Variações e rodagem: por que Jair não pretende fazer ‘mimimi’ por reforços

Eliminação 'dói' no treinador do Santos, mas os 31 jogadores usados na primeira fase, os vários esquemas táticos colocados em prática e a reposta dos Meninos da Vila agrada 

No Pacaembu, o Santos foi eliminado pelo Palmeiras, nos pênaltis, após vitória por 2 a 1 no tempo normal
(Foto: Ivan Storti/Santos)

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O Santos não atingiu o primeiro objetivo da temporada: chegar à decisão e vencer o Campeonato Paulista. Mesmo assim, o técnico Jair Ventura garantiu ter inúmeros motivos para se orgulhar de seu primeiro trabalho no estadual. Dentre as principais razões da satisfação, duas são mais consistentes: a utilização de 31 jogadores durante a primeira fase da competição e os vários esquemas e variações táticas colocadas em prática. O carioca de 39 anos não pretende ficar "chorando por reforços". Vai buscar soluções, bem como fez durante a disputa do Paulistão, da qual o Peixe saiu fortalecido. 

A boa atuação contra o Palmeiras foi resultado de uma aposta ousada do treinador: entrou em campo com quatro atacantes e sem um meia-armador. Gabriel ficou praticamente sozinho à frente do ataque, enquanto Sasha e Arthur Gomes abertos pelas pontas e Rodrygo centralizado formavam um outra lida de avançados. Em duas "jogadas construídas", o Peixe conseguiu fazer dois gols e sair com a vitória. Mesmo eliminado, parece ter resgatado a auto-confiança. 

- Eu fico muito triste pela eliminação principalmente pelo que apresentamos. Mas saio fortalecido, pois abri mão de alguns jogos da primeira fase para testar 31 jogadores de linha. Conheço mais o meu elenco agora, um elenco jovem. Tenho de saber como e quando posso usar cada jogador e agora sei. Fomos do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, já jogamos também no 4-4-2, usei o quadrado. Usei também o 4-3-3. Agora, sei como cada jogador responde a cada um destes esquemas, isso é fundamental - ponderou o treinador. 

De fato, o treinador promoveu uma grande rodagem de seu elenco durante a primeira fase do campeonato, o que já havia lhe permito chegar ao mata-mata ciente do que tem em mãos. O plano agora é seguir buscando soluções, sem reclamar, ao menos publicamente, da falta de novas peças, bem como fez no duelo contra o Palmeiras. Um meia-armador para ser titular absoluto, por exemplo, era um dos desejos do comandante. 

- Vou me arrumar (nas outras competições) como me arrumei no Paulistão. Uso a base. Não podemos mais inscrever na Libertadores. Vamos usar os meninos, criar alternativas, usar novas formações. Vou trabalhar com o que tem. Não sou de "mimimi". Torcida quer vitória, não quer saber se não tenho peça. Vou trabalhar com esse elenco por todas as vitórias possíveis - ponderou. 

Com a certeza de ter em mãos um time competitivo, o próximo compromisso de Jair Ventura no comando do Santos é no dia 5 de abril, contra o Estudiantes, no Estádio Centenário, em Quilmes, na Argentina, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. O Peixe é o vice-líder do Grupo 6, atrás justamente do próximo rival. 

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