Carreira, foco no Youtube, ‘haters’ nas redes sociais e futuro: Mauro Cezar Pereira abre o jogo ao L!

Comentarista, que deixou a ESPN recentemente, revela foco total ao Youtube, mas não descarta retorno à TV

Mauro Cezar Pereira
Mauro Cezar vem focando em seu canal no Youtube e seu trabalho independente (Foto: Reprodução/Youtube)

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Uns amam, outros odeiam. Uns escutam, outros assistem, alguns leem. Não importa o formato, a plataforma ou a área, as opiniões dele são sempre uma das mais requisitadas. Um dos jornalistas esportivos mais famosos do Brasil, Mauro Cezar Pereira se tornou uma referência no setor por não fugir de respostas. Suas opiniões, que nem sempre agradam todos, nunca são omitidas por um perfil que se tornou parâmetro para muitos.

Aos 57 anos de idade, Mauro Cezar movimentou o mercado do jornalismo esportivo após deixar a ESPN Brasil, que foi sua casa por 16 longos anos. Um dos motivos foi o pedido de exclusividade da emissora do Grupo Disney, que inviabilizaria algum dos trabalhos exercidos pelo jornalista, que escreve para outros veículos e aparece em seu canal no Youtube quase que diariamente. Portanto, Mauro decidiu seguir outros rumos e renovar sua carreira.

É no Youtube que o experiente jornalista vem investindo a maior parte do seu tempo desde sua saída da televisão. Com 578 mil inscritos em seu canal até a publicação desta matéria, Mauro Cezar mostra que a plataforma pode ser um caminho para jornalistas se comunicarem com o seu público. Essa é a estratégia do profissional.

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Mauro Cezar falou sobre essa mudança de foco na sua carreira e o investimento do seu tempo na plataforma de vídeos após passar tanto tempo na televisão. Segundo ele, o Youtube não é um mero hobby e, sim, um mercado de trabalho que vem gerando ótimos resultados.

- Primeira coisa que acho que é importante falar, e até alguns jornalistas não entenderam isso, é que o Youtube é um mercado de trabalho. O Youtube não é um mero hobby. É possível você desenvolver um trabalho profissional no Youtube encontrando a linguagem certa, o seu público, o seu nicho em alguns ou muitos casos, e você tendo condições de ter um canal mais encorpado, você consegue ter receita e fazer daquilo ali um trabalho. É um trabalho, não é um hobby. Eu encarei dessa maneira durante os últimos anos tentando fazer com que o canal ganhasse mais força, agora mais ainda porque eu tenho mais tempo para me dedicar a ele já que eu não tenho mais a televisão, e está sendo ótimo. O canal não para de crescer, o canal vai bem, as audiências são boas, o público gosta do trabalho, o clube de membros se estabeleceu muito bem em um prazo muito curto, que eu abri em dezembro perto do Natal e rapidamente atingiu um bom nível e continua ali com uma boa participação de pessoas que integram o clube de membros. A comunicação é muito mais informal, muito mais solta. Você é dono do seu tempo, da sua agenda, a interatividade é 1 milhão de vezes maior, então as pessoas têm muito mais proximidade com a gente - afirmou.

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Depois de tanto tempo à frente das câmeras na ESPN Brasil, Mauro, mais do que a grande maioria das pessoas, pode falar sobre a diferença de comunicação na TV e no Youtube. Para ele, a versatilidade e a interação direta com o público são fatores que fazem a plataforma de vídeos na internet ter se tornado uma prioridade em sua vida profissional.

- Uma coisa até curiosa, mas que funciona assim: é que quando você aparece na televisão durante um tempo, as pessoas começam a te olhar como se você fosse um ser inalcançável, mas não, somos seres humanos como qualquer outro. No Youtube, você tem muita proximidade com quem acompanha o trabalho. Consequentemente, a troca é muito maior, você tem muito mais feedback, você consegue direcionar o seu trabalho e isso tudo é muito bom. Eu acho que é uma experiência ótima, é uma comunicação muito mais moderna e mais próxima do que aquilo que é o mundo de hoje com as ferramentas que existem e não existiam quando a televisão foi criada. Até talvez a televisão precise aprender com o Youtube com relação a melhorar a forma como se comunica com o seu público. -

"Até posso trabalhar em televisão, mas o que eu não vou fazer é abrir mão do Youtube em hipótese alguma"<br><br>- Mauro Cezar

- Eu estou achando ótimo e não significa que eu não possa trabalhar em televisão. Até posso trabalhar em televisão, mas o que eu não vou fazer é abrir mão do Youtube em hipótese alguma. Eu poderia ter continuado na empresa aonde eu trabalhava se aceitassem que eu continuasse com o meu canal. Queriam que eu fosse exclusivo, eu disse não. Embora eu faça outros trabalhos, o Youtube é fundamental nas minhas estratégias que eu estou seguindo agora. Se não existisse o Youtube, eu não teria condições, eu posso afirmar isso, de tocar as coisas como eu estou tocando de forma mais independente, prestando serviços para alguns veículos, mas o Youtube é um alicerce fundamental nessa minha forma agora de trabalhar e de tocar minha vida profissional - explicou.

