Academia Lance! A crise na Ucrânia e o Shakhtar Donetsk

Apresentação do Ashley Cole na Roma (Foto: Reprodução)
Apresentação do Ashley Cole na Roma (Foto: Reprodução)

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Chamou atenção do mundo a negativa de jogadores brasileiros e argentinos de voltarem para o Shakhtar Donetsk e Metalist da Ucrânia. O país vive uma grave crise política e grande clima de insegurança, cujo epicentro dos movimentos rebeldes separatistas é exatamente na região que estão os dois times.

Os dois clubes foram informados pelos atletas que estão com medo de voltar ao país, nove no total, cinco do Shakhtar Donetsk e quatro do Metalist. Alguns casos já foram contornado. Os clubes exigem o retorno imediato dos jogadores. Sem dúvida um tema com vários desdobramentos futuros.

Na última década o país se tornou um destino para os jogadores brasileiros. Durante anos ouvimos que seus clubes tinham poder de investimento, graças aos fartos recursos dos magnatas que controlam os clubes.

Com essa crise envolvendo os atletas na Ucrânia analisei alguns dados dos clubes, especialmente. o Shakhtar Donetsk, o maior deles. A Liga da Ucrânia ocupa apenas o 16º posto entre as maiores ligas europeias, atrás de países como Áustria, Noruega e Dinamarca.

Entretanto o futebol ucraniano conta com alguns clubes muito fortes na atualidade como o Shakhtar, Dynamo de Kiev, Metalist e Dnipro. A média de público dos jogos do Shakhtar atingiu 40,5 mil torcedores por partida, do Metalist 30.5 mil e do Dynamo 28,7 mil. De fazer inveja aos clubes brasileiros.

O Shakhtar tem um estádio moderno com custo de construção de 320 milhões de euros, a Donbass Arena, inaugurada em 2009. O maior público sempre é contra o Dynamo de Kiev, em 2013 o jogo teve 53.423 torcedores. O clube conta com 24,5 mil torcedores que compram os season tickets para a temporada.

Em 2013, a receita total do time superou os 120 milhões de euros, maior que qualquer clube brasileiro e um recorde na história do time. Em 2012 o faturamento foi de 40 milhões de euros, o que representou um crescimento de 220%.

O principal motivo foi a receita com vendas de atletas, que em 2012 somaram apenas 9 milhões de euros e que passaram para 86 milhões de euros no ano passado. Somente a transferência de Fernandinho para o Manchester City rendeu 40 milhões de euros.

Suas principais fontes de receitas em 2013 foram os ganhos com a UEFA que atingiu 18 milhões de euros, as receitas de marketing 10 milhões de euros, o estádio outros 10 milhões de euros e com a Liga 2 milhões de euros. Em 2012 os jogadores representaram 22% do faturamento e em 2013 esse percentual saltou para 68% da receita.

A crise atual pode afetar o maior clube ucraniano que vive em uma região em conflito que deseja fazer parte da Rússia. A Liga Ucraniana garantiu o inicio da competição para esse último fim de semana, mas longe de Donetsk.

Os times estão concentrados e jogarão distantes da região da crise, no leste do país, o que comprova que a crise já afetou o futebol do país.

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