Fred revela desejo cantar nas arquibancadas com a torcida do Fluminense: ‘Subir a rampa cantando’

Ex-jogador do Tricolor vai aproveitar o momento para curtir a família e fazer todos os cursos possíveis para uma possível começo fora dos campos

Fred despedida
Fluminense vence o Ceará por 2 a 1 na despedida de Fred (MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC)

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Em sua última entrevista coletiva, o eterno camisa 9 do Fluminense, Fred, aproveitou para agradecer novamente a todos os tricolores pela bela homenagem para celebrar toda sua trajetória. Agora, o ex-jogador vai ficar ao lado da família. Contudo, revelou o desejo de estar ao lado da torcida cantando e vibrando no Maracanã.

- O sonho que eu tenho é de poder ficar alguns meses aqui no Fluminense, depois daquela arrancada de 2009, eu entendi o que o torcedor do Fluminense sempre quis. Acho que foi por isso que essa ligação ficou tão forte. Sempre procurei transpirar, me dedicar e agora que é o meu fim, eu tentei mudar de lado e ir lá comemorar e agradecer a cada um dos torcedores da mesma forma que eles fazem. De estar na arquibancada pulando e cantando. E espero realizar meu outro sonho junto com meu filho João Pedro, meus sobrinhos, em subir essa rampa cantando e estar do lado da arquibancada vibrando com o nosso Fluzão - declarou Fred, que também externou o seu atual desejo no momento:

- Agora vou curtir a família, meus filhos e esposa. Ir para a roça com o meu pai. É um sonho que vou realizar e depois aguardar a convocação do Fluminense, para ver para o que eles vão me convocar. Mas num primeiro momento vou curtir a minha família, porque eu saí de casa com 9 anos de idade e a correria sempre foi muito grande. Sempre com muita responsabilidade. Quero voltar a ser moleque e com a responsabilidade só com o horário de levar e pegar meus filhos na escola.

Por outro lado, Fred não esconde o desejo de continuar no Fluminense. Só que agora fora dos campos, como técnico ou como dirigente. Inclusive, o ex-atacante já fez o curso de gestão, vai começar o de treinador e fará todos os possíveis para estar preparado para uma nova convocação do clube.

- Já fiz o curso de gestão e farei o de treinador agora em agosto. Vou procurar me preparar para todos os cursos possíveis. Eu gostaria de estar aqui no Fluminense, não pela história como jogador apenas. Por essa idolatria, carinho, respeito que todos tem por mim e pela amizade que eu tenho. Mas eu gostaria de estar aqui também para fazer alguma coisa e ser útil de alguma forma. Tenho algumas qualidades e defeitos, mas eu posso ajudar de alguma forma. Eu acho que vou tirar um tempo. Não sei o que o Fluminense vai fazer com a minha vida assim, mas fazendo todos os cursos possíveis - pontuou.

Veja os principais trechos da última coletiva de Fred:

Últimas palavras para a imprensa
- Aqui eu não discuti com ninguém (risos). Vocês estão sorrindo demais para mim. Mas tiveram alguns, que eu acabei discutindo e só para dizer que nunca foi pessoal, de verdade. E que a gente possa se unir. Vocês jornalistas, nós jogadores. Para valorizarmos o nosso produto brasileiro. Treinador, jogador, nossa Seleção, nosso futebol. Porque aqui dentro todos nós dependemos daquela bola e quando a gente ganha, ganhamos todos nós. Nossos filhos, nossos familiares. Agradecer, porque vocês ajudaram muito. Esse amor que a torcida tem, foram vocês os responsáveis por tudo que fizeram. Sou grato a Deus e a cada um de vocês.