Essa versatilidade oferecida pela plataforma de vídeos mostra, em sua visão, que o conteúdo é mais importante do que a embalagem, ou seja, a parte visual. Tanto é que Mauro relembra um episódio em que, após uma apuração enquanto cortava o cabelo, gravou um vídeo diretamente do salão de beleza e o publicou em seu canal com um cenário totalmente informal. A mudança não fez diferença e a audiência sequer notou.

- Além da interatividade, eu acho que a gente tem uma comunicação menos formal. Eu acho até que a televisão ainda está muito presa em alguns conceitos que cada vez são menos importantes. Eu acho que a pessoa que acompanha análises e comentários sobre futebol está muito mais preocupada com o conteúdo do que com a embalagem. A embalagem é importante - cenário, visual, iluminação -, mas acho que não vale nada se você não tiver um conteúdo que realmente faça alguma diferença. Acho que esse é o ponto. Se você tiver a capacidade de produzir um bom conteúdo, você vai atingir o seu público e você não tem a necessidade de ter uma grande estrutura com você. Você pode ter um canal e fazer um ótimo trabalho tendo uma conexão com a internet, um celular e um computador para você fazer edição. Dá pra fazer até só com o celular, eu faço muita coisa só com o celular.

Quando eu estou fora do meu espaço para trabalhar. eu consigo gravar e subir o vídeo fazendo tudo pelo celular. Não tem diferença nenhuma do ponto de vista prático. Uma vez eu fui cortar o cabelo e eu apurei uma informação trocando mensagens enquanto cortava o cabelo. Quando eu acabei de cortar o cabelo, eu fui tomar um café e eu ia embora. Aí veio uma resposta, completando aquilo que eu estava apurando. Aí eu pensei: "Até eu chegar em algum lugar para gravar... Quer saber? Eu vou gravar aqui". Peguei o celular, botei apoiado na máquina de café e gravei um vídeo dando a informação da notícia que eu tinha apurado. No vídeo atrás de mim, passa uma mulher carregando toalhas, aquele movimento de salão porque eu estava num canto que atrás as vezes passavam alguns funcionários. Eu saí falando, dane-se o que estava passando atrás de mim, eu estava no salão cortando o cabelo e o importante é a mensagem. Na época, foi um dos vídeos de maior audiência, deve ter uns três anos. Ali ficou claro que o cara está mais preocupado com a mensagem. Claro que se eu puder estar em outro local com uma iluminação melhor seria melhor, mas naquele momento, como era algo factual, a informação era o mais importante e as pessoas acessaram. Não vi ninguém reclamando porque o cara queria a mensagem - relembrou.

Mauro Cezar
Mauro Cezar vem fazendo sucesso no Youtube (Foto: Reprodução / Youtube Mauro Cezar)

Além de Mauro Cezar, alguns outros jornalistas esportivos estão investindo mais na plataforma para divulgar seus trabalhos, como é o caso de Jorge Nicola, que também deixou a ESPN para focar em seu canal que conta com 980 mil inscritos. No entanto, Mauro alerta que a experiência da televisão não conta tanto na hora de produzir conteúdo para a plataforma digital.

- O Youtube pode ser um pouco rádio como nessa hora que a imagem pouco importa e sim o que você está dizendo, ele pode ser televisão quando a imagem que você está mostrando é algo relevante. É um pouquinho de cada um. É muito mais versátil e você vai desenvolvendo a sua linguagem e dominando essa comunicação com o passar do tempo. Acho que é preciso também ter uma certa capacidade de entender que você está entrando num território que você vai se surpreender e vai aprender muitas coisas. Eu tive várias experiências ruins de vídeo na internet até antes do Youtube existir, por volta de 2000, trabalhei num portal só de vídeos e a conexão era discada para praticamente todo mundo e a gente já produzia vídeos para a internet. Já naquela época a gente tinha a preocupação de aprender e o entender o que o público queria.

- Muita gente fracassou fazendo experiências assim porque fizeram televisão na internet, e o vídeo da internet não é televisão. Youtube não é televisão. Youtube é Youtube. É outro papo, outra pegada. Às vezes é rádio, às vezes é televisão, às vezes é as duas coisas. (...) O Youtube é mais abrangente do que a televisão, não há nem termos de comparação. A gente tem que ter essa capacidade e até a humildade de procurar entender. Se tentar fazer televisão e falar: "Ah, eu tenho 30 mil anos de televisão, vou deitar e rolar aqui". Não vai não, irmão, porque daqui você não sabe nada. Alguns elementos que você traz da televisão vão te ajudar, mas aqui é outro universo, é uma outra coisa - disse.

