Avenida Pikachu e caos dentro da área: por que o Vasco sofreu em Sucre
Mesmo com a classificação encaminhada, Zé Ricardo leva susto com três gols em 16 minutos, vê Galhardo ser expulso e só se alivia com milagres de Martin Silva nos pênaltis
O confronto já estava praticamente garantido desde que o Vasco goleou o Jorge Wilstermann em São Januário na semana passada. O time de Zé Ricardo poderia sofrer até quatro gols que mesmo assim teria chances de classificar. E foi assim, nos pênaltis, que Martin Silva garantiu a classificação para fase de grupos da Libertadores. Mas, afinal, por que o Cruz-Maltino sofreu tanto para segurar o adversário em Sucre? O LANCE! analisa o que deu errado.
O grande nome em campo era brasileiro, mas não vascaíno. Serginho, camisa 10 do Jorge Wilstermann, mandou no jogo. Foi quem deu as assistências para os quatro gols da partida, três delas antes dos 20 primeiros minutos de bola rolando. E todo seu futebol apareceu pelo mesmo setor, na ponta esquerda, aproveitando os espaços deixados pelo lateral Yago Pikachu.
Logo aos cinco minutos, Serginho recebeu a primeira bola no campo de ataque e partiu pra cima de Pikachu, que foi facilmente batido e ficou no chão. A jogada terminou em escanteio para o Wilstermann, que abriu o placar. Nem 30 segundos de bola rolando depois, o lateral força a jogada, erra passe simples e deixa espaço para Serginho novamente na esquerda. Ele cruza com perfeição e amplia o resultado. Mais dez minutos depois, mais uma bola pro brasileiro pela ponta, que, marcado de longe por Pikachu, cruza na medida para o terceiro.
As falhas, porém, não foram individuais do lateral. A dupla de zaga também se atrapalhou em vários momentos de bola aérea dos bolivianos. Muito por conta do tempo de bola diferente na altitude de Sucre. Mesmo sabendo da tática adversária, Zé Ricardo não conseguiu neutralizar as principais jogadas do Wilstermann após sofrer o primeiro gol.
- Viemos conscientes que seriam verticais, usando bolas aéreas. São mais altos que a gente. O gol muito cedo tirou nosso equilíbrio. Jogamos muito pouco o primeiro tempo. No segundo tempo, equilibramos, mas eles chegaram ao quarto gol. É Libertadores. - explica o treinador, aliviado com a classificação.
Se no primeiro tempo o Vasco apresentou pouco, no segundo, apenas uma leve melhora. Pikachu ganhou a ajuda de Paulinho na marcação pelo setor antes do menino cansar. A entrada de Rildo no lugar de Wagner deixou o time com opção de saída em velocidade pela esquerda e o atacante criou duas boas jogadas. No entanto, a opção de Thiago Galhardo para acalmar o time teve efeito contrário: inexperiente, levou cartão vermelho após cair em provocação de Serginho.
O cenário que parecia ruim, ficou pior. Restando pouco mais de 10 minutos par o apito final, o Vasco se segurou como pôde e levou a decisão para os pênaltis. Escolha certa para o cenário naquele momento. Na disputa, o uruguaio Martin Silva brilhou com três grandes defesas e a classificação garantida para a fase de grupos da Libertadores da América.
