Diniz, estratégia e elenco: Dorival e Renato relembram último título

Santos se sagrou campeão paulista de 2016 ao superar o Audax, à época comandado por Fernando Diniz, que depois chegou a treinar o próprio Peixe

O Peixe faz nesta quarta, contra o Botafogo-SP, o jogo de volta das quartas do Paulista. Na Vila, o time precisa de uma vitória simples para avançar. Neste século, será o 19º mata-mata da equipe na competição no local, com apenas uma derrota . O último duelo do gênero foi na final de 2016, 1 a 0 sobre o Audax, com  gol de Ricardo Oliveira, e a conquista do título. Veja os outros jogos:
Victor Ferraz era o dono da lateral direita do Santos em 2016 (Divulgação)

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O Santos comemorava há seis anos o último título recente de sua história. Na oportunidade, o Peixe venceu o Audax e sagrou-se campeão paulista de 2016. O primeiro jogou, em Osasco, terminou 1 a 1. Na Vila, com gol de Ricardo Oliveira, o Alvinegro venceu por 1 a 0 e levantou a taça.

Esse é o maior jejum de títulos do Santos desde 2002, quando foi campeão brasileiro do ano após vencer o Corinthians e colocar fim em quase 18 anos sem títulos de expressão.

Para explicar como aconteceu essas partidas da grande final, o DIÁRIO DO PEIXE reuniu dois grandes personagens daquela final: o técnico Dorival Junior, hoje no Ceará, e o ex-volante Renato, multicampeão e ídolo da história santista.

Na oportunidade, o treinador precisou quebrar a cabeça para decidir qual time colocaria em campo. Isso porque o meia armador da equipe, Lucas Lima, e o centroavante Ricardo Oliveira não estavam 100%. Apresentaram durante toda semana preparatória instabilidade física.

“Foi uma das decisões mais complicadas que eu participei. E até a própria mudança comportamental da equipe para aquela semana. Nós tínhamos dois jogadores com problemas físicos, tanto é que não trabalharam durante a semana. Apenas o Lucas Lima no sábado fez o trabalho. O Ricardo Oliveira nem no sábado. O Lucas teve que sair de 15 a 20 minutos do primeiro tempo e nós invertemos tudo aquilo que realizamos. Porque nós sentíamos que com os dois jogadores não estando bem, e era uma opção iniciar com eles ou não, o que foi uma difícil escolha, nós teríamos que abrir mão da nossa marcação alta e facha da bola, que era nossa marca. Então, trabalhamos ao longo de toda aquela semana fazer o inverso. Seguramos um pouco mais para contra-atacar”, disse Dorival Jr.

Audax em grade fase

O time do Audax era comandado por Fernando Diniz, técnico que passou recentemente pelo Santos. Nos dados da final, o time de Osasco finalizou mais que o Peixe e teve 66% de posse de bola. Mas, isso já foi planejado pelo Santos.

“A preparação para o primeiro jogo, jogaríamos de acordo como o Audax vinha apresentado. Eles gostavam da bola e optamos pelo contra-ataque. No primeiro jogo nós tivemos oportunidades de sair na frente, mas não conseguimos. No segundo tempo, eles saíram na frente. Nós empatamos e tivemos oportunidade de virar. No jogo da volta, sabíamos que dentro de casa ou fora, o Audax jogava da mesma maneira. Optamos por jogar no contra-ataque também na Vila. Nós não conseguimos acertar o último passe do contra-ataque, apesar de ter saído na frente. Depois, o Audax se lançou, mas conseguimos segurar a vitória e o título. Por mérito, eles conseguiram eliminar times grandes e chegaram na final. Foi uma grata surpresa. Mas nós, diante das dificuldades, o importante foi a conquista do título, diante de um time que gostava de ficar com a bola, que criava essa dificuldade. Mas soubemos jogar com o apoio da torcida na Vila”, disse Renato.

Encontro com Fernando Diniz

À época, o técnico Fernando Diniz ganhava notoriedade após um grande trabalho. O Audax eliminou o Corinthians e São Paulo naquela edição. O time contava com jogadores conhecidos como Tche Tche, Camacho, Sidão e Yuri (ex-Santos).

“O Fernando não era tão conhecido, mas já mostrava sinais de um amadurecimento. Ele praticamente montou, preparou e corrigiu ao longo dos anos. E, depois, ele estaria na briga pela conquista. Não foi um acaso. Foi tudo muito bem planejado. Jogar contra o Fernando é sempre um desafio. Você se vê numa situação que necessariamente, precisa analisar e buscar alternativas, diferente das coisas que acontecem. Eu fico muito feliz de ter essa oportunidade, esse grande jogo. E sei o quanto foi difícil essa conquista pelo profissionalismo do Fernando e sua equipe”, comenta Dorival.

Elenco unido fez com que o Santos vencesse

O time do Santos que entrou em campo para a grande final é formado por: Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Renato, Thiago Maia e Lucas Lima; Gabriel, Vitor Bueno e Ricardo Oliveira.

Para o capitão (junto com Ricardo Oliveira) Renato, a união do elenco foi determinante para que o Peixe conquistasse o título.

“O ambiente era muito bom. A união que tínhamos fez com que o grupo chegasse ao bicampeonato. Nós defendíamos o título. O elenco sabia das dificuldades, um grupo que além da responsabilidade de ser o último campeão, jogamos com alegria e responsabilidade. Acima de tudo, merecemos. Foi o último título que o Santos conquistou. Torcemos para que esse tabu se quebre. Mas o elenco estava animado e unido. Isso fez com que a gente vencesse o título”, disse o ex-camisa 8.

“Foi um jogo muito complicado, disputado. Boas oportunidades de um lado e do outro. A equipe do Audax foi superior no primeiro tempo. E conseguimos o resultado. Mas foi um jogo difícil que disputei, principalmente pelo momento, situação, pelo que passamos durante da semana. Mas felizmente conseguimos”, finalizou Ricardo Oliveira.


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