Um dos principais destaques do seu canal é o clube de membros, que foi dividido em três categorias para as pessoas que desejam colaborar com o crescimento de seu canal na plataforma. Em troca disso, inscritos possuem prioridade na hora de terem suas mensagens lidas e podem até participar de mesas redondas com o jornalista no formato de lives. A ideia de colaboração, segundo Mauro, elimina o intermediário e ajuda diretamente o jornalista, já que o público está acostumado a pagar para consumir conteúdo jornalístico de diferentes formas.

- No início quando eu comecei eu pensei: "Poxa, o cara vai pagar?". O cara paga para ver conteúdo fechado na internet, TV fechada, assinou jornal durante anos, assinou revista a vida inteira... As pessoas pagam para consumir um conteúdo jornalístico. Por que ele não pode pagar para um jornalista que ele acompanha para que ele possa seguir sua carreira? Por que eu preciso de um intermediário? Por que eu preciso trabalhar em uma televisão a cabo? Aí o cara paga uma operadora, que transfere esse dinheiro em parte para o grupo de comunicação que é dono daquele canal, que me paga uma grana por mês. Por que ele não paga diretamente para mim e para o Youtube, que é o meu parceiro e viabiliza toda essa estrutura tecnológica para a gente poder ter condições de poder falar com todas essas pessoas? Qual é a diferença? Nenhuma.

- Até porque na TV a cabo, um jornal com conteúdo fechado, se você não pagar, você não vê e não vai ter acesso a nada. No Youtube, a maior parte do conteúdo é aberto. Os meus vídeos são disponíveis para todo mundo, as lives são abertas para todo mundo. Agora, o cara que colabora com o superchat está colaborando com o canal, então a mensagem dele vai ter prioridade. Nos parques da Disney, existe um negócio de furar fila que o cara tem acesso a uma fila mais curta, mas todo mundo tem acesso. Então por que eu não posso ter algumas vantagens para quem quer colaborar com o canal? - analisou.

Por ter opiniões fortes e uma personalidade que não foge de polêmicas - muito pelo contrário -, Mauro acaba sendo um alvo dos famosos 'haters', que acabam atacando o jornalista pelas redes sociais por discordarem de análises. Tanto é que Mauro ficou conhecido por bloquear internautas no Twitter depois de ofensas. O comentarista explicou como é a experiência de vivenciar esse tipo de situação e que isso, querendo ou não, acaba gerando engajamento.

- Não é muito leve não, ela é bem pesada. Muitas vezes as pessoas passam bastante do ponto.(...) E por que isso acontece? Porque geralmente os jornalistas são água com açúcar, são marcadas pelo óbvio, não te fazem pensar. Eu acho que a minha linha, seja na televisão, no Youtube ou quando eu escrevo, é o inverso disso. A minha característica é colocar o dedo na ferida e falar o que eu penso, gostem ou não. Evidentemente, muita gente não tá preparada para isso. Você chega e fala para o cara que o time dele joga mal. Ele vai te e xinga, porque ele não tem argumento para rebater. Ele sabe que o time dele joga mal, sabe que aquilo é verdade, mas outros não falam e preferem florear a coisa como se fosse tudo maravilhoso.

"Eu não sou um gênio, mas eu não sou um covarde. Eu falo o que eu penso e não faço média com torcedor"<br><br>- Mauro Cezar

- O Vasco foi rebaixado. Quantas pessoas enalteceram o Vasco no começo do campeonato como se fosse um time que fosse brigar por posições importantes no Brasileirão? Vários jornalistas fizeram isso. Isso eu chamo de oportunismo ou de cegueira futebolística, porque estava claro que o Vasco não ia brigar por posições nobres. Lá atrás, no começo, eu falava que era uma fase e analisava, falava, mostrava estatísticas, calcei minha opinião, contextualizei. Aí falavam que eu torcia pelo Flamengo e não gostava do Vasco, fui xingado e xingado. Quem estava com a razão? Eu não sou um gênio, mas eu não sou um covarde. Eu falo o que eu penso e não faço média com torcedor. Quem fez média, hoje está quieto. Acho que essa é a diferença. Agora isso gera crescimento? Talvez sim - afirmou.

As opiniões de Mauro Cezar Pereira se tornaram uma parte fundamental da sua carreira, principalmente por não fugir de polêmicas. Hoje, Mauro escreve para blogs em diversos veículos e produz análises em seu canal no Youtube. O jornalista explicou como é a exposição de profissionais que trabalham nesse nicho e as represálias sofridas por quem discorda.

