Vestido com as cores do clube do coração até a eternidade
Aos 12 anos, Dener Ribeiro dos Santos já era palmeirense fanático. Filho do dono da Funerária Monte Belo, na cidade de mesmo nome no sudoeste de Minas Gerais, ele fez um pedido no mínimo surpreendente ao pai: um caixão estilizado nas cores de seu clube do coração.
Não que Dener estivesse doente ou algo do gênero, mas a convivência diária com a funerária o deixava tranquilo com o assunto morte. Mesmo que essa fosse demorar décadas para chegar. Hoje, aos 19 anos, ele sente-se um pouco envergonhado em falar do assunto, mas explica o que o motivou a fazer tal pedido.
- Morrer todo mundo vai um dia e a gente que é criado no meio dessas coisas sabe que vai acontecer – explica o estudante, que garantiu que o assunto é tratado com naturalidade pelos amigos e familiares.
O pai, José Antônio Pedroza dos Santos, aproveitou a ideia do filho e transformou os caixões estilizados em mais um produto de sua funerária.
- O Dener é apaixonado pelo Palmeiras. Ele tentou entrar na escolinha do clube quando era pequeno, mas não conseguiu. Ele apostou nesta paixão. Não é um pedido corriqueiro, mas não deixa de ter sentido – conta Toninho. – Eu arrumei uma empresa para fazer o dele do Palmeiras e já aproveitei para mandar fazer de outros clubes também.
Outro filho de Toninho, Danilo, é corintiano e também já tem o seu caixão guardado, seguindo os passos do irmão. Quanto ao armazenamento e cuidado com os caixões, Dener explica que eles estão muito bem guardados e que não terão problemas quando chegar a hora de usá-los.
Até agora, apenas um caixão do Corinthians foi vendido, para um paulista que passou por Belo Monte a serviço, gostou da ideia e resolveu garantir o seu. O custo total de um caixão estilizado mais o serviço da funerária chega a custar R$ 4.500. Mas nesse plano, explica Toninho, o torcedor pode ter camisa, faixa, bandeira e chapéu do clube, além de um serviço de café com pão durante o velório e um carro de som para avisar os amigos da região do falecimento do torcedor.
