São Januário 90 anos: o valor da Colina para o título da Libertadores

Este capítulo da série especial do aniversário do estádio mostra a importância de São Januário para a conquista. ídolos contam momentos marcantes da campanha em casa

Vasco foi campeão da Libertadores em 1998 contando com a força da Colina. Confira imagens da conquista e do estádio
(Foto: Reprodução)

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Perto de completar seus 90 anos, no próximo dia 21 de abril, São Januário foi palco e ajudou em muitas glórias do Vasco. Assim aconteceu no título mais importante da história do clube: a Libertadores de 1998. O Caldeirão pulsando com o apoio da torcida se tornou decisivo para a campanha vitoriosa do Cruz-Maltino, que foi derrubando grandes equipes até levantar a taça. Este capítulo da série especial do aniversário da Colina Histórica mostra o seu valor para a conquista da América no ano do centenário vascaíno.

Capitão cruz-maltino naquela conquista, o ex-zagueiro Mauro Galvão diz que São Januário foi determinante porque ajudava a intimidar os adversários. Segundo ele, todos os times na Libertadores eram muito fortes atuando em casa e com o Vasco não foi diferente.

- Foi importante na medida que você tem a chance de jogar em casa e isso fazia a diferença. Para nós era importante ter essa força até mesmo de poder deixar o adversário preocupado com o nosso time, o nosso estádio, com a nossa torcida. É isso o que acontece na Libertadores, os times jogando em casa são muito fortes e você não pode ser diferente – conta.

'Poder jogar em casa com o apoio da nossa torcida, isso ajudou muito. Era o nosso 12º jogador'

Outro destaque daquela campanha, Felipe ressalta a importância dos torcedores nas partidas em casa. O Maestro lembrou que a torcida compareceu em peso nos jogos e apoiou muito a equipe para chegar ao título.

- A importância foi muito grande. Poder jogar em casa com o apoio da nossa torcida, isso ajudou muito. Era o nosso 12º jogador. Naquela época o Vasco estava bem, então a torcida comparecia em peso em São Januário e apoiava muito – disse o ex-lateral-esquerdo.

O Cruz-Maltino começou mal a fase de grupos. Nos três primeiros jogos, todos disputados fora, o time perdeu dois e empatou um. O Vasco foi derrotado por 1 a 0 pelo Grêmio, em Porto Alegre, e pelo Guadalajara, no México. O primeiro ponto foi arrancado contra o América-MEX, após 1 a 1.

A recuperação na competição começa com a força de São Januário. Em sua primeira partida atuando em casa, precisando da vitória, o time fez 3 a 0 no Grêmio, com dois gols de Luizão e um de Donizete. Mauro Galvão diz que todos os jogos no estádio foram importantes, mas esse é emblemático porque mostrou que o Vasco era forte na Colina e tinha condições de brigar pelo título.

- Todos os jogos lá foram muito importantes, porque foram decisivos. Um deles foi o primeiro jogo que nós fizemos em casa e ganhamos de 3 a 0, contra o Grêmio. Esse jogo foi emblemático porque ali começamos a mostrar que nosso time era forte em casa e tínhamos condições de sermos competitivos – comenta o ex-zagueiro, destacando que em São Januário os adversários enfrentavam as mesmas dificuldades que o Vasco fora.

- Os outros jogos que fizemos fora não conseguimos ganhar, mas não jogamos mal, perdemos por detalhes. Nós tínhamos essa consciência e sabíamos que tínhamos que fazer os adversários passarem também por essa situação nós passamos... dificuldades, pressão, um time de qualidade também. Queríamos que eles enfrentassem as mesmas dificuldades como o nosso time quando ia jogar fora e foi assim em São Januário – completou.

'Os jogos contra o Grêmio, o Cruzeiro e depois o River foram como se fossem três finais, porque eram equipes com potencial para ganhar a Libertadores'

Nas outras partidas em São Januário pela primeira fase, o Vasco venceu o Guadalajara por 2 a 0 e empatou novamente em 1 a 1 com o América-MEX. Assim, o time avançou em segundo lugar no Grupo 2, com oito pontos.

São Januário foi ainda mais determinante na fase mata-mata. O Cruz-Maltino venceu todos os seus jogos em casa e foi derrubando equipes poderosas até a final, campeãs da Libertadores e acostumadas com esse tipo de competição.

