Venda de Nino, Cano, Patrick, novos reforços e saídas: veja como está a situação do Fluminense no mercado

Clube desistiu de mandar o zagueiro para o Tigres, tem acordo com o centroavante e não fez proposta pelo jogador do Internacional, apesar da indicação de Abel


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O assunto da quinta-feira no Fluminense foi a possível venda do zagueiro Nino ao Tigres, do México. Com uma proposta que agradou ao jogador, a negociação chegou a ficar bem encaminhada, mas travou por uma falta de entendimento entre o Tricolor, que detém 60% dos direitos econômicos, e o Criciúma, com 40%. Em entrevista coletiva no CT Carlos Castilho nesta sexta, o presidente Mário Bittencourt falou sobre as negociações em andamento neste momento e explicou o caso do defensor, que fica nas Laranjeiras.

- Recentemente, assim que voltou da Olimpíada, ele ainda não tinha recebido nenhuma proposta, mas chegou uma sondagem de valores semelhante a do Tigres. O Nino é uma grande pessoa, assim que chegou eu chamei ele e falei "sei que seu sonho é fazer carreira fora do Brasil, quero saber se quer ir para o Mundo Árabe". Ele disse que não queria naquele momento. Posso afirmar que a proposta de salário naquele momento era muito maior do que a de agora, as duas muito maiores do que o que ele recebe aqui - explicou o dirigente.

Nino foi comprado em definitivo pelo Fluminense em dezembro de 2019 por R$ 5 milhões. Destes, R$ 3 milhões foram pagos com o repasse do dinheiro de uma dívida que o Corinthians tinha com o Flu por Richard e os outros R$ 2 milhões parcelados mensalmente. Com relação à proposta do Tigres, do México, a ideia do Flu era receber cerca de 4,5 milhões de dólares (cerca de R$ 25,5 milhões), mas não houve acordo neste momento.

- No dia 22 de dezembro o Nino me ligou dizendo da proposta do México, boa como projeto. Falei que se fosse bom para o clube eu cumpriria minha palavra de fechar. A proposta final foi de 5 milhões de dólares (R$ 28,3 milhões na cotação atual). Disse ao empresário dele e ao presidente do Tigres que se o Fluminense não ficasse com 4,4 ou 4,5 milhões de dólares a gente não faria.

Mário explicou que o time de Santa Catarina desistiu de fazer o negócio. Em contato com o L! na última quinta-feira, Anselmo Freitas, presidente do Criciúma, explicou que o clube pediu ao Fluminense mais tempo para analisar a proposta.

- Achamos que o Criciúma fosse aceitar, a primeira resposta foi que eles acham que podia fazer. Fizemos a minuta de contrato, mas o Criciúma desistiu. O Nino tem contrato longo, gostaríamos que ele ficasse, mas comuniquei a todos que se o Flu não ficasse com o valor que entendemos justo, não faria negócio. Ouvi do Nino que não era pra ser, que é feliz aqui e vai seguir sendo. Agradeceu pelo empenho, mas disse que ama o Fluminense e que se apresenta segunda-feira. Se chegar uma nova proposta boa para todos ok, se não, é nosso jogador.

Nino, do Flu, Cano, do Vasco, e Patrick, do Inter
Nino fica, Cano chega e Patrick não está nos planos (Fotos: Mailson Santana/Fluminense FC Reprodução/Inter Rafael Ribeiro/Vasco)

CANO JÁ ACERTADO

Quem está em vias de ser anunciado é o atacante Germán Cano. O jogador era aguardado no Rio de Janeiro, mas testou positivo para Covid-19 e adiou a chegada para a próxima semana. Ele passará por exames médicos e vai assinar contrato por dois anos. Mário Bittencourt falou sobre o centroavante e reforçou que além dele e de Cristiano, não há mais reforços em negociação e previstos neste momento, apenas no caso da concretização da venda de Nino.

