Abel Braga critica criação baixa do Fluminense e fala sobre deixar cargo: ‘O que eu quero é ser feliz’

Treinador avaliou as atuações ruins da equipe, falou sobre desgaste e da parte mental após o empate por 0 a 0 com o Santa Fe no Maracanã

Fluminense x Santa Fe (ARG) - Abel Braga
Abel Braga, durante o empate do Fluminense no Maracanã (Foto: Mailson Santana/Fluminense FC)

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O Fluminense voltou a jogar mal e ficou apenas no empate por 0 a 0 com o Unión Santa Fe (ARG), nesta terça-feira, no Maracanã, pela terceira rodada da Copa Sul-Americana. Após a partida, o técnico Abel Braga afirmou que não vê evolução no rendimento da equipe e criticou a baixa criação de jogadas. O Tricolor teve apenas dois chutes em direção ao gol. Sobre entregar o cargo, o veterano preferiu jogar para a diretoria e afirmou querer apenas "ser feliz". Ele foi novamente xingado pelos tricolores nas arquibancadas do estádio.

- Não cria, evoluiu hoje a parte de trás, que vinha sofrendo gols. Era raro antes. Hoje não sofreu. Os jogadores tentaram. Não vamos colocar a culpa no pênalti que não entrou, porque teve uma oportunidade clara com o Marlon no primeiro tempo e depois outra com o Cano. É muito pouco. Agora é dentro do vestiário. Isso (sobre deixar o cargo) tem que perguntar para o presidente. Estou em um clube que eu amo, adoro. Se eu não me sentir feliz... não estou mais querendo me conhecer, não preciso disso. Já conheço muito a vida. O que eu quero mais nesse momento é ser feliz - afirmou o treinador.

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Abel também falou sobre a parte mental dos jogadores e as atuações ruins. O resultado é péssimo para o Fluminense. O outro jogo do grupo será apenas na quinta-feira, mas o Flu permanece na terceira posição, com quatro pontos. O Santa Fe vai para a liderança, com cinco, e o Junior fica com quatro, mas ainda entra em campo.

- O jogador quer caprichar e fazer o gol. Em alguns momentos nós podíamos ter uma movimentação mais agressiva, com mais profundidade. Estamos esperando um ou dois jogadores que nós temos melhorarem um pouco o estado emocional. De repente voltar a ser o Fluminense que agradou todo mundo. No Carioca o Flu só não fez o jogo com o Bangu e o segundo com o Botafogo bons. Os jogadores têm consciência disso. Vamos continuar no dia a dia melhorando, buscando soluções. Temos que buscar, tem que ser a minha parte, se não vou ficar frustrado - disse.

- O mental, depois que acabou a decisão do Carioca, em que fomos bem, tivemos uma série sem repouso e de jogos decisivos. As coisas não correram dentro do que se esperava. Você além do desgaste físico tem o mental. Todos os clubes estão passando por isso, usando reservas. Às vezes dá certo, outras não. Isso não é uma competição qualquer. Não fomos felizes no grupo, que é forte. Foi um jogo muito pegado, eles imprimiram um ritmo forte, tentamos também. Vamos ver no próximo jogo o que vamos fazer - completou.

Desde o fim do Campeonato Carioca, quando o Fluminense foi muito bem contra o Flamengo, o time caiu drasticamente de rendimento e venceu apenas duas vezes. Abel tentou dar um diagnóstico sobre o que vem ocorrendo e explicar os problemas constantes mostrados nas últimas partidas. No próximo domingo, o Fluminense volta a campo para enfrentar o Coritiba, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro, às 16h. O time joga novamente pela competição continental na quarta, às 21h30, quando recebe o Junior Barranquilla (COL).

- O que eu acho que está acontecendo é que nós não estamos criando bem. Mas o Ganso todo mundo falava e entrou bem. Hoje por acaso entrou o Nathan e achei muito melhor do que os treinamentos que ele tem feito. Fiquei muito satisfeito. Perdemos o Felipe, tentamos nos ajeitar com o Manoel. Ele sentiu e agora estamos com o Luccas Claro. Vamos continuar. Uma coisa que o Fábio colocou é que em momento nenhum, mesmo não jogando bem, como hoje, não está faltando luta e entrega. Sabemos o sentimento do torcedor. Eu fui de arquibancada, preciso entender perfeitamente o que eles querem. Mas nós também queremos. Não estamos ali brincando. Amanhã vamos trabalhar. A razão de ser disso tudo é o torcedor. Eles são a coisa mais importante do grande clube. Vamos tentar melhorar jogo a jogo, voltar a jogar bem, a ter alegria. Não sei, talvez uma vitória domingo possa acontecer isso - finalizou.

* Estagiária sob supervisão de Luiza Sá

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