Fim do ano e do sofrimento: Valentim escapa, mas terá que se reinventar

Técnico faz campanha bem abaixo do esperado e permanência na Série A conta com colaboração dos concorrentes diretos. Para 2019, mudança de pensamento é necessária

Fernando Miranda
Valentim passou aperto na reta final do Brasileirão (Divulgação/Vasco)

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A temporada de 2018 do torcedor vascaíno, de fato, foi sofrida. Só quem acompanhou de perto consegue entender a dimensão do alívio de terminar o ano garantido na Série A do Brasileirão. Pode parecer pouco - e é - mas a permanência na elite foi o que de melhor aconteceu desde a chegada de Alberto Valentim. E o técnico precisa reconhecer o trabalho abaixo do esperado. O LANCE! analisa.

Diferentemente das análises pós-jogo, em que os aspectos táticos são abordados, desta vez a reflexão serve para todo o atual cenário do clube. E antes de tudo é preciso entender que a euforia de não ter sido rebaixado no apito final no Castelão não é sinônimo de satisfação com os resultados dentro de campo em 2018. Longe disso. Mas para quem sofreu com as inúmeras partidas ruins do Vasco no ano, as férias do futebol chegam para esfriar a cabeça do torcedor.

Alberto Valentim pode ser um bom técnico, mas demonstrou sua inexperiência desde que chegou ao Vasco. Pegou o time em uma situação conturbada e não apresentou melhoras significativas em nenhum âmbito. Ainda saiu do Castelão afirmando que planeja a próxima temporada nesta semana. As intenções são boas, mas a ‘malandragem’ de perceber o momento certo para cada decisão ainda lhe falta. Explico.

- Tento fazer com que as jogadas saiam naturalmente. Mas se não tomasse gol, o objetivo seria alcançado. Não queríamos com sofrimento, tivemos chances de fazer um a zero. Tinha uma tensão maior, os dias foram de muita ansiedade e preocupação. Mas o discurso era jogar com tranquilidade, como time grande que o Vasco é - afirmou Valentim pós-jogo.

Um fato não dá para discutir: Valentim sempre tentou propor o jogo, desde que chegou. Mas justamente esse pensamento pode ter prejudicado o Vasco. O treinador não conseguiu ter a sensibilidade de ‘jogar feio’ ou até mesmo ‘jogar como time pequeno’ quando preciso para se livrar do pior. Discurso perfeito na teoria, mas fora da realidade do clube no momento e na forma como é jogado o Brasileirão.

Faltou a conexão entre o treinador, clube e torcida. Como acontece com Lisca e o Ceará, por exemplo, em que falam a mesma língua. Os problemas de Valentim, verdade, foram maiores por questões que não cabiam a ele, como um departamento médico lotado e uma crise política que assombrou o futebol vascaíno. O que ainda dá certa esperança de que ele consiga um 2019 melhor caso permaneça em São Januário. Mas também não pode negar que a missão de escapar do rebaixamento foi fracassada: o clube não caiu por incompetência dos rivais na reta final.

- Quero finalizar mais, atacar mais, ter mais qualidade, mas isso pode ter certeza que o torcedor vascaíno terá. Começando ano que vem com trabalho de mais tempo, com respaldo da diretoria, estaremos melhores.

A previsão otimista é válida para quem escapou do rebaixamento gastando tempo na bandeirinha de escanteio nos acréscimos. O sofrimento no ano foi grande, mas chegou ao fim e, dos males, o menor. Ao torcedor vascaíno, sugiro uma ‘semana de folga’ para relaxar a mente antes do período de contratações e todo um novo ciclo a frente. Hoje está liberado esquecer o futebol.

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