Vôlei: A dois meses da Rio-2016, Jaqueline diz que preferia disputar os Jogos fora de casa

Ponteira se recupera de uma lesão na perna esquerda enquanto se prepara para a Olimpíada, apesar de afirma que, pelo costume, gostaria que a disputa fosse fora do país

Jaqueline já treina em Saquarema
Às vésperas da Olimpíada, Jaqueline tenta se recuperar de uma lesão na perna esquerda (Foto: Divulgação)

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Jogar uma Olimpíada em casa é o sonho de qualquer atleta, certo? Bom, pelo menos esse não é o caso da ponteira Jaqueline, da Seleção feminina de vôlei. Aos 32 anos, a bicampeã olímpica deve fazer parte do grupo que busca o tri nos Jogos do Rio de Janeiro, em agosto, mas ela preferia que a disputa, assim como as que renderam suas duas medalhas de ouro, fosse longe de casa.

Com a Seleção Brasileira nas principais competições do mundo, Jaqueline soma 15 medalhas, sendo que nenhuma delas foi conquistada no Brasil. Os dois ouros olímpicos vieram em Pequim (CHN), em 2008, e em Londres (ING), em 2012. Duas pratas em Mundiais, no Japão (2006 e 2010) e um bronze na Itália (2014). Na Copa do Mundo, foi vice novamente no Japão (2007). Isso para citar apenas alguns dos títulos de uma das principais jogadoras da equipe.

- No Brasil é tudo muito diferente. Já ouvi alguns atletas falando que preferiam que a Olimpíada fosse fora. Eu preferia jogar fora, para falar a verdade. Mas será um momento muito importante para nós. Prefiro jogar fora porque sempre joguei fora, mas se for no Brasil com uma medalha de ouro, estou felizaça - brincou a ponteira.

A quase dois meses da abertura da Olimpíada, Jaqueline ainda não está 100% fisicamente. Após sofrer com problemas pulmonares, físicos e musculares, a atleta se recupera de um estiramento e um edema na perna esquerda após chocar-se com Adenízia em um dos treinos da Seleção. Agora, ela tenta se recuperar o mais rápido possível para atingir o seu principal objetivo: estar entre as 12 que irão ao evento carioca.

- Estou uns 60% ainda. Mas quero mais, quero melhorar mais e me cobrar sempre. Essa vida de Seleção não é fácil. Temos de estar 100% sempre. O que importa é estar entre as 12. Estou treinando para isso. Para estar apta a jogar. Essa é uma decisão do Zé, se vou jogar ou não, mas o que eu posso fazer eu farei - disse a pernambucana que, apesar do favoritismo para ficar com a vaga, afirmou temer ser cortada:

- Nos 17 anos que estou na Seleção, sempre tive a preocupação de ser cortada, porque isso faz parte. O Zé sempre deixou isso bem claro: "Não existe estrela e não existe nome, existe um grupo que tem de treinar e fazer o seu trabalho muito bem feito". Não é fácil cortar uma atleta. Todas são ótimas jogadoras. Mas eu acho que faz parte do processo. Já sabíamos que isso iria acontecer.

Apesar de já se encontrar em fase final de recuperação de sua lesão, Jaqueline não sabe se fará parte da equipe titular que estreia no Grand Prix na quinta-feira. A Seleção terá como "base" na primeira fase a Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, e, ao enfrentar a Itália, Japão e Sérvia, poderá sentir um "gostinho" da Olimpíada.

Após a competição no país, o Brasil ainda terá confrontos na China, contra as donas da casa, as sérvias e a Bélgica, e na Turquia, contra as turcas, italianas e belgas. Mas, apesar dos duros duelos, o verdadeiro teste para as brasileiras será o torneio no Rio de Janeiro, já que isso servirá como termômetro para medir a intensidade das atletas antes dos cortes finais no elenco.

- É como se fosse um evento-teste, para vermos como será o clima da torcida, principalmente por ser no Rio de Janeiro. Pelo que me lembre, nunca joguei uma fase de Grand Prix no Rio. Então, para mim e para muitas, será um teste para sentirmos o calor da torcida. Só em pensar já vem um friozinho na barriga, uma ansiedade. Esses jogos que vão acontecer agora serão super importantes para vermos o que vai acontecer na Olimpíada - completou.

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