‘Sistema defensivo tem sido muito competitivo’, diz Ferraz, sobre as opções do Fluminense na zaga

Zagueiro, que voltou a ser titular na goleada sobre o Coxa, ganha a concorrência de Digão para o clássico com o Botafogo; camisa 26 está recuperado de lesão na coxa esquerda 

Matheus Ferraz
Matheus Ferraz concedeu entrevista coletiva no CT do Flu nesta sexta-feira (LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)

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Matheus Ferraz ganhou concorrência na zaga titular do Fluminense para o clássico com o Botafogo no próximo domingo, às 11h, no Nilton Santos, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Digão está recuperado de lesão na coxa,  e passa a ser opção para o técnico Odair Hellmann no setor. No treino desta sexta-feira, no CT Carlos Castilho, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, Odair optou por manter Ferraz na equipe titular.

Ferraz retomou a posição na última segunda-feira, pois Luccas Claro foi diagnosticado com Covid-19. Além de contribuir para que o time não levasse gol, o camisa 3 ainda deu assistência para o parceiro de setor Nino fazer um dos gols da goleada tricolor por 4 a 0 sobre o Coritiba, no Maracanã.

— Nosso sistema defensivo tem sido muito competitivo. Todos que têm jogado têm dado o seu melhor, jogado bem. Isso faz com que a concorrência individual cresça, faz com que o jogador se dedique ainda mais. Assim eu vinha fazendo. A oportunidade apareceu, eu pude sair jogando no último jogo e agora me preparo para o próximo — disse Matheus Ferraz em entrevista coletiva. 

Na conversa com jornalistas, o zagueiro também comentou o momento em que vive o Fluminense. Apesar da goleada no último jogo, pelo Brasileiro, o time tricolor é pressionado pelos resultados em outras competições. Neste ano, o Tricolor foi eliminado da Copa Sul-Americana pelo Unión La Calera, do Chile, vice-campeão carioca diante do Flamengo, e, na semana passada, foi eliminado da Copa do Brasil para o Atlético Goianiense. 

— Sabemos que em  time grande, do tamanho do Fluminense, vai haver pressão. O time vinha carente nos últimos anos, tanto no Brasileiro, quanto na Sul-Americana e na Copa do Brasil, e não conseguimos classificar. Sendo assim, a pressão viria. Mesmo assim temos que manter o máximo de tranquilidade possível. Sabemos que a torcida não pode estar no estádio. Ela tem o direito de nos cobrar, porque ela nos ajuda, nos apoia, tem dado força para nós em todo o tempo. Só pedimos, porém, para que não ocorra qualquer tipo de violência, para que os torcedores possam nos ajudar, que possam confiar na nossa equipe daqui para frente, para que possamos batalhar juntos — disse Ferraz.

Outros trechos dessa entrevista coletiva:

Foco no Brasileiro

Ficamos chateados, mas tínhamos de virar logo essa chave. O Campeonato Brasileiro é a nossa única competição agora. Temos condição de brigar na parte de cima da tabela. Logicamente temos que nos dedicar a cada jogo, ter uma atitude guerreira a cada dia, competitiva, para que possamos nos manter na parte de cima da tabela. 

Apoio à garotada

Os jogadores jovens daqui têm uma mente muito boa, de jogadores que nem parecem a idade que têm. Eles têm entrado e tido muita personalidade. Nesses momentos de dificuldade, têm focado bastante no trabalho, fazendo com que o grupo venha crescer cada dia mais. Nós, como jogadores mais experientes, temos falado com vários jogadores, e isso tem feito esse grupo cada dia mais unido, cada um se ajudando para passarmos por este tipo de problema juntos.

Metas a cumprir

Temos posto objetivos nesses últimos jogos. Para os próximos três jogos (contra Botafogo, Goiás e Bahia), impusemos metas de pontuação para alcançar. Sabemos que, quanto mais você se manter lá em cima, com pontuação boa, no momento em que você tiver um deslize e ficar uns dois, três jogos sem vencer, você volta a brigar na parte de cima quando vencer novamente. Queremos manter uma pontuação muito boa neste primeiro turno. Sabemos que cada jogo terá sua história, não há uma exata no futebol, mas temos que ter uma meta de pontuação e batalhar para isso. 

Duelo com o Botafogo

Clássico é clássico. Sabemos que muita coisa pode acontecer, independentemente de o time (adversário) vem vivendo um mal momento. No clássico, existe aquela superação, concentração a mais. Tentaremos nos favorecer disso. Sabemos que a nossa equipe tem rendido bem. A nossa intensidade tem sido boa, todos se ajudam, correm muito bem. Temos de manter essa atitude, pois clássico é dessa forma. Com certeza, eles farão da mesma forma do lado de lá para nos superar.

Período no banco

Enquanto fiquei de fora (sofreu lesão na coxa esquerda em julho e perdeu a titularidade quando voltou, em agosto), me cobrava muito para melhorar, mas entendia que o momento dos meus companheiros (Nino, Digão e Luccas Claro) estava muito bom. O Odair tem sido muito coerente nessa parte. Quem entra e dá conta do recado ele mantém. E tem a confiança do grupo para isso. Isso faz com que os companheiros que não vêm jogando se dediquem. 

Críticas a sua renovação até junho de 2022

Você tem que olhar o rendimento do jogador e o que ele pode render. A partir do momento em que eu parar de render, a declinar em meu rendimento, acho que eu mesmo vou chegar, botar cabeça no lugar e pensar no que vai ser melhor. Mas eu me sinto bem no treinamento, me dedico fisicamente para me manter em alto nível.
 
O que falta para repetir o bom momento de 2019

No passado, infelizmente eu tive aquela lesão (no joelho direito, em junho), o que acabou me prejudicando. Quando você volta de lesão em que demora muito tempo para se recuperar (no caso dele, seis meses), requer um pouco de tempo para buscar a sua forma novamente, se estruturar fisicamente, ter um equilíbrio muscular. No começo do ano, eu tinha muito a melhorar, devido ao desequilíbrio muscular. Só que passou o tempo, a quarentena, e eu voltei zerado. Estava muito bem, mas infelizmente veio outra lesão. Acho que você precisa de sequência de jogos, pois seu ritmo vai ser melhor. Você vai render melhor, vai fazer as coisas mais naturalmente durante os jogos. Há a questão de posicionamento, entrosamento, o que vem com os jogos. 

Enfrentar adversários da parte de baixo da tabela

Quando o time está em um mal momento, ele dará a vida no jogo seguinte para inverter a situação. É difícil jogar com times que estão embaixo, pois eles tendem a entrar muito concentrados. Temos de manter a nossa concentração para não deixar que a nossa vontade seja menor do que a deles, porque eles têm a vontade de sair da situação deles, nós temos a vontade de brigar na parte de cima da tabela. Penso que temos de ter muita atenção neste tipo de jogo, para que os detalhes não nos desfavoreça. Temos que guerrear bastante para nos manter na parte de cima da tabela. Temos de nos aproveitar da dificuldade deles (adversários em situação difícil), jogar em cima do que eles vêm sofrendo. Para ter uma gordura lá na frente, para os momentos de deslize, não podemos perder pontos nestes jogos.

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