Preparador físico do Vasco detalha planejamento para encarar altitude

Ricardo Henriques falou sobre preparação da equipe para viagem até a Bolívia, onde o Cruz-Maltino enfrenta o Jorge Wilstermann pela Libertadores na quarta a 2.810 metros

Ricardo Henriques conversa com os jogadores do Vasco. Confira a seguir imagens na galeria especial do LANCE!
Paulo Fernandes/Vasco

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O Vasco terminou a preparação no Rio de Janeiro neste domingo e na manha desta segunda-feira já viaja para a Bolívia, onde na quarta-feira irá enfrentar o Jorge Wilstermann pela volta da terceira fase da Conmebol Libertadores. A partida acontecerá na cidade de Sucre, a 2.810 metros de altitude, o que levou o clube de São Januário a preparar um planejamento especial. O preparador físico Ricardo Henriques é um dos comandantes desta preparação e detalhou o que será feito pelo Cruz-Maltino para minimizar os efeitos.

Este planejamento para a altitude começou a ser elaborado desde que o Vasco garantiu a classificação para a terceira fase, eliminando a Universidad Concepción, do Chile. A ida para Sucre ocorrerá somente no dia da partida. Os dois primeiros dias na Bolívia serão com a equipe comandada pelo técnico Zé Ricardo na cidade de Santa Cruz De La Sierra, que fica a apenas 416 metros acima do nível do mar. Ricardo Henriques explicou.

- Passamos a adotar algumas estratégias a partir do momento que conseguimos a classificação diante do Concepción e tivemos o conhecimento que o próximo adversário seria o Jorge Wilstermann. A altitude tem um efeito fisiológico considerável e tomamos todas as medidas possíveis para minimizar esses efeitos, fazendo assim com que a equipe tenha uma boa performance - afirmou o preparador antes de completar:

- Iremos chegar a Sucre apenas no dia do jogo. Estudos mais recentes mostram que os efeitos são menores quando se adota essa estratégia. Uma das nossas maiores preocupações é com a velocidade da bola. Se trata de uma situação técnica e que pode interferir diretamente no resultado do jogo. Sobre os efeitos da altitude, eles variam de atleta para atleta. O que posso garantir é que estamos preparados para lidar com qualquer situação.

Por ter vencido o jogo de ida na quarta-feira passada em São Januário por 4 a 0, o Vasco pode perder por até três gols de diferença que garante a classificação para a fase de grupos da Conmebol Libertadores. Uma vitória por 4 a 0 do Jorge Wilstermann levará a disputa da vaga para as penalidades. Caso consiga fazer um gol fora de casa, o time comandado por Zé Ricardo poderá perder por até quatro gols de diferença.

> Confira os efeitos da altitude no corpo humano:

0 a 2 mil metros de altitude
Os efeitos são quase nulos. Praticamente se sente a diferença de pressão em mudanças bruscas ou pela queda de temperatura das altitudes mais elevadas. O Vasco ficará nesta faixa entre esta segunda-feira de tarde e quarta-feira de manhã, em Santa Cruz De La Sierra, a 416 metros.

2.001 a 3 mil metros de altitude
O corpo já começa a sentir alterações. Em Cochabamba, na Bolívia, por exemplo, a 2.558 metros, já ocorrem dificuldade para respirar e batimento cardíaco levemente mais acelerado por conta da falta de oxigênio. O jogo do Vasco ocorrerá nesta faixa, em Sucre, a 2.810 metros, mas a delegação montou um planejamento para ficar no local por menos de 24 horas.

3.001 a 4 mil metros de altitude
Efeitos já são maiores, com qualquer atividade física intensa gerando fadiga imediatamente. A respiração exige esforços e a musculatura corre riscos de lesão. No futebol, é necessário às vezes tubos de oxigênio para os jogadores.

4.001 a 5 mil metros de altitude
Faixa que o organismo humano pode suportar sem risco de vida. Os efeitos motores e cognitivos já são evidentes, podendo levar até a alucinações. O aproveitamento de oxigênio é 50% menor do que no nível do mar.

Acima de 5 mil metros de altitude
Já há risco de vida para quem vai passar por altitudes maiores de que cinco mil metros. A umidade e a pressão do ambiente são muito baixas, levando a água ser sugada do organismo. O ar fica muito seco que as partes internas do corpo, as que estão menos protegidas, correm o risco de congelar. Como efeito de comparação, o pico do Everest está a 8.848 metros de altitude - a zona com mais de oito mil metros é conhecida como "zona da morte".

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