Shogun analisa vitória contra Minotouro, projeta revanche com Craig e reta final da carreira: ‘Fazer mais duas lutas’

Aos 38 anos, Maurício Shogun fala sobre vitória em trilogia contra Rogério Minotouro, pede nova luta contra Paul Craig e projeta fazer mais duas lutas antes de possível aposentadoria do MMA; confira a entrevista com o brasileiro:

(Foto: Divulgação)
Maurício Shogun falou sobre vitória contra Minotouro e futuro no MMA (Foto: Igor de Melo)

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Por Mateus Machado 

Maurício Shogun completou com louvor a trilogia diante de Rogério Minotouro. Vitorioso diante do compatriota em 2005 e 2015, o brasileiro voltou a derrotá-lo no final de julho, pelo UFC on ESPN 14, ao sair vitorioso por decisão dividida dos jurados após três rounds, em luta que marcou a despedida de Minotouro do MMA. O importante resultado deixou Shogun em 15º no ranking meio-pesado do Ultimate e manteve o retrospecto positivo do curitibano, que agora vem em uma sequência de duas vitórias e um empate na organização.

O empate, por final, ocorreu em novembro do ano passado, diante de Paul Craig. Com a avaliação de que venceu o combate, contrariando o julgamento dos árbitros, Shogun quer a revanche diante do escocês. Em entrevista à TATAME, Maurício, que passou por um período de descanso no Resort Beach Park, em Fortaleza, até a última terça-feira (11), falou sobre seu desejo de enfrentar Craig em uma nova luta.

- O Paul Craig já me desafiou de novo e eu aceitei. Foi uma luta onde empatamos, mas todos viram que eu venci, claramente, o segundo e o terceiro rounds, mas não sei qual critério o árbitro avaliou para dar o empate. Eu nem penso nisso (em desafiar possíveis adversários, meu foco no momento é descansar. Isso de casar lutas eu deixo para o meu empresário. Mas eu acredito, sinceramente, que o Paul Craig deve ser meu próximo oponente - projetou.

Veja a entrevista com Maurício Shogun na íntegra:

– Terceira vitória contra Rogério Minotouro

Eu sabia que seria mais uma guerra, porque eu conheço bem o (Rogério) Minotouro e ele também, então eu já imaginava que ele viria muito bem preparado. Foi uma luta que ele pediu muito para acontecer e eu sabia disso. Muitas pessoas me perguntaram: ‘Poxa, mas por que aceitar mais uma luta com ele? Você já venceu duas vezes’. E eu respondia: se eu vencê-lo mais uma vez, eu vou vencer três vezes uma lenda como o Minotouro, então é um marco muito legal para a minha carreira. Sobre a luta, foi muito dura. Eu venci o primeiro round, e o segundo e terceiro ficaram bem nítidos ao meu favor. Vitória conquistada, objetivo concluído e missão cumprida.

– Como foi a preparação para essa trilogia?

Eu fiz o meu camp em Maringá, porque em São Paulo as academias estavam fechadas. Em Maringá foi tranquilo, as coisas não chegaram a fechar, então foi tranquilo. Levei todos os meus treinadores de sparring e fiz o meu camp lá, deu tudo certo, foi tudo ok. Não tive nenhuma lesão e foi uma preparação incrível. Mesmo com essa pandemia, eu consegui fazer um bom camp, e isso pôde ser comprovado na luta.

– Volta aos treinos após a importante vitória

Não tive nenhuma lesão, graças a Deus, já estou 100%. Devo voltar aos treinos mais básicos, de manutenção, já nesta semana e, aos poucos, vou voltando à forma. Vou conversar com meu empresário sobre minha próxima luta e os próximos rumos, mas com certeza vou retornar em breve, podem ter certeza.

– Próximos passos e possível revanche contra Paul Craig

Depois que voltar de viagem, vou falar com meu empresário para a gente traçar os rumos, mas minha vontade é de fazer, sim, mais uma luta esse ano. O Paul Craig já me desafiou de novo e eu aceitei. Foi uma luta onde empatamos, mas todos viram que eu venci, claramente, o segundo e o terceiro rounds, mas não sei qual critério o árbitro avaliou para dar o empate. Eu nem penso nisso (em desafiar possíveis adversários, meu foco no momento é descansar. Isso de casar lutas eu deixo para o meu empresário. Mas eu acredito, sinceramente, que o Paul Craig deve ser meu próximo oponente.

– Atual momento da carreira no MMA

Eu avalio meu momento no MMA de uma forma positiva, acho que estou numa fase boa da carreira, já conquistei meus principais objetivos. Fui campeão do PRIDE, campeão do UFC, sou Hall da Fama e hoje eu não penso no cinturão, porque sei que tem pessoas na minha frente, que merecem mais do que eu. Meu foco hoje é treinar, lutar e fazer o que eu amo. Dou passo a passo, nunca fui de pular etapas e não penso em adversários, até porque já lutei contra os melhores da categoria, contra diversas lendas, então sou bem tranquilo quanto a isso, não penso em desafiar ninguém.

– Planos para encerrar a carreira como lutador

Eu encaro cada luta como se fosse a última da minha carreira. Eu não sei a hora que vou parar, mas posso parar a qualquer momento. Eu devo fazer mais duas lutas na minha carreira, esse é o meu objetivo. Não sei ao certo contra quem, mas é isso que eu quero. (Sobre um adversário para fazer uma luta de despedida) Nunca tive rivalidade com ninguém, então não penso em um adversário em uma despedida, também não penso em cerimônia ou algo do tipo, vai acontecer de forma natural.

– Momentos marcantes no MMA

Sem dúvida nenhuma, as vitórias que são mais marcantes para mim aconteceram contra o Ricardo Arona, no PRIDE, e também a que eu venci o Lyoto Machida, no UFC. Todas as lutas e vitórias são importantes, mas essas, em específico, me deram o cinturão, então eu valorizo e considero essas as mais importantes.

– Encontro com jovens praticantes de artes marciais em Fortaleza

O que eu falei nesse encontro foi que eles podem chegar onde cheguei. Só depende de cada um deles. Tenho um projeto similar em Curitiba, o Instituto Shogun Rua, e sei muito bem que o esporte salva vidas. Além de ocupar o tempo das crianças, de afastá-las das drogas e das ruas, o esporte deixa eles focados nas futuras competições, em se tornar um atleta profissional ou chegarem à faixa preta na modalidade.

– Período de descanso pós-luta

É importante descansar e recarregar as energias, ainda mais depois de uma luta como foi contra o Minotouro. A gente treina muito, tem todo o período de camp, uma preparação bem intensa e desgastante. Depois da luta, da missão cumprida, voltei ao Brasil e fui para Fortaleza para passar uns dias no Beach Park com a minha família, para relaxar um pouco, aproveitar e voltar 100% para os treinos depois.

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