A GE TV tem sido resposta positiva ao crescimento da Cazé TV. Esta é a avaliação do conselheiro e ex-chefe de jornalismo do Grupo Globo, Carlos Henrique Schroder, e da diretora de governança do conselho da empresa, Manuela Mattos, presentes no evento Conexão Governança – Capítulo Rio de Janeiro, promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) nesta terça-feira (2).
Os executivos afirmaram que a expansão da Globo para plataformas digitais é parte de uma estratégia para acompanhar mudanças de consumo e enfrentar concorrentes diretos. Schroder destacou que a presença do grupo em diferentes plataformas é essencial para alcançar públicos que têm abandonado meios tradicionais.
— Essa é uma visão muito clara de como você tem que estar presente para atender a população onde ela vai consumir aquele conteúdo. Hoje, o jovem é um problema para as mídias em geral, não só para a Globo. Ele não está nas mídias tradicionais. Ele vai para o YouTube, para o Instagram, para o Facebook, vai para outros meios que não os considerados tradicionais. O que você faz em relação a esse consumidor? Você não pode ignorar. Então, existem dois caminhos para tentar alcançá-lo. O primeiro é ir onde ele está, usando a linguagem que ele entende. E, num segundo movimento, que ainda não foi concluído, mas está sendo feito, trazer de volta o conteúdo no tradicional, mas que conversa melhor com ele — afirmou, em resposta ao Lance!.
Segundo Schroder, a Globo precisa atuar diretamente nas plataformas digitais para ter controle sobre o conteúdo que circula.
— Houve uma discussão muito grande sobre estar presente em outros lugares que não aqueles em que está tradicionalmente. Eu entendo que sim. Você tem que estar. Tem que estar no YouTube, no TikTok, no Instagram. Você precisa estar lá. A justificativa que existia na época era a de que você já estava presente nessas plataformas por meio das pessoas. Não. Você não tem comando se não estiver lá diretamente. Quando você está presente com a GE TV e com outros conteúdos que estamos ampliando gradativamente, você passa a ter controle da proposta. O recorte feito pelo consumidor nem sempre é o recorte adequado, e surge uma terceira via: é ele quem está comandando a ação. Então, oferecer um conteúdo diferenciado, que fale a linguagem dele, é estratégico, é importante e é uma tentativa, com o tempo, de trazê-lo de volta para os grupos principais — completou.
Manuela Mattos reforçou que a movimentação é fruto de discussões internas. A diretora detalha como a Cazé TV e outros veículos digitais já são tratadas como concorrentes diretos e influenciam as decisões da Globo.
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— Esse é um debate sobre estratégia. É um debate que a gente fez no conselho. É óbvio que os outros canais, como a Cazé TV, são concorrentes diretos, fazem parte desse grupo de concorrentes do nosso grupo. E olhar os concorrentes faz parte, é um dos principais temas do conselho. A gente tratou disso. Então, isso foi muito debatido, está ali o olhar estratégico. E, como empresa familiar, as decisões são muito rápidas. Então decidimos fazer, rapidamente estava de pé, e estamos tendo sucesso — afirmou Manuela.
Schroder também ressaltou que a distribuição é central na estratégia da Globo para os próximos anos.
— No canal de mídia um dos elementos principais é a distribuição. Não estar presente em vários lugares. Não adianta só o canal aberto; tem que estar no Globoplay, tem que estar no digital, tem que estar presente para ser acessível às pessoas. É um meio gratuito, então, quanto mais você tiver acesso a esse canal, mais fácil fica o conjunto dele. A distribuição é o elemento principal na estratégia desse olhar de futuro — concluiu.