- Muita gente eu bloqueei no Twitter porque me ofendem. Aí perguntam: "Ah, mas você bloqueia por qualquer coisa". Os caras me chamam de mau caráter pra baixo e eu tenho que ficar lendo isso? Não. Eu não quero ter contato com esse tipo de pessoa. É block e vá cuidar da sua vida. Agora, quer discordar numa boa, vamos debater e fazer isso de uma forma civilizada, acho até muito saudável. Aliás, tem muita gente que discorda de mim com argumentos educados e que as vezes me fazem até refletir sobre algumas opiniões e me fazem mudar de ideia, isso acontece obviamente. Agora, talvez isso gere crescimento, talvez sim. Por outro lado talvez não porque tem uma rejeição de uma parcela das pessoas que me detestam, e acho que me detestam porque elas não estão preparadas para alguém que toca ali no ponto mais delicado da questão e ficam com raiva. Eu sempre digo que tudo bem, não gosta, não acompanha. Tem um monte de jornalista passando pano, água com açúcar, falando coisas que não são verdadeiras para agradar torcedor.

- O trabalho da gente que dá opinião é parecido com uma terapia. Ninguém faz terapia para ouvir aquilo que você quer. Se você faz terapia porque sua vida está com algum problema, e eu acho que terapia é algo super positivo e todo mundo deveria fazer, é legal quando o seu terapeuta manda para você a real. Se você chegar lá e ele falar que você está certo em tudo, você não vai sair do lugar, porque é óbvio que você não está certo o tempo todo. Nenhum de nós está certo o tempo todo. Eu acho que nosso trabalho é esse. A gente vai errar às vezes em alguma avaliação, sim, mas tem que ser honesto com quem acompanha o trabalho da gente. Tem que mandar a real. Acho que gera um crescimento e também gera uma rejeição numa parcela do público. Eu não estou aqui para agradar as pessoas, estou aqui para ser correto com elas falando aquilo que eu acredito e o que eu penso. Se algumas não estão preparados para isso, eles não são do meu público, eles são do público de outro perfil de jornalismo. Eles vão encontrar em outro lugar, não no meu canal, aquilo que eles procuram - cravou.

Atualmente, Mauro produz lives, notícias factuais e apurações para o seu canal, além de mesas redondas com Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tirone, ex-companheiros de ESPN Brasil. No entanto, Mauro ainda analisa novos formatos para o seu canal e revelou alguns planos que estão em seu radar.

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- Eu acho que isso vai surgir em função de possibilidades diversas. Uma coisa que eu já pensei em fazer, por exemplo, é live durante os jogos, mas eu ainda não encontrei um formato que seja interessante para isso. Estou com algumas ideias que a gente precisa desenvolver que pode ser interessante. Algumas pessoas falavam que gostavam de quando eu comentava os jogos na televisão. De repente eu posso comentar os jogos no Youtube sem a imagem e interagindo com as pessoas. Isso é uma coisa que eu pretendo fazer, mas eu quero encontrar o formato certo e também, talvez, fazer disso um meio para ter um parceiro que esteja junto comigo nisso. Esse também é outro ponto importante de ter parcerias dentro do Youtube para poder fazer com que o canal gere receitas e seja autossustentável. O objetivo é esse: ser autossustentável.

- Por exemplo, eu falo muito do Flamengo no Youtube. Por que eu falo muito do Flamengo no Youtube? Aí eu vou te responder. Por que a TV Globo mostra mais jogos do Corinthians e do Flamengo? Por que quando ela quer crescer o pay-per-view, ela pega os jogos clássicos dos campeonatos e joga para o PPV? Porque ela quer atrair o público dela. Grande parte dos meus inscritos são rubro-negros e isso aumentou muito quando as pessoas passaram a saber qual era o meu time, embora eu critique e muito o Flamengo (risos). Talvez eu seja o jornalista que mais bata no Flamengo. Eu sou o jornalista que mais fala dos Garotos do Ninho, daquele absurdo e tudo que aconteceu depois. Tem até muitos rubro-negros bloqueados no meu Twitter por esse tipo de situação. Eu também tenho que buscar a minha audiência. Todos nós queremos audiência. A televisão quer audiência, o Youtube também quer audiência. Sem a audiência, você não vai à lugar algum. Mas eu não deixo de falar de outros times não, falo de outros clubes com frequência, analiso, gravo vídeos e faço lives. (...) Acho que tem uma infinidade de situações e possibilidades que vão aparecer com o passar do tempo. A gente vai tendo ideias e aprimorando e ampliando - concluiu.

*Estagiário sob supervisão de Ricardo Guimarães.

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