Menino que começou no América-MG
- Fred, não traia esse Fred que saiu de casa, quando era adolescente. Faça tudo com alegria, sem peso, se divirta em campo. Porque esse Fred vai ficar feliz. Quando estou sem resposta para algumas coisas na minha vida, principalmente no futebol, que a maioria dos problemas que enfrentei, ou dificuldades, medo ou quando não tive alguma resposta, sempre olhei para esse Fred lá de trás e via a dificuldade que ele passou. Então, quando não tinha resposta, olhava para ele e via que aquele Fred ia para cima de qualquer coisa.

Problemas de saúde
- Fui injusto com a minha esposa e família. Porque acho que sou o mais preparado para tomar as pancadas e acabo tentando poupá-los, principalmente a minha esposa. Ela tem tanta preocupação em educar e criar os meus filhos, muitas vezes sozinha.

- Fui aos médicos e levei um médico em minha casa. Numa consulta à noite. Quando ele viu meu pescoço tombado, ele falou que era olho e perguntou a quanto tempo eu não ia ao oftalmologista. Me levou para a Dra. Andreia. Rapidamente fiz exames e eu tive que passar por aquela cirurgia. Nesse ano de 2020, o grau era oito de lesão. Num músculo atrás do olho, que faz o olho rodar. Operei e fiquei bem. Joguei Libertadores e Brasileiro, tudo bem. Agora voltou. Só que está grau 3. Voltei na doutora e ela me perguntou qual era a programação, porque para a vida normal eu estava bem. O problema era o movimento de alto rendimento, brusco, muito rápido, tomar encontrão e girar. E o equilíbrio está aqui no cérebro, o vidro e os olhos. E aí o que estava afetando realmente era o olho. Optei por não operar, porque não é operatório e falei: ''doutora, vou confirmar minha aposentadoria''.

Confrontos contra o Fluminense
- Lógico que eu sempre tentei fazer o meu melhor e fazer gols. Mas mesmo tentando eu nunca fiz um gol contra o Fluminense depois da minha saída. Confesso que quando eu saí daqui, demorou para curar pela forma que foi. Mas hoje, vejo aqui olhando, que só fortaleceu a relação minha e com o torcedor.

O que vai fazer além de sucesso
​- Além do sucesso agora, vou andar de bicicleta, jogar futevôlei e fazer neném (risos).

Último dos jogadores com identificação
- Essa relação que eu construí no início, eu fiz o movimento contrário. Onde tava todo mundo indo, eu estava voltando. E ali fortaleceu-se muito. Foi acontecendo tão naturalmente, recordes, gols, títulos e sofrimentos. O que mais marcou a gente foram os momentos de dificuldade que passamos juntos. O torcedor porque sofre e eu porque sofri tanta coisa na pele. Os únicos que acreditaram em mim foram os torcedores do Fluminense, o clube.

Homenagens de adversários
- Cometi alguns erros com vocês. Chegar hoje nesse último dia e receber homenagem de adversários, teve o Gabigol, o Vasco, que fez uma homenagem tão nobre e grande. O próprio Ceará entregou uma placa tão nobre. O Canhotinha, Neymar. Estive com Zico semana passada e acho que ele me achou um chato, porque fiquei 50 minutos conversando com ele. Mas ele foi tão gentil. O Júnior Capacete me mandou mensagem no privado. Foi um mix de gratidão, vergonha pelos erros que cometi na minha carreira, em prol de querer ganhar a qualquer custo.

Mosaico
- Nunca imaginei e não sabia que ficaria tão bonito daquele jeito. Com toda humildade, foi a festa mais bonita de todas. Esquece. Nunca mais vamos ver o que aconteceu hoje. A torcida do Fluminense tem o dom de fazer essas surpresas agradáveis, essa festa bonita.

Passagem de bastão para o Cano
​- Nunca conseguiria fazer o que ele está fazendo. Já caiu na graça da torcida e já é um ídolo nosso. Já deu o título do Carioca. É um dos primeiros e tem o prazer de vestir essa camisa. Estou em paz. A camisa 9 do Fluminense faz o gol sozinha. O Cano do jeito que está, pode esperar 40 gols. Vai bater o recorde.

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