- O Cano aceitou nossa proposta. O Fluminense inicia a negociação, o jogador dá um aceite por escrito e a finalização está sujeita aos exames médicos normais. Ele era aguardado hoje para finalizar, mas cerca de dois dias atrás testou positivo para Covid-19. Está assintomático, mas não pode entrar no avião. Após os sete dias ele fará o exame e estando tudo ok virá ao CT e assina o contrato. Fico triste apenas porque era um anúncio para hoje - explicou.

VEJA OUTRAS RESPOSTAS:

PATRICK

- Não fizemos proposta pelo Patrick em nenhum momento. Quando o Abel chegou ele fez uma lista de jogadores que achava interessante, mas sequer fizemos proposta.

SAÍDAS

- Só falo sobre quem já saiu, quem está e pode sair não falamos por respeito e planejamento. Podem acontecer novas saídas e isso já estava planejado internamente. A princípio isso não gera uma nova chegada, precisamos trabalhar com o elenco com 30 a 34 atletas, talvez menos. Uma das coisas que o Abel gostou muito é ter o Sub-23 treinando no CT. O grande problema de quem não tem no mesmo local é que fica com o profissional mais inchado. Ele quer trabalhar com o elenco mais enxuto ainda para usar o sub-23. Temos a possibilidade de alguém sair por venda, o que não aconteceu com o Nino. No meio do ano sempre mexe a janela. Temos muitos jogadores em casa. Temos Xerém para nos fornecer jogadores. Vão sair jogadores, mas a princípio vamos fechar as contratações. A não ser que seja uma grande oportunidade.

SAÍDAS NA JUSTIÇA

- Se manda o atleta embora antes do fim do contrato, tem que pagar até o final. Não adianta gastar uma grana para comprar o jogador e fazer um vínculo curto. Um jogador que ganha R$ 200 mil por mês e tem três anos de contrato, se um ano depois não deu certo e você quer mandar embora, tem que pagar os 24 meses. Quando o atleta conclui o contrato, ele tem as verbas de rescisão, proporcionais a todo funcionário que é mandado embora. O que estamos fazendo é quando os contratos se encerram, fazer proposta para o pagamento.

- O Allan (que processou o clube) saiu com todos os salários quitados, mas atrasado em verbas de rescisão e outros da gestão anterior. Propusemos o parcelamento e ele foi na Justiça. Com os jogadores que estão saindo agora é que essas verbas de rescisão de quem terminou o contrato sejam parceladas ao longo dos próximos meses. Não são valores astronômicos. Não é simples fazer a barca. Alguns atletas vão acabar sendo emprestados em janeiro, vamos arcar com parte da remuneração para não ter uma dívida enorme. Todos que já falamos aceitaram iniciar as conversas. Quem está aqui hoje sabe que o clube é bom pagador e estamos tendo saídas emocionais com todos, que escreveram mensagens falando que gostaram de estar aqui.

GOULART

- Fizemos uma proposta escrita, como para todos. O empresário do Cano fez a contraproposta logo em seguida e nos falamos o tempo todo. Do Goulart a resposta foi que o jogador fica feliz, mas esperaria mais alguns dias para ver o que chegaria e analisar com a família. Depois de sete ou oito dias aguardando eu apenas comuniquei que por questões financeiras precisamos ser mais rápidos. Com receio de perder outras negociações já abertas, optamos em sair. É um jogador grandioso, esperamos que tenha sucesso, mas foi um posicionamento nosso. Perderíamos outra oportunidade. Era uma situação ou outra e fizemos a opção.

NATHAN

- Quem entrou no negócio do Nathan foi o Santos, a primeira proposta foi do Fluminense. Procuramos o clube, liguei para o Rodrigo Caetano há 20, 25 dias. Tenho excelente relação com ele e o presidente do Atlético-MG. Perguntei se eles ficariam com o Nathan e eles disseram que tinham interesse em emprestar. É talentoso e qualificado. Fui com uma proposta, eles fizeram outra e aceitamos. Entre Flu e Atlético está tudo certo há quase 20 dias. Aí iniciamos a negociação com o jogador, que foi recebendo procuras. Fizemos apenas um reajuste do que ele ganhava no Galo para cobrir a mudança para o Rio de Janeiro. Se ao final o Fluminense quiser ficar com o Nathan terá que pagar 5 milhões de euros.

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