- Além da decisão contra o Barcelona, tiveram outros jogos marcantes. Os jogos contra o Grêmio, o Cruzeiro e depois o River foram como se fossem três finais, porque eram equipes fortes que tinham também potencial para ganhar a Libertadores – diz Felipe.

Nas oitavas de final, o Vasco encarou o Cruzeiro, que entrou direto nessa fase por ter sido o campeão da competição no ano anterior. Em casa, o Cruz-Maltino venceu por 2 a 1 de virada, com gols de Donizete e Luizão, atacantes importantes para o título. Na partida de volta, o time segurou o 0 a 0 no placar e ficou com a vaga.

Adversário na fase de grupos, o Grêmio voltou a ser rival nas quartas de final. O Vasco conseguiu um empate em 1 a 1 em Porto Alegre, com gol de Pedrinho. A classificação foi garantida em casa, com o meia marcando na vitória por 1 a 0.

Na semifinal, o Cruz-Maltino teve o River Plate pela frente e a primeira partida foi na Colina. Com o apoio da torcida, o Vasco venceu por 1 a 0 com gol de Donizete, levando uma importante vantagem para a Argentina. No Monumental, o time carimbou a vaga para final em jogo histórico, arrancando um empate em 1 a 1 com um golaço de Juninho Pernambucano aos 37 do segundo tempo. O feito está eternizado em música entoada nas arquibancadas pelos vascaínos nos dias de hoje.

'Na final a gente lotou o estádio, lembro que tinha gente até em cima da marquise. Era muita gente lá, uma festa bonita'

Depois de passar por três times ‘copeiros’, o Cruz-Maltino chegou como favorito à final contra o Barcelona de Guayaquil e fez valer isso já no primeiro jogo em casa. A torcida vascaína lotou São Januário e fez uma linda festa, com fogos e bandeiras, e ajudou a equipe a vencer por 2 a 0, com gols de Donizete e Luizão.

- Na final a gente lotou o estádio, lembro que tinha gente até em cima da marquise. Era muita gente lá, uma festa bonita, sem violência. Uma forma de intimidar o adversário dentro da lei, da ordem – lembra Mauro Galvão.

Com grande vantagem, o Cruz-Maltino foi campeão no Equador vencendo por 2 a 1. Mais uma vez a dupla de ataque brilhou e garantiu o triunfo. Assim, o Vasco foi campeão da América no ano do seu centenário, contando com a força da Colina Histórica.

Campanha do Vasco na Libertadores de 1998:

Jogos:                                                  Gols:
Grêmio 1 x 0 Vasco /  Guilherme, aos 17' do 2º tempo
Guadalajara-MEX 1x 0 / Ramirez, aos  44' do 1º tempo
América-MEX 1 x 1 Vasco / Cedres, aos 2'; Ramon aos 5' do 1º tempo

Vasco 3 x 0 Grêmio / Luizão 37', Luizão, aos 43' do 1º; Donizete, aos 10' do 2º
Vasco 2 x 0 Guadalajara-MEX / Luizão, aos 23' e 34' do 2º tempo
Vasco 1 x 1 América-MEX / Garcia Aspe (pen), aos 5' do 1º; Richardson, aos 26' do 2º

Oitavas de final:
Vasco 2 x 1 Cruzeiro / Marcelo(pen), aos 21', Luizão, aos 26' do 1º; Donizete, aos 12' do 2º
Cruzeiro 0 x 0 Vasco

Quartas de final:
Grêmio 1 x 1 Vasco / Pedrinho, aos 2', Guilherme, aos 8' do 2º
Vasco 1 x 0 Grêmio / Pedrinho, aos 40' do 1º

Semifinal:
Vasco 1 x 0 River Plate / Donizete, aos 10' do 1º tempo
River Plate 1 x 1 Vasco / Sorin, aos 22' do 1º; Juninho, aos 37' do 2º

Final:
Vasco 2 x 0 Barcelona de Guayaquil / Donizete, aos 7' e Luizão, aos 33' do 1º
Barcelona de Guayaquil 1 x 2 Vasco / Luizão, aos 24', Donizete, aos 46' do 1º; De Ávila, aos 34' do 2º

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