Sesi-SP considera proibição da CBV à propaganda política como ‘descabida’

Após ser advertida por utilizar uma propaganda de cunho político na camisa, equipe afirma que irá recorrer contra a Confederação e entende que a mensagem era institucional

Sesi-SP exibe camisa com propaganda de cunho político da Fiesp (Foto: Eduardo Viana/CBV)
Sesi-SP exibe camisa com propaganda de cunho político da Fiesp (Foto: Eduardo Viana/CBV)

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A polêmica do uniforme com uma propaganda política, utilizado pelas equipes de vôlei do Sesi-SP, parece não ter chegado ao fim ainda. Nesta segunda-feira, a equipe afirmou que irá recorrer à advertência e proibição imposta pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

No ano passado, os times masculino e feminino do clube atuaram no Campeonato Paulista e nas Superligas com os dizeres “Não vou pagar o pato” estampados no uniforme, em referência à campanha da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) contra o aumento de impostos e a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras).

Com isso, o Sesi foi advertido pela CBV por infringir o “Item 5, subitem 5.1 do Anexo II - Uniformes” do regulamento da Superliga, que não permite “publicidade de produtos prejudiciais à saúde e nem de caráter discriminatório ou político”, no dia 6 de janeiro, conforme publicado em primeira mão pelo LANCE! no dia 9.

A assessoria do clube afirmou que apresentou impugnação contra a CBV, considerando “descabida” a decisão proibitiva da entidade.

Sesi-SP Superliga de vôlei
No último fim de semana, propaganda foi retirada (Foto: Divulgação)

“Não se trata de publicidade de caráter político, conforme proíbe o regulamento da Superliga 2015/16. A camiseta simplesmente divulgava o site da mensagem institucional ‘Não vou pagar o pato’, de iniciativa da Fiesp, destinada ao esclarecimento da população contra o aumento de impostos e apoiada por mais de 1 milhão de pessoas”, disse, em nota.

Essa não é a primeira vez que o Sesi utiliza uma campanha da Fiesp na camisa. No começo do ano passado, o clube estampou os dizeres “Água na medida”, um projeto para conscientização do uso racional da água.

“O Sesi deixou de usar temporariamente o uniforme. A entidade acata a decisão, mas lamenta e irá recorrer contra ela. Consideramos que a atitude, tomada sem ouvir o Sesi, fere o direito constitucional do contraditório, da ampla defesa e da liberdade de expressão”, completou.

De acordo com a matéria publicada pelo L! no último sábado, a CBV afirmou que sua advertência foi baseada apenas em dois jogos no fim de dezembro, contra Rexona-Ades (feminino) e Brasil Kirin (masculino), porque nos duelos anteriores, disputados com a “propaganda” na camisa, seu uso não foi citado no relatório dos delegados das partidas.

Sesi alega que propaganda foi permitida no paulista
Enquanto a Confederação Brasileira de Vôlei emitiu uma advertência pelo uso de propaganda política na camisa do Sesi-SP em duelos na Superliga, o clube paulistano diz que recebeu permissão para utilizar o mesmo uniforme durante a disputa do Campeonato Paulista em 2015.

Em um comunicado oficial enviado à reportagem do LANCE!, a assessoria de imprensa do Sesi afirmou que a camisa não possuia uma mensagem política, e sim institucional.

“Os times do Sesi usaram esse uniforme nos jogos finais do Campeonato Paulista, no segundo semestre de 2015, sem que qualquer questionamento tenha sido feito. A Federação Estadual de Vôlei autorizou o uso das camisetas”, disse, em nota.

O LANCE! tentou contatar a Federação Paulista de Vôlei (FPV), mas o assessor da entidade não retornou as ligações da reportagem. O L! também solicitou uma cópia do regulamento oficial da competição, que não consta no site da FPV, mas não o recebeu até o fechamento desta reportagem.

O Sesi chegou à decisão do Paulista em ambos os naipes, sendo derrotado pelo Funvic Taubaté, no masculino, e pelo Vôlei Nestlé, no feminino.

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