O futebol feminino vive uma fase de crescimento no Brasil, com atletas cada vez mais jovens atingindo alto rendimento. Mas a rotina intensa de treinos e jogos também traz um alerta importante neste 12 de novembro, Dia Nacional de Prevenção de Arritmias Cardíacas e Morte Súbita. Segundo especialistas, até pessoas saudáveis e com boa forma física podem desenvolver arritmias de forma silenciosa.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), uma em cada quatro pessoas pode apresentar o problema ao longo da vida. No Brasil, cerca de 300 mil mortes súbitas são registradas todos os anos, muitas delas em jovens sem histórico de doenças cardíacas.

Um estudo publicado em 2025 no JAMA Network Open analisou casos de parada cardíaca súbita em atletas entre 2017 e 2022 e revelou que quase metade (49%) dos episódios terminou em morte, mesmo entre indivíduos sem diagnóstico prévio. O dado acende um sinal de alerta para o esporte, inclusive o feminino, que cresce em intensidade e exigência física.

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— Há uma percepção equivocada de que apenas pessoas idosas ou com doenças cardíacas conhecidas estão em risco. Mas a verdade é que arritmias podem acometer qualquer pessoa, inclusive atletas amadoras e corredoras de rua. O impacto é enorme quando eventos como esses acontecem em indivíduos jovens — explica o Dr. Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O que são as arritmias e como prevenir

As arritmias são alterações no ritmo do coração, que pode bater rápido demais, devagar demais ou de maneira irregular. Muitas vezes, os sintomas são discretos, como palpitações, tontura e cansaço, e passam despercebidos. Em casos graves, o primeiro sinal pode ser justamente a morte súbita.

— Por isso, o acompanhamento médico é essencial, especialmente para quem tem histórico familiar, hipertensão, diabetes, obesidade ou pratica exercícios intensos sem avaliação prévia — alerta o especialista.

O médico reforça que a prática esportiva continua sendo uma grande aliada da saúde, mas precisa ser acompanhada de forma segura.

— A atividade física é uma das melhores formas de prevenção, mas deve vir acompanhada de uma avaliação cardiológica. Exames como o eletrocardiograma, o teste ergométrico e o ecocardiograma ajudam a detectar alterações que passam despercebidas — afirma.

Entre jogadoras profissionais e atletas de alta performance, o esforço intenso pode, em casos raros, revelar arritmias pré-existentes. A combinação de carga física elevada e distúrbios elétricos silenciosos aumenta o risco de eventos súbitos, o que reforça a importância da cardiologia esportiva também no futebol feminino.

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