Fred cita sonho por levar Fluminense à Libertadores e exalta trabalho de Roger Machado

Jogador ainda comentou a mescla entre os mais jovens e mais experientes do elenco, falou de racha com Nenê e da temporada pelo Flu

Fred - Fluminense
Fred, durante entrevista coletiva no CT Carlos Castilho (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)

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Além da zoeira com Yago Felipe e Nino, a entrevista coletiva de Fred no CT Carlos Castilho teve comemoração do atacante pelo retorno do Fluminense à Libertadores. O camisa 9 relembrou a desconfiança sofrida pelo elenco no início da temporada, disse sonhar com a vaga no G4. Para que isso aconteça, o Flu precisa vencer o Fortaleza nesta quinta-feira, às 21h30, no Maracanã, e torcer por um tropeço do São Paulo contra o Flamengo.

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- Muito feliz com tudo que está acontecendo com o Fluminense. Conseguimos surpreender a todos. A forma que falavam da nossa equipe no início serviu para nos fortalecer, pra gente tirar lição. Criamos um estilo de trabalhar, de levar pros jogos e tudo deu certo. Estou muito feliz. Tem mais um jogo, uma grande final, vamos fazer de tudo para fechar com chave de ouro - disse o centroavante.

- Realizei um sonho, já dormi de novo e tenho um novo sonho, espero acordar amanhã às onze e meia da noite e levar o Flu direto pra fase de grupos dessa Libertadores. Vamos tentar ser o mais natural possível para não ter pressão e continuar fazendo o que temos feito, que é agredir o adversário e marcar muito. O Fortaleza tem muito qualidade. Espero poder vibrar com um grande feito amanhã - completou.

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No próximo sábado, o Fluminense estará sob novo comando. O técnico Marcão, auxiliar permanente, seguirá no clube, mas é Roger Machado quem estará à frente do time principal na próxima temporada. Fred elogiou o novo treinador, com quem já trabalhou no Atlético-MG. O clube oficializou a contratação na última terça-feira.

- É um treinador muito preparado, peguei uma pré-temporada com o Roger no Atlético-MG, todos os jogadores elogiaram o trabalho dele na época, conseguiu implantar o conceito de jogo dele. Deu resultado em campo. Temos que buscar de todo jeito essa vitória que, com a combinação de resultados, nos possibilitaria ir direto pra Libertadores. Seria muito importante termos mais tempo com a comissão nova. Eu participei de uma geração que virou Time de Guerreiros, e acho que esse ano nós criamos uma identificação de um time comprometido para jogar e defender - afirmou.

Ao final da primeira passagem pelo Fluminense, Fred começou a sentir os efeitos do fim da parceria com a Unimed, em 2015. O investimento, desde então, vem sendo menor e cada vez mais os jovens formados nas categorias de base são importantes para o planejamento do elenco tricolor. Fred exaltou os mais jovens e falou sobre a mescla do grupo atual.

- Eu peguei fase de muito investimento, fase com plantel qualificado mesmo sem tanto investimento e estou nessa fase muito prazerosa, porque estou vendo a molecada subindo com personalidade e dando conta do recado. O mais legal é poder orientar os moleques com nossa experiência, e eu estou aprendendo muito com eles. Sempre fui muito competitivo e meio chato em campo, mas essa molecada está me deixando uns 20 anos mais novo. Estamos vivendo o momento que a torcida esperava, com a reestruturação do clube e os meninos de Xerém em campo. A cereja do bolo que está faltando é a torcida no Maracanã. Espero que isso possa acontecer logo com todo mundo protegido.

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Críticas e dúvidas

- Acho que o brasileiro entende muito de futebol. Ele olhar que o Fred já está com 37 anos, eles têm que analisar assim mesmo, com dúvida. Mas até nisso eu notei carinho. Eu também de fora, sem conhecer o Nenê, cara que a gente não cansa de exaltar pela temporada e postura, eu nunca tinha trabalhado com ele, também olhava Nenê com 39 anos, a gente tem o hábito de desconfiar. O bacana dessa situação é que não temos a mesma potência de anos atrás, mas temos a vontade de vencer maior, a gente vai se cuidando para manter o nível e ajudar. Pelo carinho, respeito e amor que tenho pela camisa do Fluminense, quero que nasçam rápido um monte de John Kennedy, de Samuel, porque eu vou parar logo ali. Quero um cara pra me puxar pra cima também, onde eu possa ensinar algumas coisas pra eles.

Molecada na Libertadores

- A molecada sabe. Quando eles estão na base, eles sabem que a Copa São Paulo é o campeonato mais importante da categoria deles. E quando eles chegam no profissional, sabem que a Libertadores é o maior, que te põe no Mundial. Eles sabem que a gente chegar nessa Libertadores é um grande feito. A gente chegar na fase de grupos é um passo também. Vai ser muito bom, não só financeiramente, mas a gente voltar depois de oito anos... Estar no grupo de elite do futebol brasileiro. E um dia que a gente entrou na Libertadores, futebol 11 contra 11, a gente entra também para ganhar. Fluminense é assim.

