Ranking divide opiniões de técnicos da Superliga, e polêmica segue ativa

Vôlei Nestlé critica falta de avaliação do histórico de atletas, enquanto Rexona e Praia Clube defendem sistema para evitar desequilíbrio. Minas propõe menos restrições

Luizomar de Moura
Luizomar de Moura, do Vôlei Nestlé, pede que CBV teste Superliga sem ranking Luiz Pires/Fotojump

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O recente drama da oposto Elisângela, impedida de estender contrato com o Vôlei Nestlé por causa do ranking da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), não fez com que os clubes de maior poder econômico da Superliga Feminina entrassem em um acordo.

As posições seguem rumos distintos, e uma mudança drástica parece distante. A atacante teve o vínculo encerrado após o Paulista, já que o Nestlé havia estourado o teto de 43 pontos. A saída foi acertar com o São Bernardo, clube de menor investimento que briga por uma vaga nos playoffs.

Criado em 1992, o sistema tenta evitar a concentração de estrelas. Todas as atletas são pontuadas entre 0 e 7, e há limite de duas jogadoras ‘7’ em cada equipe.

– O ranking é feito em abril para uma temporada que começa em novembro. Atletas podem se machucar e cair de rendimento ou clubes podem acabar. É preciso testar o fim do sistema. Ele propõe que a menina é top, mas não analisa o histórico – criticou o técnico Luizomar de Moura, do Nestlé, também impedido de contratar a ponteira Fernanda Garay.

Outros favoritos ao título discordam. Atual tricampeão e presente nas últimas 11 finais, o Rexona-Ades defende o modelo, embora tenha votado a favor do pedido de Elisângela para encerrar a carreira em Osasco.

“Acreditamos que o ranking cumpre o papel de equilibrar as equipes. Caso ele não existisse, teríamos um desequilíbrio de forças muito grande”, informou a equipe, em nota ao LANCE!.

O mesmo vale para o Dentil/Praia Clube. Questionado sobre a eficácia do sistema, o técnico Ricardo Picinin destacou a importância de beneficiar os times de menos orçamento:

"Por que não limitar só as atletas campeãs olímpicas por clube e acabar com o somatório?" - Paulo Coco, técnico do Camponesa/Minas

– Achamos que é extremamente importante. É uma forma de manter as equipes menores na competição.

Técnico do Camponesa/Minas e assistente de José Roberto Guimarães na Seleção, Paulo Coco votou por alterações na assembleia deste ano, mas não conseguiu aprová-las.

– O Zé Roberto, por exemplo, é totalmente contra, mas eu acho que o ranking pode existir com mudanças. Por que não limitar só as atletas campeãs olímpicas por clube e acabar com o somatório? – questionou.

Um dos times contrários ao pedido de Elisângela para abrir uma exceção no regulamento e jogar a Superliga pelo Nestlé, ao lado de Pinheiros e Praia, o Sesi também vê benefícios no ranking, mas propõe mudanças, incluindo uma pontuação máxima para estrangeiros. 

""O Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP) concorda com o ranking dos jogadores, porém com algumas ressalvas. O sistema é bom porque evita que uma equipe seja formada basicamente por atletas de seleção, mas seria interessante incluir uma pontuação 7 para atletas estrangeiros, dando mais oportunidades aos brasileiros. E acrescentar também uma bonificação na pontuação, como por exemplo 5 pontos, para clubes que disputam as categorias de base, dessa forma estimularia cada vez mais os clubes a investirem na formação de novos atletas", afirmou o clube.

Já a CBV diz que não passará por cima da opinião da maioria.

– Qualquer mudança tem de ser uma decisão soberana dos clubes. Não temos poder de interferir – declarou o diretor executivo Ricardo Trade.

Com Thaisa de volta, Vôlei Nestlé encara o Rio do Sul

O Vôlei Nestlé estreia nesta terça-feira na Superliga Feminina contra o Rio do Sul/Equibrasil, às 19h30 (de Brasília), no Ginásio José Liberatti, em Osasco (SP), em jogo válido pela 3ª rodada.

Após faturar o título do Campeonato Paulista, o técnico Luizomar de Moura terá o retorno da central bicampeã olímpica Thaisa, que cinco meses atrás passou por uma cirurgia nos joelhos para corrigir um problema no tendão patelar.

– O primeiro objetivo é fazer uma boa fase de classificação. No ano passado, tivemos problemas de contusões nesta etapa, com a Dani Lins e a Thaisa. Esperamos conseguir jogar em altíssimo nível. Depois, é tentar brigar de novo pelo título – disse.

Nono colocado na última temporada, o time catarinense chega reformulado ao torneio, mas sofre com a falta de competições de alto nível.

– Tivemos poucos jogos na pré-temporada que pudessem testar a equipe da forma mais precisa. Então, é início de Superliga que irá moldar o grupo – disse o técnico Spencer Lee.

Na última segunda-feira, o Terracap/Brasília Vôlei estreou com vitória sobre o Renata Valinhos/Country, por 3 a 0 em jogo antecipado da 11ª rodada.

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