Punição do Cruzeiro na FIFA já tem efeito imediato e clube trabalha para reverter a situação e registrar atletas

O superintendente jurídico da Raposa, Flávio Boson, explicou sobre a punição sofrida pelo clube pelo não pagamento do Zorya-UCR por Willian Bigode

Willian Palmeiras
Willian já deixou a Raposa, está no Palmeiras, mas  a falta de pagamento por parte do Cruzeiro ao Zorya gerou a impossibilidade de não registrar novos atletas-(Cesar Greco/Agência Palmeiras)

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O Superintendente Jurídico do Cruzeiro, Flávio Boson, falou em coletiva nesta quinta-feira sobre o status da punição recebida pelo clube celeste na FIFA que o impede de fazer novos registros de jogadores.

A Raposa foi proibida pela entidade máxima do futebol de ter novos jogadores pela falta de pagamento ao Zorya-UCR, pela compra do atacante Willian Bigode, em 2015. O time mineiro chegou a anunciar um acordo com os ucranianos, revelando um documento com assinatura e carimbo do Zorya, que alegou serem falsos.

Boson contou como foi o processo para que toda a documentação fosse registrada no sistema da FIFA.

-Eu demorei um mês para cadastrar meu email nesses sistema da FiFA. Esse email veio o escritório do doutor Bichara (representante do Zorya no Brasil). Ele (Bichara), no dia anterior, recebeu o e-mail do Zorya. O que importa é o email do remetente. A carta enviada pelo Zorya no dia 19 confirma as instruções do Alik e portanto requer que o pagamento fosse feito a eles. Isso tudo está copiado à presidência do Cruzeiro, o doutor Bichara, e um e mail local ucraniano-explicou Flávio Boson que questiona o argumento dos ucranianos de fraude no carimbo e na assinatura.

-Eu até me pergunto, não concordo, o carimbo pode ser falsificado? Pode. Acho que pode, agora o e-mail pode ser hackeado? Eu duvido. O mesmo e-mail que o Zorya envia ao Cruzeiro é o endereço que o clube ucraniano envia à Fifa dizendo que os documentos teriam sido falsificados. É o email cadastrado no sistema Fifa-TMS. O Cruzeiro se resguardou de todas as formas, o Cruzeiro não pagou até agora ninguém, confiou no email enviado pelo Zorya, e está à disposição. O Cruzeiro confiou nos advogados envolvidos, o Breno Tanure, o Marcelo Amoretty, e tem plena convicção de que todos os processos foram feitos legalmente. Até um possível arrependimento do clube ucraniano não parece ser eficaz, são os esclarecimentos iniciais, de um triste episódio. A imagem do Cruzeiro está de fato manchada, tudo que envolve o Cruzeiro fica parecendo que o clube está errado. Uma das medidas dessa nova diretoria é transparência e esclarecimentos. Por isso apresentamos todos os documentos, inclusive meu e-mail pessoal-disse Boson.

Com esse imbróglio, o Cruzeiro terá de provar na FiFA que houve alguma falha no processo, pois a Raposa diz que registrou os documentos no sistema da entidade, o que não justifica a punição aplicada esta semana e que já está valendo. Ou seja: o Cruzeiro não poderá ter novos jogadores no elenco enquanto não houver uma reversão no caso.

O time mineiro está preparando sua defesa e vai tentar uma liberação da punição.

-Infelizmente estamos punidos até que a FiFA reconsidere, ou se demorar demais a gente consiga uma medida de urgência, recurso esse que está sendo minutado. Se existe um problema penso que o mais plausível era suspender a suspensão, e permitir que o Cruzeiro siga a sua vida até a Fifa decidir quem é o dono do crédito a ser pago. Se é o Alik ou Zorya ou qualquer outra parte-disse Flávio Boson, superintendente jurídico do Cruzeiro que não soube dar uma data para que o clube possa ter jogadores novos registrados.

-Não existe uma resposta sobre o prazo. E a FIFA funcionando como juiz possui o prazo que achar conveniente para decidir a questão, que o clube ucraniano segue renegando o acordo com argumentos levianos, absurdos, A FIFA não homologou o acordo, e aquela petição (apresentada na quarta-feira, 2 de setembro), é um pedido de reconsideração, em que falamos com a FiFA “olhe bem o que você está chancelando (a punição), tudo aconteceu por seu canal oficial, está tudo seguindo os procedimentos que são recorrentes, a cessão de crédito é um instrumento legal nas leis suíças e também brasileiras- concluiu Flávio Boson.

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