Sentimento pessoal na Libertadores

- Realização de um sonho para mim. E para ficar perfeito esse sonho seria com essa vaga na fase de grupos. Muito prazeroso para mim talvez ter a última oportunidade de tentar esse título com a camisa do Fluminense. Realização de um sonho não só para mim, mas para toda nossa torcida, todos os jogadores. Nós vamos em busca dele a partir de amanhã (quinta-feira).

Marcão

- Acho que ele pode ser considerado de Xerém também, tem mais de 200 de clube, conhece todo mundo, tem perfil que gosta de colocar a molecada. Confesso que tiveram alguns jogadores que deram certo que a gente pensava "está verde, como é que está?", e ele falava que estava pronto, vai jogar e vai deitar. E está aí: dando conta do recado. Não só dando conta, mas sendo importantíssimo para a nossa equipe. Estamos feliz com a molecada, com o Marcão. A gente olha para trás e parece que a melhor geração está subindo agora: Metinho, João Neto, Matheus (Martins), Jefté... Quando passa jogo do sub-17, o profissional vê. Primeira vez que vi isso. Molecada tem potencial e a gente torce para eles permanecerem o máximo de tempo possível para eles colocarem troféus nas Laranjeiras também.

Objetivos

- Eu estava conversando com o presidente esses dias por telefone e falei: "Esse ano a gente vai conseguir esse feito (de voltar à Libertadores), e ano que vem a gente não vai comemorar só um feito, a gente vai comemorar um título importante". Nós teremos quatro competições, temos vários clubes no Brasil, mesmo na crise, investindo absurdamente, superior ao que os outros clubes normais estão fazendo, mas nós temos uma camisa pesada, um grupo comprometido, tem a chegada do Roger, que tem sede de títulos. Vamos fechar essa temporada bem, logo ali, uma semaninha, duas, estamos começando a próxima com o pensamento de buscar títulos.

Importância fora de campo

- Sempre fui um jogador que a prioridade para mim era fazer gols para meu time ser campeão, ganhar os jogos. Acredito que meu poço de vaidade era mais fundo há um tempo atrás. Hoje, meu objetivo único e claro - e que não tira minha vontade de fazer gol e querer jogar - é que o Fluminense vença. De verdade. Várias vezes tive situações com Evanilson e fui sincero que era ele. E tinha que ser mesmo. Com ele estaríamos mais próximos das vitórias. E não tenho problema nenhum se tiver que ir só para ajudar, jogar 10 minutos. Deixo bem claro que quero jogar o máximo possível, não gosto de ser substituído. Mas, pelo Fluminense, quero cuidar do nosso ambiente.

- Da mesma forma, o papel que nós, que já vivenciamos tantas coisas, temos que fazer é, quando acontecer qualquer tipo de problema, o vestiário é muito importante para blindar, inclusive os treinadores, que são tão massacrados em nosso futebol. Temos que não deixar chegar alguns tipos de problemas a treinador, diretoria. Nós, jogadores, temos que repreender quando acontecer qualquer tipo de problema. Aqui no Fluminense está sendo assim. Não deixamos o "eu" falar mais alto que o "nós".

Team Nenê x Team Fred

- Lembro dessa "fake treta" que tentaram colocar. Mas a gente não precisa de muito esforço para saber que é mentira. Se eu falar que não teve nenhum tipo de discussão no ano, estarei mentindo. E no ano que vem terá mais umas cinco. É normal, natural. Se falarmos que a gente não discute em nossa casa, com a família, filhos, esposa, estaremos mentindo também. Discussão normal para procurar o equilíbrio o que é certo para família, seja nossa casa, seja a família Fluminense. Com todas as nossas diferenças nós nos respeitamos e gostamos.

- E eu e Nenê somos muito próximos, muito amigos. Nos gostamos muito, nos respeitamos muito. E nunca teve nenhum tipo disso. Essa parada é infundada Nenê mandou mensagem procurado. Ficou triste. Eu falei: "Esquece isso. Quando começarmos a ganhar...". Por coincidência, estava acontecendo a mesma coisa em outro clube aqui do Rio de Janeiro. Eu falei: "Olha lá, Nenê. Surgiu lá também. Com certeza deve ser mentirosa". Isso não nos abala. O que vemos é uma rede social com uma arma apontada para todo mundo. Não vai nos atingir, mas talvez os mais jovens possam ver aquela informação, aquela bomba, todo mundo xingando e acabar sendo influenciados. Mas nós levamos de boa.

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