Brasileira conquista prata histórica no Mundial de levantamento de pesos

Laura Amaro é vice-campeã ao levantar 108kg no arranco e garante a primeira medalha feminina do Brasil na competição

Laura Amaro e a medalha de prata no Mundial (Foto: Divulgação/CBLP)
Laura Amaro e a medalha de prata no Mundial (Foto: Divulgação/CBLP)

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A brasileira Laura Amaro conquistou nesta terça-feira a primeira medalha feminina do Brasil na história do Campeonato Mundial de levantamento de pesos. Ela ficou com a prata na disputa do arranco nos 76kg, por ter levantado 108kg na prova, disputada em Tashkent, no Uzbequistão.

Esta é a segunda medalha da história do Brasil em um Mundial adulto. Em 2018, Fernando Reis terminou em quarto lugar na categoria pesado, mas herdou o bronze após um caso de doping do uzbeque Djangabaev Rustam.

No levantamento de peso, os atletas realizam o arranco, em que os halteres são levantados de uma vez) e o arremesso (em três fases de movimento). Na Olimpíada, as medalhas são distribuídas a partir da soma dos pesos levantados. Já no Mundial são entregues medalhas também pelos resultados específicos.

O dia ainda reservou mais uma grande marca para Laura. Depois de uma prova brilhante no arremesso, em que cumpriu 132kg no movimento e 240kg no total (quarta posição em ambos), ela quebrou o recorde absoluto do Brasil. Nunca nenhuma atleta do país levantou tanta carga, considerando todas as categorias. A marca anterior era de Jaqueline Ferreira e Monique Araújo, com 237kg, obtida no Campeonato Brasileiro de 2015, no Rio de Janeiro.

O nome dela começou a ser gravado na história com a tradicional ‘encarada’ na barra. Ela foi à plataforma para a tentativa de 103kg no arranco, três a mais do estabelecido no peso de entrada. A carioca fez o movimento com desequilíbrio, mas se recuperou e conseguiu a validez que precisava. O segundo intento da brasileira foi de 106kg, e ela fez a ação correta. Confiante, ela subiu a carga para 108kg na derradeira exibição e conseguiu o que pediu. 

Laura só não foi melhor do que a russa Iana Sotieva, que colocou quatro quilos a mais do que a representante verde e amarela. A terceira colocação foi ocupada pela norte-americana Martha Ann Rogers ao ter erguido 107kg.

No arremesso, Laura manteve a série de acertos do arranco. A pesista do Brasil pediu 126kg e fez o levantamento sem dificuldades. O mesmo aconteceu quando ela voltou para tentar cumprir 132kg de carga. A brasileira fez um movimento preciso e válido. Mas para buscar um pódio também no arremesso, ela precisava acertar a última tentativa, de 136kg, o que não conseguiu. Ela ficou em quarto, somando 240kg, e fechou em quarto também no total.

A brasileira não ficou no top-3 do arremesso por muito pouco, pois o bronze foi conquistado pela sul-coreana Suhyeon Kim com 134kg executados. O ouro foi para a conterrânea de Kim, Min Ji Lee, que completou o movimento do arremesso com 139kg de carga. Por fim, a prata foi levada pela norte-americana Martha Ann Rogers por ter levantado 136kg.

- Acho que a ficha ainda não caiu, eu sonhei durante muito tempo! Ler uma história é muito legal, mas essa sensação de escrever, saber que o nome vai ficar marcado, saber que vou abrir portas para outros brasileiros dominarem o mundo, não tem preço para mim. Sou a primeira mulher a conquistar uma medalha em Mundial, é uma representatividade muito grande. Esse trabalho começou no Brasil, com meu treinador Saul (Carlos Aveiro), minha nutricionista Dani, meu fisioterapeuta Vitor. Estou muito feliz. O Brasil não vai mais participar não. A gente vai vir para dar trabalho e cada vez mais fazer História - disse a medalhista.

- Foi sensacional. Perdemos por pouco outras medalhas, foi uma batalha fantástica. Laura se superou de um jeito absurdo, demonstrando que acertei quando falei que ela viria para brigar por medalha - enalteceu o treinador da Seleção Brasileira, Dragos Stanica.

O técnico ainda comemorou o fato de o Brasil ter entrado na lista dos melhores do mundo em Mundiais. Para ele, a prata significa uma concretização de um trabalho bem feito.

- Essa medalha coloca o Brasil junto com todas as potências mundiais. Quando aparecer a tabela de medalhas, o nome do país estará lá escrito. É isso que importa no dia de hoje. Está mostrando a evolução que o nosso trabalho teve e esperamos que consigamos melhorar ainda mais - concluiu.

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