Ganhar uma Copa do Mundo é o maior sonho de qualquer jogador de futebol. Mas erguer a taça como técnico é um feito ainda mais raro. Fazer as duas coisas — ser campeão dentro e fora de campo — está no limite do que o esporte pode oferecer. O Lance! responde quem conseguiu ser campeão da Copa do Mundo como jogador e técnico.

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Em quase um século de história do torneio, apenas três pessoas conseguiram ser campeãs da Copa do Mundo como jogador e também como técnico: o brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo, o alemão Franz Beckenbauer e o francês Didier Deschamps. Cada um deles representa uma era e um estilo: Zagallo, o futebol arte; Beckenbauer, a organização tática e a elegância; Deschamps, a eficiência moderna. Juntos, simbolizam a evolução do futebol mundial através das décadas.

Campeão da Copa do Mundo como jogador e técnico: quem conseguiu?

Mário Zagallo: o pioneiro e maior vencedor em Copa do Mundo

O brasileiro Mário Zagallo é o único homem na história a conquistar quatro Copas do Mundo — duas como jogador, uma como técnico e uma como coordenador.

Zagallo foi ponta-esquerda da Seleção campeã em 1958 e 1962, participando ativamente das vitórias de Pelé, Garrincha e companhia. Doze anos depois, em 1970, assumiu o comando técnico da equipe que muitos consideram a melhor de todos os tempos, com Pelé, Tostão, Jairzinho, Gérson e Rivelino.

Além de ser o primeiro a realizar o feito, Zagallo consolidou o nome do Brasil como sinônimo de excelência no futebol mundial. Sua carreira simboliza a continuidade de uma filosofia de jogo ofensiva e criativa, baseada na inteligência tática e na técnica refinada dos atletas brasileiros.

Franz Beckenbauer: elegância e liderança alemã

O alemão Franz Beckenbauer, o "Kaiser", é o segundo integrante do grupo de campeões como jogador e técnico.

Beckenbauer comandou o time da Alemanha Ocidental dentro de campo em 1974, quando a seleção venceu a Holanda de Cruyff na final. Dono de um estilo elegante e cerebral, ele revolucionou o futebol ao desempenhar o papel de líbero moderno, participando da construção das jogadas desde a defesa.

Anos depois, em 1990, levou a Alemanha ao tricampeonato como técnico, derrotando a Argentina de Maradona na final. Foi o primeiro europeu a alcançar o feito de ser campeão nas duas funções, reforçando sua reputação como um dos maiores líderes da história do futebol.

Didier Deschamps: o comandante da nova geração

O francês Didier Deschamps completa a lista de campeões duplos da história.

Capitão da França no título conquistado em casa, em 1998, Deschamps liderou uma geração talentosa comandada por Zidane. Duas décadas depois, retornou como técnico e levou os "Bleus" ao bicampeonato, vencendo a Croácia na final de 2018.

Com estilo pragmático e foco na eficiência tática, Deschamps é símbolo da era moderna das Copas, marcada por equipes compactas, equilíbrio físico e transições rápidas. Em 2022, ainda voltou a levar a França à final, ficando a um pênalti de conquistar o tricampeonato.

Esses exemplos mostram como a transição de jogador para técnico é desafiadora, mesmo para os maiores nomes do futebol.

O que torna o feito tão raro em Copa do Mundo

A dificuldade de repetir o sucesso como técnico é enorme. Poucos ex-jogadores chegam ao comando de seleções, e menos ainda têm a chance de disputar uma final de Copa. Ser campeão nas duas funções exige não só talento, mas também liderança, adaptação e visão de jogo em contextos completamente diferentes.

Enquanto o jogador depende do desempenho individual e coletivo dentro de campo, o técnico precisa gerir egos, entender o momento tático e planejar cada detalhe. Zagallo, Beckenbauer e Deschamps conseguiram unir essas duas perspectivas, traduzindo experiência em resultado.

Um feito que simboliza eras do futebol

Os três campeões duplos representam três períodos distintos da história das Copas:

  1. Zagallo (1958–1970): o futebol arte e a criatividade brasileira.
  2. Beckenbauer (1974–1990): a eficiência tática e o equilíbrio europeu.
  3. Deschamps (1998–2018): o pragmatismo e a modernidade do futebol globalizado.

Cada um moldou o jogo de acordo com sua época, mantendo o mesmo objetivo: vencer a Copa do Mundo.

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