Em alta no Fluminense, Fábio volta ao Mineirão após saída conturbada e silêncio sobre o Cruzeiro

Goleiro optou por não falar mais sobre o clube celeste, onde fez mais de 900 partidas, e reencontra o Mineirão pela primeira vez

Fábio - Fluminense
Fábio é ídolo do Cruzeiro e vive grande fase pelo Fluminense (Arte Lance!)

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A festa no Fluminense durou apenas até as primeiras horas de domingo, depois do jogo de sábado que marcou a despedida de Fred. A chave logo virou dentro do clube para o duelo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. A ida ao Mineirão nesta terça-feira, às 21h, tem vários elementos centrais: sonho de um título, compensação financeira, histórico desfavorável, mas é especial para um jogador: o goleiro Fábio reencontra pela primeira vez o Cruzeiro, clube onde fez história e saiu de maneira conturbada.

A partida tem transmissão em tempo real do LANCE!. Fábio passou mais de 17 anos no Cruzeiro em 976 jogos. Em janeiro deste ano, anunciou que deixaria a Toca da Raposa mesmo depois de ter renovado o contrato em novembro de 2021 com validade até dezembro deste ano. O motivo foi a chegada da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) com Ronaldo.

Na despedida, Fábio alegou que aceitaria uma readequação ao novo teto salarial, mas a nova administração em momento algum levantou essa possibilidade. Em uma das poucas entrevistas que deu sobre o assunto, reafirmou que colocou seus vencimentos até abaixo do que os companheiros ganhariam e criticou a forma como agiram com ele. O histórico goleiro chegou até a tirar foto com a camisa dos mil jogos, que estava próximo de completar.

Veja a tabela da Série A do Brasileirão

A gestão afirmou, na época, que fez um esforço grande para que Fábio permanecesse, mas recebeu um negativa dele, o que os pegou de surpresa. A ideia era que o contrato fosse de apenas três meses. As negociações envolvendo as duas partes envolviam, além da redação salarial, tratavam também de um débito de R$ 20 milhões do clube com o goleiro em relação a repactuações salariais e de responsabilidade do Cruzeiro associação, não da SAF.

Fábio chegou ao Cruzeiro pela primeira vez no fim dos anos 1990, quando não teve muitas chances, mas fez parte do elenco campeão da Copa do Brasil de 2000. Depois de passagem pelo Vasco, voltou em 2005 e foi titular absoluto desde então, conquistando 12 títulos. Foram dois Brasileirões, três Copas do Brasil e sete Campeonatos Mineiros. Ele foi eleito o melhor goleiro no Campeonato Brasileiro de 2010 e 2013, somando 976 jogos no total.

Fabio, ao lado do presidente Sérgio Santos Rodrigues, já recebeu uma camisa em alusão aos 1000 jogos que está perto de completar com a camisa azul
Fábio chegou a posar com a foto dos 1000 jogos que não completou no Cruzeiro (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

SAÍDA E SILÊNCIO

Quando estava definindo o futuro, Fábio chegou a quase acertar com o América-MG, que se preparava para o anúncio oficial. No entanto, o Fluminense atravessou o negócio e rapidamente assinou com o jogador, o último reforço na janela de início de temporada. Desde então, o arqueiro se fechou e optou por não falar mais sobre o clube por conta da relação judicial conturbada.

A determinação é clara até para entrevistas. Fábio não quer falar sobre a forma como deixou o Cruzeiro enquanto não resolver o que tem a receber. Tanto que a única entrevista coletiva foi na apresentação. Ele evita até parar na zona mista após as partidas.

E A TORCIDA?

Pelo tamanho de Fábio, a torcida do Cruzeiro não entendeu bem a decisão do clube de não permanecer com o goleiro. As organizadas chegaram a ir ao CT para protestar e ameaçaram boicotar o programa de sócio-torcedor. Foi a primeira crise da SAF, recebida com euforia pela equipe que já está no terceiro ano de Série B.

A recepção a ele nesse jogo de volta da Copa do Brasil foi motivo de divergências entre os cruzeirenses ao longo dos últimos dias. De um lado entende-se que o jogador que mais entrou em campo na história do clube merece homenagens. Por outro, que agora ele é adversário e não há necessidade. No duelo de ida, por exemplo, os tricolores cantaram que ele era o melhor goleiro do Brasil quando subiu para o aquecimento. No setor visitante, vaias para o Flu e não para o ídolo celeste.

Quem aproveitou para, de certa forma, alfinetar a situação foi Fred. O atacante, agora aposentado, falou sobre o tamanho da despedida d

- Talvez se formos parar para ver um cara que merece uma parada dessa é o Fábio. Peguei ele no Cruzeiro, conheci ele quando chegou em 2004. Ele também é merecedor. O mais legal de tudo é que ele está no lugar certo. Já está com 41, parece que vai jogar até os 50. Pelo o que está fazendo e fez no jogo, vai receber uma baita homenagem aqui no Fluminense. Justamente, porque o Fluminense valoriza. Ele tem história, valoriza os jogadores que se entregam. Tomara que possam vir mais despedidas como veio a minha - disse Fred na última entrevista coletiva da carreira.

Fábio - Fluminense
Fábio foi campeão carioca no Fluminense (Foto: Mailson Santana/Fluminense FC)

REFERÊNCIA NO FLU

E no Fluminense? Tudo ótimo, obrigada. Fábio chegou no início da temporada para disputar posição com Marcos Felipe, cria da base e consolidado como titular. Mas não demorou muito a se tornar a referência embaixo da trave. São 34 partidas até aqui na temporada e 28 gols sofridos.

Aos 41 anos, ele defendeu 94% dos chutes que foram em direção ao gol nos últimos cinco jogos (15 defesas) de acordo com o "SofaScore". Sofreu apenas um gol, diante do Ceará, já nos minutos finais. Ele e a defesa do Flu quebraram o recorde do clube de mais minutos sem sofrer gols no Brasileirão de pontos corridos (495).

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