Empresas de criptomoedas e plataformas de trading intensificaram suas presenças no futebol europeu, com participação relevante entre os patrocinadores das principais ligas do continente. Foi o que mostrou um levantamento do site Investigate Europe, que apontou uma expansão envolvendo empresas reguladas e não reguladas, incluindo marcas já advertidas por autoridades financeiras em diferentes países do Velho Mundo.

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A apuração sobre os vínculos de patrocínio nas cinco principais ligas da Europa identificou que mais de um terço dos clubes mantém algum tipo de parceria com empresas do ramo: seja de criptomoedas ou de plataformas de trading. Em alguns mercados, a concentração é mais alta: a Premier League registra a maior incidência de acordos, enquanto Espanha, Alemanha, Itália e França aparecem com níveis variados de apoio.

Patrocínio de criptomoedas e plataformas de trading na Europa:

  1. Campeonato Italiano: 35%
  2. Campeonato Alemão: 33%
  3. Campeonato Francês: 16,7%

Na Itália, o levantamento indica que sete clubes possuem contratos com 11 patrocinadores diferentes do setor, formando um dos cenários mais diversificados entre as grandes ligas. Esses acordos incluem tanto exchanges (corretoras) quanto plataformas de investimentos de alto risco. Sobre o Reino Unido, a publicação destaca casos envolvendo empresas sem licença para operarem no país.

A reportagem cita exemplos de acordos firmados com empresas que enfrentam questionamentos regulatórios. Há, inclusive, plataformas que já foram alvo de advertências de autoridades financeiras na União Europeia ou na própria Grã-Bretanha.

Em determinadas situações, produtos oferecidos aos torcedores são classificados como de risco elevado, especialmente pela volatilidade das criptomoedas e pela natureza especulativa de alguns serviços de trading. Noutros momentos, uma empresa está autorizada a operar num país, mas não em outro do continente.

- Clubes de futebol são vistos como marcas com prestígio, e essas empresas querem surfar nessa reputação - afirmou Kieran Maguire, especialista em finanças do futebol da Universidade de Liverpool. E ele acrescentou:

- Investir em criptomoedas é investir num mercado muito especulativo.

O setor investiu e movimentou milhões de dólares nos últimos anos. Contudo, também esteve envolvido em polêmicas e necessidades de interrupção contratual em diferentes países. Principalmente por conta de não pagamentos dos valores acordados com os clubes.

Patrocínios de criptomoedas e trading invadem o futebol europeu e geram alerta (Foto: Oscar DEL POZO / AFP)
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