Medalhista de prata no arremesso de peso nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a americana Raven Saunders protestou no pódio ao erguer os braços sobre a cabeça e cruzar os punhos em apoio às minorias. Ela começou a ser investigada por se tratar de um ato não recomendado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), mas ação contra ela foi suspensa nesta quarta-feira (04). Não é de hoje que os protestos no pódio olímpico começaram.
Um dos momentos mais marcantes foi quando os velocistas americanos Toomie Smith e John Carlos subiram ao pódio nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968. Eles vestiram luvas e meias pretas sem tênis, além de Carlos ter usado um colar de grãos, em alusão a vítimas de tortura e homicídio por enforcamento. Mas a cena mais icônica foi durante o hino dos Estados Unidos, quando cada um ergueu a mão em que usava a luta com o punho fechado, símbolo da luta Black Power.
- Estávamos bem à frente do nosso tempo tentando quebrar o ciclo de ignorância. E agora isso está sendo levado adiante por jovens que provavelmente têm mais destaque do nós tínhamos naquela época - refletiu Toomie Smith em entrevista à revista "Sports Illustrated".
- Pode chamar de protesto, manifestação ou revolução. Para mim, foi um grito de liberdade.
Os protestos se estenderam para os Jogos Pan-Americanos. Na edição de Lima, no Peru, em 2019, os também americanos Race Imboden, da esgrima, e Gwen Berry, do atletismo, tomaram atitudes antirracistas ao ajoelharem uma perna no pódio e erguerem uma das mãos, respectivamente. Apesar de os tempos serem outros, os dois atletas foram suspensos depois do ato pelo comitê americano.
Em Tóquio, a situação não é muito diferente, já que o Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou alguns tipos de protestos durante a realização dos Jogos Olímpicos, mas proibiu atos políticos no pódio e em momentos de maior visibilidade do público.
Nas pistas da Fórmula 1, o ativismo seguiu presente. O piloto Lewis Hamilton vestiu uma camisa, durante a premiação no GP da Toscana, que dizia
“Prenda os policiais que mataram Breonna Taylor”. A mulher havia sido baleada oito vezes pela polícia durante uma investigação em sua casa em março de 2020, em Kentucky.
- Obviamente eles podem impedir que isso aconteça indo em frente, mas acho que as pessoas que falam sobre o esporte não ser um lugar para a política (estão equivocadas). Em última instância, são questões de direitos humanos, e na minha opinião é algo que devemos buscar - concluiu o hexacampeão mundial.
Veja abaixo o quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio: