‘A última chance para Neymar’, por José Inácio Werneck ​

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Neymar - Seleção Brasileira - Brasil x Peru
(Foto: Nelson Almeida/AFP)

Escrito por

Avon, CT (EUA) - Escrevo antes do jogo Brasil x Chile.

A Copa do Mundo vai se aproximando e a grande dúvida em relação à Seleção Brasileira é o que Neymar poderá fazer.

Moro no exterior e não pretendo afirmar que segui a carreira de Neymar tão de perto quanto os leitores brasileiros.

Em 2010, acompanhei de longe quando muitos achavam que Dunga deveria convocar Neymar para a Copa na África do Sul e outros discordavam.

Mas em dezembro de 2011 me decepcionei ao ver que, no jogo contra o Barcelona, pelo Mundial de Clubes, no Japão, Neymar parecia mais preocupado em estabelecer um bom relacionamento com os jogadores de seu futuro clube, especialmente Lionel Messi, do que propriamente em ajudar o Santos a conquistar  uma improvável vitória.

Já no Barça, na Remontada diante do Paris Saint-Germain, em 2017, creio que Neymar passou por uma certa decepção. Afinal, tinha sido a grande figura da partida, mas o que mais ficou na memória mundial foi a imagem de Messi, com os braços erguidos, à beira do gramado, saudado por uma torcida enlouquecida.

Por isto achei que, com a oportunidade de ir para o PSG, Neymar viu também que chegava o momento de sair da sombra do argentino, a estrela que, para os torcedores catalães, seria sempre a maior de todas.

Mas é hoje inegável que a missão de Neymar no PSG falhou cruelmente.

Ele não deu ao  time francês o título na Champions League, o grande objetivo do clube. Foi para ganhar a Champions League, não o Campeonato Francês, que o Paris Saint-Germain investiu em Neymar a prodigiosa soma de 222 milhões de euros.

Hoje, o que é Neymar no PSG.?

É um jogador hostilizado pela torcida, que o vaia e quer vê-lo pelas costas.

Mas passá-lo adiante? Para quem?

Que clube estaria interessado e disposto a recompensar o PSG se não ao todo pelo menos em parte do que os emires do Qatar investiram nele?

Talvez outro potentado do Oriente Médio.

Falou-se no Newcastle United, agora nas mãos ou no bolso do Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman Al Saud, mas o clube do nordeste da Inglaterra já desmentiu o interesse.

A Major League Soccer, nos Estados Unidos? Talvez, já que este é o destino de jogadores em busca de uma confortável aposentadoria, embora os dirigentes americanos venham procurando acabar com esta imagem.

Uma volta ao Santos? Mas como, em que termos financeiros?

Aos 30 anos, depois dos insucessos da Seleção Brasileira em 2014 e 2018, Neymar terá em novembro e dezembro, na Copa do Mundo do Qatar, sua última chance de dizer enfim ao que veio em matéria de futebol.

A imprensa espanhola nesta última semana trazia uma estranha matéria falando das frustrações que Neymar vem causando ao técnico 
Tite, incluindo uma declaração deste de que "há coisas que não podem ser ditas de público".

Não sei até que  ponto a matéria é verdadeira ou especulativa. Fala-se também de um novo esquema tático na Seleção em que Neymar "flutuaria" à frente do ataque, com um esquema armado para que ele não precise se preocupar muito com uma necessidade de voltar para ajudar na marcação.

Hoje, contra o Chile, com a classificação já garantida para a Copa do Mundo, poderemos começar a ter uma ideia do que Neymar representará para o Brasil  no Qatar.

Até hoje ele fez muito pouco. Aos 30 anos, com uma imagem de mais amigo de  festas do que trabalho duro no gramado, é sua última oportunidade.



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