‘Pequena’ Thaisinha leva Fluminense à briga entre os grandes na Superliga

Destaque do Tricolor na competição, ponteira alcança altura das ‘gigantes’ Fabiana e Thaisa ao atacar, e sonha com uma chance na Seleção Brasileira. Embalada, equipe encara Bauru

Thaisinha, ponteira do Fluminense
(Foto: Divulgação/Fluminense)

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Vestir a camisa de um clube de futebol não parece ter sido missão difícil para a “pequena” e tímida Thaisinha. Um dos principais reforços do Fluminense para a Superliga, a ponteira de 1,74m mostra que está à vontade e, mesmo fora dos padrões, não deixa de sonhar com uma chance na Seleção Brasileira. Nesta sexta-feira, o Tricolor conta com os golpes potentes da atleta para tentar derrotar o Vôlei Bauru, às 20h (de Brasília), no Hebraica, no Rio, pela segunda rodada do returno.

Em um esporte dominado por “gigantes”, a mineira corre atrás como pode. Ao atacar a bola, ela alcança 3,12m. Como comparação, as centrais Fabiana, do Dentil/Praia Clube, de 1,93m, e Thaisa, do Hinode Barueri, de 1,96m, chegam a 3,14m e 3,16m, respectivamente.

– Quando a torcida fala “Thaisinha é Seleção”, penso que é um incentivo a mais. Dá para pensar, sim, em chegar lá. Ainda dá tempo. Tenho que trabalhar bastante para, quem sabe, conseguir o objetivo – declarou a ponteira, ao LANCE!.

Até o momento, Thaisinha é a quinta maior pontuadora da Superliga, com 163 acertos, e tem o segundo melhor saque do torneio, atrás apenas da oposto Tandara, do Vôlei Nestlé. O Fluminense é o quarto colocado na classificação (oito vitórias e quatro derrotas) e não perde há seis rodadas.

Aos 29 anos, a atacante, que tem como referências no esporte os ponteiros Lucarelli e Lipe, chama a atenção por onde passa. Ela foi revelada pelo Pinheiros, em 2006, e depois defendeu Minas, São Bernardo, Mackenzie, São Caetano e o rival do Tricolor na partida de hoje. Em todos esses clubes, foi titular.

Diferentemente das jogadoras mais baixas, Thaisinha não é uma especialista em recepção. Seu principal desafio ainda é alcançar maior regularidade no fundamento. Nas Laranjeiras, ela conta com o suporte da campeã olímpica Sassá, veterana no quesito, e tem agradado aos dirigentes pela dedicação.

– Ela corre atrás. É a primeira a chegar e a última a sair dos treinamentos – afirmou a medalhista de ouro em Pequim-2008, que trocou a função de ponteira pela de líbero.

Após terminar em sétimo lugar na edição passada, o Fluminense sonha com uma vaga na semifinal. E conta com Thaisinha para isso.

Hinode Barueri recebe o Sesc

Em outro jogo da rodada, o Hinode Barueri recebe o Sesc-RJ hoje, às 21h30, no Ginásio José Correa, em Barueri (SP). A partida marca o encontro dos técnicos campeões José Roberto Guimarães, do time paulista, e Bernardinho, da equipe carioca.

O Barueri vive situação mais difícil e tentará se aproveitar do fator casa. O grupo está na sexta posição, com seis vitórias e seis derrotas. Já as atuais campeãs aparecem na vice-liderança, com 11 triunfos e apenas um revés.

No turno, deu Sesc, por 3 a 2.

BATE-BOLA
Thaisinha Ponteira do Fluminense, ao L!

‘Espero evoluir na recepção’

Você se vê como uma jogadora diferenciada na Superliga?
Passa um pouco pela minha cabeça que sou diferenciada, sim. Mas só tento ajudar a equipe ao máximo para virar rápido as bolas e, assim, ganharmos logo os jogos (risos).

Como tem sido a experiência de defender um time de futebol?
É um time grande, de futebol. Tem sido uma experiência nova, pois é a primeira vez que jogo em um clube assim. Espero trabalhar muito para brigarmos lá em cima. Já joguei com várias das meninas em outros times. O grupo é bem legal e entrosado.

O que acredita que ainda falta para ter uma chance na Seleção?
A cada ano evoluí um pouco e ainda tenho mais a crescer, principalmente na recepção. Espero conseguir isto aqui e contribuir para o Fluminense.

Com a palavra

Thaisinha é um exemplo

Sassá
Líbero do Fluminense

A Thaisinha é muito quieta e na dela. Você tem de chegar brincando, aos poucos. Mas é uma jogadora fantástica, fora de série. Uma atleta com essa altura fazer o que ela faz, com diversos golpes, como diagonal curta, paralela... é realmente difícil fazer uma marcação para cima dela. É uma jogadora para as mais novas se espelharem. Muita gente fala: “Eu sou baixa para o vôlei”, mas quando a observa e vê o que ela faz nos jogos, treinamentos e nos tempos extra, vê que é possível. São essas atitudes que fazem dela uma pequena grande atleta.

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