HD do Vasco vira ‘caso de novela’ e é levado para perícia na delegacia

Objeto vem sendo alvo de disputa jurídica desde o meio do ano passado. Delegacia de Defraudações o usará como prova no inquérito sobre possíveis fraudes na eleição do clube

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J RICARDO / AGENCIA FREELANCER

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Uma semana após a posse de Alexandre Campello como novo presidente do Vasco, uma disputa jurídica da eleição que começou no meio do ano passado teve desdobramentos nesta segunda-feira. O HD, que contém os dados dos sócios do Vasco, foi apreendido em um "caso de novela" e levado para ser periciado na Delegacia de Defraudações, na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Na manhã desta segunda-feira, advogados do Vasco, já nomeados por Alexandre Campello, foram até o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) para recuperar o HD. Se basearam em decisão da semana passada do desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho, da 12ª Câmara Cível do TJRJ, que determinou a devolução do equipamento ao Cruz-Maltino. Nesta segunda, advogados de Fernando Horta entraram com mandado de segurança pedindo a anulação da decisão.

Entretanto, em ato contínuo, um oficial de justiça cumpriu uma outra decisão e apreendeu o HD das mãos do advogado do Vasco. Ele foi requisitado como prova pelo inquérito aberto em novembro de 2017 pela delegada Patrícia de Paiva Aguiar, titular da Delegacia de Defraudações. Ela vem investigando possíveis fraudes na eleição do Vasco, o que pode resultar em denúncias criminais se culpados foram atestados após a conclusão do inquérito.

O HD já está em posse da Delegacia de Defraudações. Vários depoimentos ao longo dos dois meses de investigação já foram colhidos para o caso, como do ex-presidente Eurico Miranda, funcionários do Vasco e sócios que teriam se envolvido com estas possíveis fraudes. Na época da abertura do inquérito, a delegada Patrícia Aguiar afirmou em entrevista coletiva que existia índicios de fraudes na eleição.

- Há indícios que teriam tido fraudes na eleição, baseado nas informações que nós tivemos, de que pessoas teriam votado com duplicidade de CPF, não pagavam... Recebemos a denúncia de que as práticas irregulares que ocorreram em 2014 estão se repetindo. Depois do que tivemos acesso nos depoimentos, chegamos a conclusão de que há indícios de irregularidades na capitação desses sócios – afirmou à época.

Na última sexta-feira, advogados do Vasco, ainda com procuração do clube assinada por Eurico Miranda, que já não tinha mandato vigente, foram buscar o HD na Justiça. Entretanto, a juíza Cristina de Araújo Goes Lajchter, da 17ª Vara Cível do TJRJ, não autorizou a saída do objeto, que estava em sua posse, justamente pela procuração não ter mais validade dos advogados em questão pelo fato de o mandato de Alexandre Campello já ter se iniciado.

O LANCE! entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O Vasco se pronunciou por meio de nota oficial. Confira na íntegra:

"O desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho decidiu nesta segunda-feira (29/01) devolver à câmara competente o HD com dados de sócios do Club de Regatas Vasco da Gama, ferramenta crucial para o futuro recadastramento e regularização do quadro de sócios.

Mais cedo, no exato instante em que o advogado do clube tentava cumprir a ordem judicial proferida semana passada pelo próprio desembargador, policiais civis e um oficial de justiça impediram o cumprimento da ordem do magistrado, em uma manobra arbitrária, que nos causou estranheza.

O Club de Regatas Vasco da Gama, por sua atual administração, reitera que uma das metas dessa gestão é o saneamento das irregularidades que cercam o quadro social. Por isso mesmo, causa perplexidade a tentativa do candidato derrotado de, não se conformando com o resultado da eleição, realizada de acordo com as regras estatutárias, se utilizar desta questão para fins políticos, tumultuando o ambiente do clube às vésperas de sua estreia na Conmebol Libertadores 2018, quando todas as atenções devem estar voltadas para este importante compromisso.

Valendo-se de atos truculentos que não combinam com o ambiente democrático e cortês adotado pelo clube desde que a atual gestão tomou posse, o candidato derrotado mostra que seus interesses pessoais estão acima dos interesses do Vasco. Atos de excesso serão devidamente respondidos na Justiça e nas entidades de representação profissional"

*Atualizado às 22h53 de 29/1/2018

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