Diário da Colina: Tempestade, show da torcida e foco no campo

Domingo em São Januário foi atípico do início ao fim. Temporal resultou em contato maior entre jogadores e torcida. Jorginho pediu para ninguém falar sobre outras partidas

Confira as melhores imagens da vitória do Vasco sobre o Santos (foto:Cleber Mendes/LANCE!Press)
As nuvens não negaram a tempestade que estava para chegar (foto:Cleber Mendes/LANCE!Press)

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Nada foi normal neste domingo, em São Januário. A começar pelo público. Duas horas antes de o jogo começar, alguns foram surpreendidos ao encontrarem as bilheterias fechadas - às vendas já estavam previstas, e o site do clube divulgou, para encerrarem às 14h. Coincidência ou não, o número de cambistas nos arredores do estádio era bem maior que de costume. Eles ofereciam compra, e vendiam por até R$ 100, para arquibancada e setor social.

O céu foi escurecendo, mas nem o mais pessimista dos presente imaginaria tamanha virada no tempo. O mormaço daria lugar a um vendaval, seguido do dilúvio que tantos transtornos causou. Ruas da região de São Cristóvão alagaram em menos de meia hora, e, dentro da Colina, era difícil andar sem enfiar os pés n'água por completo. Mesmo num breve período de trégua.

A torcida deu um show à parte. A chuva ainda caía forte quando o canto nas arquibancada indicava a animação. Eram milhares desprezando o incômodo. Houve, é verdade, alguns incidentes. Ao menos três pessoas precisaram receberam atendimento médico e foram retiradas da arquibancada pela maca do Corpo de Bombeiros. Quando o horário previsto para o início do jogo (17h) se aproximava, o sistema de som começou a tocar pagodes e outras músicas que mantiveram a empolgação da torcida. Mas quando o trio de arbitragem aparecia para avaliar o gramado, recebia vaias.
- Ei, juiz, vamos jogar - chegaram a cantar para Leandro Pedro Vuaden. 

A hora do aquecimento dos jogadores rendeu alegria máxima para muitos dos torcedores que estiveram em São Januário. Como o acesso dos atletas vascaínos estava inundado no vestiário, eles saíram do departamento de futebol e passaram por um dos portões que dá acesso ao campo. Neste momento,  dezenas de torcedores cercaram e festejaram cada um deles.

- Foi bacana pela entrega de todo mundo. Eu acho que ali foi um momento muito importante. Eu estava até com medo do clima. Nós ficamos quase uma hora dentro do vestiário e, quando saímos ali, demos de cara com a torcida, com aquele calor. Deu aquela adrenalina. Foi fundamental - entende Rodrigo.

Durante a partida, o sistema de som e o placar - que já na partida contra o Corinthians havia informado somente os gols favoráveis ao Cruz-Maltino - praticamente não existiram. O placar não informava nem o tempo de jogo, quanto as únicas informações que chegavam pelo áudio à arquibancada eram as cartões e acréscimos. Por isso mesmo, muitos torcedores respiravam a mesma atmosfera dos jogadores, sem saber o que acontecia. Mas é claro que os gols adversos da rodada - que poderiam rebaixar o Vasco, em caso de empate - chegaram à torcida. Mesmo assim, houve pelo menos dois momentos em que a reação coletiva dava a sensação de que algum gol fora favorável ao Cruz-Maltino. Alarme falso. Para evitar distrações, Jorginho havia decretado.
- No intervalo, falei para ninguém passar para eles (jogadores). Eu já não gosto de saber. Primeiro tínhamos que fazer a nossa parte. Os jogadores entraram sem saber quanto estavam os outros jogos. Continua a nossa batida, o nosso trabalho. Tudo pode acontecer. Fé é o que não falta - garante.

Para completar a noite, foi a vez de Nenê inverter o que normalmente acontece. Foi ele quem se curvou para reverenciar a torcida, que tanto gritou o nome do camisa 10.

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