Ao L!, Adilson Batista elogia Jorge Jesus, mas cobra valorização aos brasileiros

Convidado do 'De casa com o L!', treinador comentou sobre a onda de técnicos estrangeiros no país 

Adílson Batista - Cruzeiro
Adilson Batista assumiu o Cruzeiro nas rodadas finais do Brasileirão do ano passado e foi desligado do clube neste ano (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

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Um dos grandes treinadores do futebol brasileiro no século, Adilson Batista foi o convidado do 'De casa com o L!' desta última sexta-feira. O treinador relembrou momentos da carreira como jogador e treinador, comentou sobre as passagens por Cruzeiro e outros gigantes do país, e também sobre a onda de técnicos estrangeiros no Brasil.

Apesar de passagens por grandes clubes do futebol brasileiro, o treinador acabou marcado principalmente por campanhas contra o rebaixamento. Com a crise pós-Copa de 2014, a "reciclagem" de técnicos no Brasil foi discutida e, com isso, abriu portas para uma onda de estrangeiros no país. O mais recente sucesso foi o português Jorge Jesus, do Flamengo. Ao LANCE!, Adilson Batista cobrou mais valorização aos brasileiros.

- O problema é a gente não se iludir em relação aos comentários como ‘o treinador estrangeiro é melhor que o treinador brasileiro’. Nós temos cinco Copas do Mundo. O Felipão é idolatrado em Portugal. Carlos Alberto (Parreira), Abel (Braga), Ricardo Gomes, entre outros, trabalham lá... Infelizmente nós tivemos algumas dificuldades para entrar no mercado europeu. Evidente que o Jorge Jesus tem a sua qualidade e tem muitos méritos, o Sampaoli e o Jesualdo também, mas já veio inúmeros treinadores que já foram embora. Odair Hellmann no Juventude trabalhava com três volantes e metiam o pau nele. Esses dias o (Eduardo) Coudet usou quatro volantes contra o Grêmio e não falaram nada - disse.

- Tem que acabar com isso, que tudo o que é dos outros é melhor. As pessoas precisam valorizar, tem que acabar com essa 'síndrome de viralata’. Como é que vamos discutir a qualidade do Felipão com 40 títulos? Ele esqueceu? O Felipão era ultrapassado no Grêmio e chegou o Roger ‘moderno’. O Roger no Palmeiras era um treinador muito jovem e o Felipão chegou, foi campeão brasileiro e virou ‘o treinador’. As pessoas precisam aprender a respeitar o profissional. O Felipão é respeitado lá fora - completou.

"O que nós fazemos o Jorge Jesus também faz. Temos cinco títulos mundiais com treinadores brasileiros"

Após demitir Abel Braga no meio do ano passado, o Flamengo investiu na contratação do técnico Jorge Jesus. Junto com o português, chegaram alguns reforços de peso como os laterais Rafinha e Filipe Luís, o zagueiro Pablo Mari e o meia Gerson, todos também da Europa. O Rubro-Negro foi campeão brasileiro e da Libertadores, e continua com o favoritismo para 2020. Adilson Batista frisou que Jesus tem méritos, mas ressaltou que não trouxe novidades para o futebol.

- O que nós fazemos, o Jorge Jesus também faz. A linha de trabalho não muda. É um grande treinador e tem muito mérito, gosto dele. Ele chegou, teve 20 dias de folga com os jogadores, vieram cinco jogadores da Europa com muita qualidade, o time encaixou, tem marcação alta, marcação pós-perda, a torcida do Flamengo ajudou... Tem muita coisa boa. Mas agora o brasileiro não presta? Temos cinco títulos mundiais com treinadores brasileiros. O Tite é um grande profissional. Ele fez um ótimo trabalho no Grêmio, São Caetano, Internacional... É preciso ter paciência. O Andrés teve calma e o Tite ganhou tudo no Corinthians. Foi a mesma história com o Telê Santana - finalizou.

*Estagiário sob a supervisão de Tadeu Rocha 

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