O tetracampeão da Libertadores, Clube de Regatas Flamengo, já está pensando na "final" contra o Ceará pelo Brasileirão a esta altura, enquanto torcedores do Palmeiras ainda reclamam da arbitragem. Tudo o que poderia ser dito sobre a grande final do sábado passado, já foi dito. Será? E se eu trouxer números exclusivos da final da Libertadores?

Como vocês sabem, aqui na coluna temos parceria com a SportsBase, a melhor fornecedora de dados e estatísticas esportivas do mundo, com diversos e importantes clubes e seleções do planeta no seu portfolio. E a coluna recebeu em primeira mão, os relatórios da partida feitos pela SB, que além de toda a inteligência e qualidade dos dados, fez o "tagging" da partida ao vivo online, entregando os dados aos clientes com um delay de apenas 2 segundos! Impressionante.

Faltou bola, mas sobrou domínio territorial na final da Libertadores

Sempre gosto de ressaltar que a leitura dos dados de uma partida não possuem muito significado se não forem colocados em contexto. E aqui, além de ser uma final de Libertadores, também pesa a enorme rivalidade das duas equipes, a estratégia dos treinadores (que não "soltaram" seus times durante o jogo), e o peso do jogo que pode muitas vezes forçar mudanças de características individuais e coletivas.

Dito isso, dentro da expectativa que eu tinha para a partida, faltou bola pros dois times. Me refiro a que faltou capacidade das duas equipes de superar a organização defensiva do adversário e construir através da posse. Mas sobrou domínio territorial, como vemos na arte do relatório da SportsBase abaixo.

Foto: Divulgação / SportsBase

O Flamengo dominou o corredor central do campo, sendo superior nas disputas de bola em toda a faixa central. Se o Palmeiras queria ter bolas longas para disputar e ganhar uma segunda bola no campo de ataque, não teve muitas chances assim. Já nos corredores laterais, o Palmeiras foi melhor, principalmente pelo lado esquerdo do seu ataque. Mas não conseguiu interiorizar esse domínio.

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Outro fator que me surpreendeu foi a falta de intensidade nas pressões defensivas. Os dados provam que tivemos poucas bolas roubadas nos campos dos adversários e, principalmente, dois índices que mostram a intensidade da pressão: o REC5 e o REC10, que medem a recuperação da bola perdida em até 5 e 10 segundos. O Palmeiras foi melhor no REC5 e o Flamengo no REC10, mas mesmo assim, com baixo volume (arte abaixo).

Foto: Divulgação / SportsBase

Destaques individuais surpreendentes

Sempre que se joga uma grande final, os olhares vão naturalmente para os grandes craques dos times. E não seria diferente no sábado: todo mundo queria ver o desempenho de Arrascaeta pelo Flamengo e de Vitor Roque pelo Palmeiras. E surpreendeu que o uruguaio performou abaixo das suas médias.

Com 82 minutos em campo, Arrasca participou menos dos ataques, deu menos passes progressivos, finalizou menos e criou menos chances do que geralmente ele faz pelo Mengão. Apesar da intensa movimentação, os dados sustentam a ideia de que ele jogou "menos" do que joga sempre.

Foto: Divulgação / SportsBase

Já Vitor Roque terminou tendo uma performance acima da sua média, com a mesma quantidade de participações nos ataques, finalizou mais vezes, driblou mais vezes e inclusive defensivamente, foi melhor do que geralmente é. Com 0.89 xG no jogo, teve uma média 30% de probabilidade de gol por finalização. Um número bem interessante, mas que passou despercebido pela falta de gols e de ter perdido o título.

Foto: Divulgação / SportsBase

Eu sou um apaixonado por dados esportivos, e sempre que tenho a possibilidade de compartilhar com vocês alguns deles, tenho a sensação que a coluna tem pouco espaço para desenvolver todos os assuntos. Esses números exclusivos da final da Libertadores só você, leitor do Lance e da coluna, tem acesso. Parabéns ao Flamengo e toda a nação rubro negra pelo título!

Dados e artes: SportsBase

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