ANÁLISE: Palmeiras vence mais uma, mas gols perdidos limitam possibilidade de controlar desgaste

Verdão poderia ter aberto uma vantagem de quatro ou cinco gols ainda no primeiro tempo, mas desperdiçou oportunidades, e deixou o Emelec "entrar no jogo" e assustar

Emelec x Palmeiras
Palmeiras está com 100% de aproveitamento na fase de grupos da Libertadores (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

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O Palmeiras segue fazendo história na Libertadores e venceu mais uma partida pela competição na última quarta-feira, em Guyaquil, no Equador. No entanto, o placar de 3 a 1 sobre o Emelec poderia ter sido mais tranquilo para a equipe de Abel Ferreira, que precisou se esforçar para evitar um resultado negativo no segundo tempo, quando poderia ter "descansado" como queria o treinador.

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A escalação escolhida pelo comandante português deixou claro que ele queria duas coisas: garantir os três pontos e poupar metade dos titulares. Ao colocar em campo Weverton, Gómez, Piquerez, Danilo, Rony e Veron, ele mostrou que a vitória era prioridade, assim como decidir logo a partida para administrar o desgaste desses jogadores como fez com Dudu, Veiga, Zé Rafael, Marcos Rocha e Murilo, que nem viajaram. Acontece que o time não cumpriu todo o objetivo.

Mesmo começando o jogo de forma intensa e criando chances para golear ainda no primeiro tempo, o Verdão foi para o intervalo com "apenas" 2 a 0 no placar. Rony (duas vezes) e Scarpa tiveram as melhores oportunidades de tornar essa vantagem em um 5 a 0. Sem conseguir matar o jogo na etapa inicial, foi preciso voltar com a mesma equipe para tentar o mesmo na final.

Com isso, o plano de dosar o desgaste desses titulares que enfrentaram o Emelec foi por água abaixo e ainda piorou. Na volta dos vestiários, o Alviverde caiu demais de produção e deixou o adversário crescer. Logo após mais uma chance inacreditável que Rony desperdiçou, os equatorianos responderam com um ataque rápido, que contou com falha bizarra de Mayke, para diminuir: 2 a 1.

Aquele jogo que parecia tranquilo, se tornou perigoso. Naquele momento, o time saiu do que poderia ser um 3 a 0 que fecharia a conta, para um 2 a 1 que poderia custar a vitória. A opção foi manter o mesmo time em campo, com nível de intensidade alto, com inúmeras transições e em uma partida que virou "maluca". As alterações de Abel aconteceram apenas depois dos 33 minutos, sendo que somente Rony, dos titulares, foi substituído pelo treinador.

O placar seguiu perigoso, já que a equipe não estava bem coletiva e individualmente e só conseguiu o alívio perto dos 45 minutos, quando Breno Lopes marcou um gol "espírita" para aumentar a vantagem palmeirense para 3 a 1. No entanto, àquela altura, o plano de administrar desgaste já tinha falhado, ainda que a parte do planejamento denominada "vitória" tenha sido alcançada.

Em outras palavras, o Palmeiras jogou para golear um adversário fraco contra o qual seria possível poupar jogadores e descansar outros, mas a quantidade de chances claras desperdiçadas impediu que a comissão técnica seguisse fazendo seu rodízio, acumulando um cansaço desnecessário em meio a um calendário que promete exigir ainda mais esforços daqui para frente.

A lição que fica é que uma hora a Libertadores irá punir esses inúmeros gols perdidos. Por enquanto, dentro de um grupo mais "fácil", que permite alguns vacilos desse tipo, as consequências são menores do que seriam numa fase de mata-mata, por exemplo. Será preciso corrigir esse tipo de situação, já que o que aconteceu diante do Emelec, na última quarta, chegou a níveis absurdos.

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