Clubes brasileiros lançam uniformes para promover o Dia da Consciência Negra a apoiar a causa antirracista

Equipes brasileiras fizeram diferentes campanhas para o Dia da Consciência Negra

Camisa Botafogo
Foto: Vitor Silva/Botafogo

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Na semana da Consciência Negra, diversos clubes da elite do futebol brasileiro lançaram camisas e promoveram ativações para homenagear a data que visa combater e conscientizar sobre a problemática do racismo na sociedade.

O Internacional e o Flamengo, em parceria com a Adidas, lançaram o uniforme que faz menção à causa racial, inspirada no manifesto “Excelência Negra”, produzido por Marcelo Carvalho, um dos criadores do Observatório Racial. O Colorado estreou a nova camisa, predominantemente preta, na partida contra o Cuiabá, na última quarta-feira (17), pelo Campeonato Brasileiro.

- A camisa do combate ao racismo vai ao encontro da política de inclusão que o clube tem adotado desde a sua fundação. Somos um time popular, do povo, e também fomos um dos primeiros do Brasil a aceitar atletas afrodescendentes no futebol profissional, em 1925. O uniforme reforça a linha que a instituição tem assumido, principalmente na atual gestão, de ser um clube com caráter cada vez mais inclusivo e respeitando suas origens e DNA - destaca Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional.

Outro clube que saiu do comum foi o Botafogo, que lançou uma nova camisa com o conceito “Manto da desigualdade”, nesta sexta-feira (19), em uma ação especial de conscientização, que traz dados sobre a desigualdade racial no país estampados em suas tradicionais listras do uniforme. A equipe estreará o manto na partida contra o Brasil de Pelotas, neste domingo (21).

Camisa Cuiabá
Foto: Divulgação/Cuiabá

- É gratificante para o clube participar dessa campanha. Em parceria com a Estrelabet, que cedeu a posição de master para a Centrum, concretizamos uma ação de grande impacto para a sociedade. Nosso maior objetivo é contribuir com o debate sobre o tema de racismo no futebol - afirmou Lênin Franco, Diretor de Negócios do Botafogo sobre a campanha do clube carioca.

Neste sábado (20), o Cuiabá lançou dois modelos de camisa, assinadas pelo Dourado, marca patenteada pelo clube, em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Uma na cor preta, com os detalhes em tom de cinza, e outra chumbo, também com detalhes em cinza. Os jogadores Paulão e Osman participaram das fotos para o lançamento do novo manto.

Em homenagem à África, o Bahia também lançou um novo uniforme. Nomeado de “Raiz de Todo Bem”, o manto faz referência à canção de Saulo Fernandes e Leonardo Reis. O campeão olímpico Hebert Conceição, anunciado recentemente como novo embaixador do clube, participou da campanha.

A Volt Sport, marca de material esportivo brasileira, em agosto, lançou o terceiro uniforme do América-MG com companha antirracista, que destacou a ação #ConsciênciaNegraTodoDia, projeto criado para fortalecer a luta contra o racismo. Para o lançamento, um vídeo foi produzido com apoiadores e atletas. No material, os personagens leram um manifesto do clube em apoio à causa.

- O futebol é uma plataforma relevante de exposição e, através dele, muitas causas podem ganhar força e notoriedade. Neste ano, também lançamos o novo manto de goleiros do CSA, que contém a frase #DigaNãoAoRacismo - afirmou o sócio-diretor da empresa esportiva, Fernando Kleimmann.

Na visão de Renê Salviano, executivo de marketing que lançou neste ano a HeatMap, agência de marketing esportivo focada em captação de patrocínios, as agremiações que promovem este tipo de ação, além de passarem uma mensagem importante para a sociedade, também atraem aspectos positivo para uma construção de imagem no mercado.

Para Marcelo Palaia, especialista em marketing esportivo, é muito importante o posicionamento dos clubes, seja em publicações nas redes sociais ou em campanhas mais elaboradas, destacando a relevância dessas ações de cunho social que impactam milhares de pessoas.

- O futebol é um meio de muita exposição e visibilidade. Quando os times realizam ativações como essas, a tendência é que elas tenham um alcance significativo e que as causas ganhem ainda mais em notabilidade - conclui.

- O tempo da "isenção" era quando a comunicação de massa predominava. Estamos numa era em que as pessoas podem ter acesso ao que lhes interessa e a dúvida sobre determinada a posição de uma instituição ou atleta pode gerar uma decepção muito mais danosa em termos de imagem do que quando se pensa diferente, mas se é claro no posicionamento - comenta Bruno Maia, CEO da Feel The Match e especialista em inovação no esporte.

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