Papo com Helio Castroneves: ‘Bons avanços em Long Beach’

Piloto brasileiro admite que esperava estar 'um pouco mais na frente' após nono lugar

Helio Castroneves (Foto: Chris Jones/Penske Entertainment)
Helio Castroneves escreve semanalmente ao LANCE! (Foto: Chris Jones/Penske Entertainment)

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Quero começar a coluna de hoje enviando um abraço fraterno a todos, desejando uma Feliz Páscoa e que os valores contidos nesta data estejam mais vivos do que nunca nos corações e mentes. É um período muito propício para reunir a família, celebrar a vida e dar aquela recarregada nas “baterias”.

Agora, quero detalhar um pouco do que aconteceu no final de semana passado, em Long Beach, local da terceira etapa do NTT IndyCar Series. O fato de ter concluído a corrida em 9º lugar confirmou o prognóstico de que tínhamos carro para chegar entre os 10 primeiros. Mas eu imaginava estar mais na frente um pouco.

Trabalhei em um acerto com um pouco mais de asa do que poderia, procurando minimizar o consumo de pneus nas fortes freadas que são exigidas neste tradicional circuito urbano da Califórnia. Aliviamos também um pouco de pressão de mola. Mas a grande mudança sentida nessa etapa foi na aderência.

Nesse ponto, é verdade que a pista ficou mais emborrachada porque, no mesmo evento, correu em Long Beach o WeatherTech SportsCar Championship, que utiliza pneus Michelin. É verdade também que a evolução dos pneus Firestone para corrida de rua ajudou. Mas o grande motivo da melhora foi uma espécie de selante colocado em algumas curvas.

Para vocês terem uma ideia do que isso representou, o meu recorde em Qualifying perdurava desde 2017, mas foi batido esse ano. Naquela ocasião, fiz a pole com 1min06s2254, com média de 172 km/h. Já na pole desse ano, o Colton Herta derrubou minha marca em 0s9159 e foi cerca de 2 km/h mais rápido, na média.

Essas características todas não tornaram as coisas mais fáceis em Long Beach. Como em qualquer circuito de rua, as possibilidades de ultrapassagem são sempre menores e, portanto, largar na frente é meio caminho andado para um bom resultado. Mas larguei em 14º, o que obviamente não foi o que eu esperava.

Para ser muito honesto, estava esperando chegar ao Fast Six e efetivamente lutar por um lugar nas três primeiras filas. Só que, na minha última volta, no Q1, o carro deu uma escapada de traseira e perdi alguns décimos precisos. Indo no detalhe, não passei para o Q2 por apenas 0s0686, ou seja, menos do que um “pelinho”.

Falando especificamente da corrida, depois do acidente no Texas, queria terminar e somar o maior número possível de pontos. Acho que fui bem ao preservar o equipamento, o que daria condições de ir para as últimas voltas com uma reserva importante. Eu diria que funcionou parcialmente. A estratégia não foi a melhor porque algumas bandeiras amarelas foram muito longas e, de certa forma, neutralizaram um pouco esse esforço.

De todo modo, o meu resultado permitiu subir cinco posições no campeonato – sou 13º agora. Não é ruim, mas também não é bom. Já estamos trabalhando para melhorar o carro, os pits e a estratégia. Tenho certeza de que aos poucos os bons resultados vão aparecer.

E por falar em trabalhar, na quarta e quinta da semana que vem, vamos para Indianapolis testar no oval mais famoso do mundo, já de olho na Indy 500. É o início de uma jornada de olho no maior desafio do ano: a quinta vitória em Indianapolis!

É isso, amigos, forte abraço a todos e até semana que vem.

* Helio Castroneves, especial para o LANCE!

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