O verdadeiro papel da atividade física na prevenção e combate ao diabetes

Atividade física é tão importante quanto a insulina para os portadores de diabetes, diz especialista<br>

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Bernardo Barros é médico doutor em Fisiologia e Microcirculação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) - Foto: Divulgação

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Segundo dados apresentados pela Sociedade de Cirurgia Vascular (SBACV), no Dia Nacional do Diabético (27 de Junho), a cada hora, ao menos três pessoas sofrem algum tipo de amputação no Brasil. Para o médico doutor em Fisiologia e Microcirculação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Bernardo Barros, o levantamento aponta para a importância da prevenção, controle e tratamento da diabetes, ainda responsável por um grande número de morte precoce e amputação no país.

“Os dados do instituto revelam um aumento no número de casos, sobretudo na pandemia, devido ao menor acesso a cuidados preventivos e de tratamento. Nesse contexto, nunca foi tão importante a recomendação e prática de exercícios físicos principalmente entre os pacientes diabéticos. Resultados mais recentes demonstram que a utilização de bons programas de exercícios físicos, independente da metodologia utilizada, sejam aeróbicos, resistidos com peso ou combinados, são eficazes no tratamento e controle do diabetes”, declara.

De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA), as mais recentes recomendações sobre a prática de exercícios físicos para pessoas com diabetes dão conta que pacientes adultos devem praticar pelo menos duas horas e meia por semana de atividade aeróbia, de intensidade moderada, ao menos três vezes por semana. Na ausência de contraindicações, recomenda-se a realização de treinos de resistência, duas a três vezes por semana, em dias alternados.

Entre as recomendações da ADA estão a redução do tempo sedentário com a interrupção dos intervalos nas atividades sentadas a cada 30 minutos, além dos treinos de flexibilidade, força muscular e equilíbrio para idosos com diabetes, de duas a três vezes por semana.

Já crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 ou 2, ou pré-diabetes, devem participar de atividade aeróbica de intensidade moderada a forte, aliada ao trabalho de fortalecimento muscular e ósseo por pelo menos 1 hora por dia, três vezes por semana.

Diabetes, exercício e circulação

Diabetes afeta a circulação e pode levar a amputações. A boa notícia, segundo doutor Bernardo, é que acompanhamento médico, medicação adequada e mudanças no estilo de vida, especialmente em relação à alimentação, à prática de exercícios físicos e ao sono, podem levar o paciente a ter uma vida saudável, sem sofrer com problemas circulatórios ou qualquer outra consequência da diabetes.

“Exercícios aeróbicos e de força muscular são capazes de promover a melhora da saúde vascular e de estimular a formação de novos vasos sanguíneos”, pontua o especialista, um dos responsáveis pela popularização da Escleroterapia Ecoguiada com Espuma (EEE) no Rio de Janeiro, desde 2014, e criador do Projeto Pernas Saudáveis.

Doutor Bernardo Barros iniciou a aplicação da espuma em pacientes acometidos pela doença em ambiente ambulatorial, no serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ). Atualmente, o trabalho do médico também pode ser encontrado no serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Universitário Gafreé e Guinle (HUGG), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde Barros além de professor adjunto de Cirurgia Vascular, desenvolve desde 2020, junto a outros especialistas e docentes, um projeto de espuma no hospital.

“O projeto Pernas Saudáveis tem o objetivo de cuidar e prevenir doenças do sistema circulatório como um todo, porém contempla também o exame precoce de detecção de diabetes e avaliação de sensibilidade nos pés, o que pode prevenir o aparecimento de feridas e futuras amputações”, explica o médico, um dos idealizadores da FG Clinic, em Ipanema, que oferece especialidades ligadas a fisiologia do exercício.
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Dicas do especialista para atividade física x alimentação

Nunca fazer exercícios em jejum - se alimente em horários semelhantes;

Ajustar insulina no dia de treino - diminua a quantidade de açúcar;

Não realizar exercícios durante o pico de ação da insulina - procure um profissional habilitado;

Use vestimenta adequada - hidrate-se bastante;

Leve sempre alimento para possível correção de hipoglicemia - dê preferência por alimentos frescos e não industrializados.

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