Ex-CEO do clube, Pedro Henriques comenta e avalia possibilidade de SAF no Bahia

Ele também analisou informações disponíveis e chance de Grupo City como investidor

Pedro Henriques
Arquivo Pessoal

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A possibilidade de mudança no sistema de gestão do Bahia para o modelo de SAF vem sendo debatida nas últimas semanas, dando a entender que o processo acabará naturalmente avançando.

Porém, diante da recência do tema, ajustes vem sendo feitos durante os debates para saber a viabilidade de aplicação. E uma das pessoas que pode trazer maiores esclarecimentos sobre o tema é Pedro Henriques.

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Ele já foi vice-presidente do Bahia, entre 2015 e 2017, e também é ex-diretor executivo do clube, período em que conquistou o prêmio de melhor CEO de Clubes do Brasil na realização da Conferência Nacional do Futebol (Conafut) de 2020.

O também especialista em direito desportivo comentou sobre a SAF ser ou não a solução tanto para o Bahia como também pensando na realidade de outros clubes do futebol nacional. Alertando que, em sua visão, enxerga apenas um motivo de preocupação dentro da forma que essa transformação vem sendo avaliada: 

- A SAF nada mais é que um modelo jurídico de organização. Os clubes já podiam ser empresas há muito tempo no Brasil. Inclusive alguns já eram. O formato empresarial facilita a atração de investidores. As principais inovações da SAF, em minha leitura, são o regime tributário e a alternativa de equacionamento das dívidas. O que causa preocupação é a forma como o tema é tratado no Brasil. Essa história de “tábua de salvação” é muito rasa. Não existe fórmula mágica. O que resolverá os problemas dos clubes será a profissionalização das gestões e maior eficiência das mesmas. E isso pode ocorrer tanto em associações quanto em empresas.

Pedro ressaltou também que a mudança de um clube para a SAF ser tratada como positiva ou negativa passa pelos detalhes da transformação. Falando especificamente do Bahia, ele entende que o processo e as informações divulgadas ainda são muito poucas para afirmar qual o caminho do clube nesse novo momento do futebol brasileiro.

O ex-dirigente do Esquadrão não deixou de ressaltar, também, que é importante lembrar o fato do tricolor não viver seu melhor momento esportivo nos últimos anos, algo que naturalmente impacta no investimento de uma possível nova gestão:

- O rebaixamento e o crescimento das dívidas fazem o clube perder um pouco de valor no mercado. Qualquer investidor-controlador terá que assumir o passivo e, como ele está mais elevado, a consequência lógica seria um aporte inferior no clube. A transformação em SAF poderia ter resultados melhores para o clube num momento em que ele estivesse mais bem estruturado. A SAF pode ser um instrumento para proporcionar um crescimento estruturado desde que realizado com planejamento e não por desespero, seja da torcida para ver mudança na gestão, seja dos gestores para ter aportes financeiros. Hoje, o que se sabe sobre SAF no Bahia é apenas o que se especula através da imprensa. É muito pouco para se posicionar a favor ou contra o negócio.

Um tema que também está em alta quando a questão trata-se de SAF no Bahia é a possibilidade do Grupo City estar entre os possíveis investidores. Pedro destacou ver uma eventual chance como essa para o clube com bons olhos, mas ressaltou a importância de entender a ideia de investimento no futebol brasileiro do conglomerado que controla também o Manchester City através de um questionamento simples e objetivo:

- Ser parte do Grupo City seria algo interessante, especialmente por se tratar de Player especialista no mercado do futebol e não um mero fundo de investidores. Ainda assim seria importante conhecer os termos da negociação e entender os objetivos estratégicos do grupo em ter um clube no Brasil: seria um “clube de base” ou um com grandes aspirações esportivas?

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