom em 2012, considerando como estava, como chegamos em 2009. Foi uma atitude não compreendida por ninguém, Mauricio, do nada, resolveu derrubar o CT baseado numa promessa da Prefeitura, de repassar um recurso. Recurso não chegou. O CT tá demolido, mas é um equipamento que precisa ser considerado.

L!Net: Daqui a três anos, quando terminaria o seu mandato, se eleito, como o torcedor pode imaginar o clube?

M.G: Eu que sou torcedor, que acompanho a tantos anos, tenho que permanentemente me monitorar para não misturar sonho, desejo com realidade. Numa pergunta dessa, meu coração fica estimulado a dar uma resposta devastadora de positiva. Precisamos recuperar a credibilidade, reconquistar isso em todos os sentidos. É preciso que se volte a confiar no Botafogo. Os dirigentes precisam voltar a emitir sinais de estruturação do clube, é o primeiro legado a se conquistar. Precisamos dotar o Botafogo para conquistar um ciclo vitorioso.

Não adianta mais voo de galinha. Não adianta armar o circo, fizer um espetáculo e depois não fica nem o bigode da foca, o sapato do palhaço, tem sido assim. Precisamos conquistar um ciclo vitorioso para que o clube suba de patamar. Voltar a conquistar os títulos necessários, conquistar a confiança e preparar as bases para o grande salto do Botafogo para que ele se alinhe no topo das tabelas que ele venha a participar.

L!Net: O que se pode esperar do futebol do Botafogo em 2015?

'EDSON SANTANA É UM EXÍMIO CONHECEDOR DE EQUIPES'

M.G: Me sinto autorizado a falar um pouco mais com conhecimento de causa do futebol porque tenho conversado muito com o Edson Santana, multicampeão no Botafogo, é o nosso vice, não à toa está conosco, é o único vice que foi campeão pelo clube. O que posso dizer à torcida, antes de mais nada é que, no dia 26, vocês não escutarão nenhuma menção a 2016. No nosso primeiro mês, não podemos contaminar o atual grupo, tão abandonado, desprestigiado, um grupo que vem desempenhando um papel heróico, inclusive aqueles que foram tempestivamente demitidos. No primeiro momento, é motivação, para que os jogadores consigam manter o Botafogo na primeira Divisão. Paralelamente, estaremos pensando no Carioca, Edson (vice) é um exímio conhecedor de equipes, tem muito conhecimento no futebol, se relaciona muito bem com dirigentes.

L!Net: Já é possível projetar a permanência de jogadores para 2015?

'JÁ ADIANTO QUE QUERO MANTER O JEFFERSON'

M.G: Jefferson, em vários momentos, fizemos vários projetos juntos, fiz uma linha de produtos dele para crianças, é um patrimônio do Botafogo. Não sabemos como anda a situação dele e os boatos se acumulam.

Jefferson é referência na nossa torcida e recuperou a tradição de jogador do clube na Seleção Brasileira. O trabalho para mantê-lo eu assumo. O resto do plantel tem que ser analisado pelo futebol, vamos montar um comitê. O Jefferson, sem consultar ninguém, já adianto, que quero mantê-lo.

Em relação a comissão técnica e dirigentes, não há como emitir opinião sobre esse assunto. Estaria sendo injusto com eles. Tenho muito respeito por eles, vão ser tratados com respeito. O que vai acontecer não depende exclusivamente de mim, são pessoas do bem que estão por vezes abandonada. Vão ser tratadas com muito respeito e consideração.

L!Net: Quais são os planos para os esportes amadores?

'EXISTE UMA BOA VONTADE POR PARTE DO PODER PÚBLICO'

M.G: O Botafogo tem dois esportes estatutários, futebol e remo. Tem ainda quatro esportes muito tradicionais: basquete, vôlei, polo aquático e natação. Nossa vocação histórica, não é, de modo geral, ter equipes adultas competitivas, mas sim de base nesses esportes. Considerando os valores envolvidos de equipes competitivas nestes esportes, não dá para pensar nisso nesse momento, como prioridade.

O que há, sem dúvida, é ter um profissional que estes esportes não tem, um captador de projetos incentivados. O esporte olímpico do Botafogo precisa ser incentivado. Existe uma boa vontade absoluta por parte do poder público. É fundamental a saída dos esportes olímpicos do Botafogo para ampliar sua presença, sonhar até em disputar os torneios adultos, com chance de êxito, através da lei de responsabilidade fiscal. Vemos com muito carinho e admiração o trabalho que é realizado pelos técnicos destes esportes. Este trabalho vai ser bem avaliado. O caminho é o autofinanciamento.

Estou muito entusiasmado com o remo. Respeito muito o trabalho que está sendo feito por lá. Estamos com uma equipe maravilhosa.

L!Net: Qual será a sua primeira atitude se eleito?

M.G: Há muito trabalho a ser feito, mas sempre com respeito aos legados.

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