Heróis na semi, Cássio e Jailson fazem dos clubes as suas seleções

Goleiros travarão duelo particular na final do Campeonato Paulista. Ídolos e em grande fases, representam todo o sentimento que estará envolvido no Dérbi deste sábado

Jailson e Cássio: paredões da final
Cesar Greco / Fotoarena e Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

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Pelo menos no gol, a final do Campeonato Paulista entre Corinthians e Palmeiras estará muito bem representada. Cássio e Jaílson simbolizam a segurança de corintianos e palmeirenses de que o outro terá de sofrer para conquistar o caneco. Cada um a seu modo, os donos da meta fizeram dos clubes as suas seleções. Decisivos nas semifinais, agora eles duelam para saber quem leva a melhor em uma relação mais próxima do que se imagina. 

Cássio e Jaílson são adversários, goleiros de clubes que ostentam uma das maiores rivalidades do país, mas isso não impede o clima de cordialidade. A cada jogo.

- Jailson é um cara superbacana, sempre que encontrei com ele foi um cara muito bacana, troco camisa com ele todo jogo. Fico muito feliz, acompanhei a história dele. Cara que trabalhou, e quando você trabalha, é um cara do bem, as coisas fluem bem para você - conta Cássio, perguntado sobre o adversário. 

Jaílson tem em casa o sentimento de retribuição às palavras de Cássio. Corintiana, a mãe do goleiro do Palmeiras é fã do goleiro do Corinthians. Nada se compara ao amor pelo filho, que leva na boa a questão, mas simboliza o respeito mútuo entre as partes. 

A dupla também se assemelha no amor à camisa que veste. Aos 36 anos, Jaílson só começou a brilhar pelo Palmeiras em 2016, com a conquista do título brasileiro, mas é torcedor do clube desde a infância. Há quem faça coro por ele na Seleção Brasileira, mas ele prefere deixar claro onde é sua verdadeira casa.

- Eu sou um cara tranquilo, sossegado. Se tiver que ir para a Seleção, irei com o maior prazer, feliz para caramba. Mas o Palmeiras já é a minha seleção - afirmou Jaílson.

Cássio não é muito diferente. O goleiro chegou ao Timão no início de 2012 e tornou-se um dos maiores ídolos da história do clube, tendo conquistado praticamente todos os títulos possíveis desde o Paulista (duas vezes), a Libertadores e Mundial. É presença constante nas listas de Tite para a Seleção, briga por vaga na Copa, mas ficou fora da última convocação. Desânimo? Imagina. O Corinthians não deixa.

- Corinthians é minha casa, que abriu as portas para mim. No momento mais difícil, me deram a chance. Tenho muito respeito por todo mundo, pelas pessoas. Felizmente as pessoas que me trouxeram estão aqui agora de novo, o Andrés  (Sanchez, presidente), Duílio (Monteiro Alves, diretor de futebol). Da minha parte vou estar sempre disposto a ajudar. Meu foco é aqui, vai sempre continuar sendo aqui. Lógico que tenho vontade e gostaria de ser convocado, estar na Copa, mas sei que minha chance aumenta se eu for bem aqui - avaliou o camisa 12 do Timão. 

Os dois goleiros vivem grandes momentos, mas Cássio pode se dizer mais tranquilo. Ele foi herói da classificação do Corinthians defendendo duas cobranças de pênalti contra o São Paulo - Diego Souza e Liziero e o técnico Fábio Carille conta com ele nas duas finais. Já Roger Machado não pode dizer o mesmo. Jaílson também foi herói pegando a cobrança de Diogo Vitor na decisão por pênaltis contra o Santos na semifinal, mas só tem presença assegurada no primeiro jogo da final. Isso porque irá a julgamento na próxima terça-feira por acontecimentos do último Dérbi, quando o Corinthians venceu por 2 a 0 na Arena. O goleiro do Verdão foi expulso e após a partida fez duas críticas à arbitragem. Jogou a semifinal com efeito suspensivo. 

De qualquer forma, neste sábado, na Arena Corinthians, haverá mais do que um duelo de grandes goleiros. Será o reencontro de amigos que representam todo o sentimento envolvido no Dérbi.  Que vença o melhor.

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