Uma grande torcida pela Seleção Brasileira. Rio acima!

Barco 4 (Foto: Carlos Vieira)
Barco 4 (Foto: Carlos Vieira)

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Dia de jogo do Brasil é especial em qualquer lugar. No Amazonas, tem gente que torce em casa, na rua ou no meio do Rio Negro, Amazonas e seus afluentes. Na hora que o árbitro apitou o início do jogo da Seleção com o México, nesta terça-feira, mais de 50 embarcações estavam em trânsito, o que significa que pelo menos cinco mil pessoas estavam acompanhando as jogadas de Neymar & Cia por antenas parabólicas ou rádios.


Foi o caso de Jefferson (foto abaixo). Ele pegou o barco Maresias II com  destino a Tefé na segunda-feira, Como a viagem dura  dois dias, ele ainda estava na metade do caminho quando os estádio cantava o hino. Na hora de embarcar, ele tinha uma preocupação.



- Estão dizendo que a TV não está boa. Se eu não ver o jogo eu afundo o barco - brincou,  arrancando gargalhadas do amigo José Cobra, um simpático pescador que não tem os dois dentes da frente.

Seu Moisés Machado, comandante do barco não sabia se sorria com  o barco cheio (300 passageiros) graças ao desconto na passagem (R$ 60, contra R$ 150 da concorrência e café, almoço e jantar incluídos) ou se chorava com o problema da TV.

- Não consertou ainda? Dá um jeito nesse curto - dizia para um auxiliar, enquanto mostrava para a reportagem a TV, perdida no meio de tantas redes no terceiro andar (nas barcas, não há bancos ou cadeiras, todos ficam deitados em redes, exceto ou poucos passageiros dos camarotes, cubículos com um ou dois lugares).


As pessoas levam de tudo. Comida, eletrodomésticos. Muitas televisões. Uma delas era de Emilton (foto acima). Ele pegou o barco para a cidade de Borba. Chegaria antes do jogo do Brasil.

-  Essa tevê vai ser o telão da minha comunidade - dizia Emilton, cara de menino, aparelho verde e amarelo nos dentes, camisa verde do Brasil, ao lado da esposa Catarina e de dois filhos.

Edson Nunes, capitão do ANunes, que também faz a rota para Tefé, estava contando os minutos. Quem pegasse o seu barco, confortável, com 20 camarotes com TV individual e duas telas de 55 polegadas num amplo salão acompanharia o jogo numa boa.

- Caprichei para meus passageiros não perderem nenhum jogo, principalmente os do Brasil - disse, lamentando apenas o movimento fraco: cento e poucos passageiros num barco para 400.

Esaú, filho do dono do do Nhamundá II e que cuida do departamento jurídico do barco (foto abaixo), saiu do porto às 12h. Chegada à cidade do nome da embarcação, só nesta quarta-feira. E o jogo?




- A tevê já está até ligada. Aqui ninguém vai perder a goleada do Brasil.

Pois bem, o jogo terminou 0 a 0 e o L! Emilton instalou sem problemas a TV na sua comunidade, o comandante Edson acompanhou não apenas o jogo do Brasil como o da Bélgica. Esaú até conseguiu mandar uma das fotos que ilustram a matéria e disse que o pessoal ficou bem decepcionado. Esaú mandou até foto da turma acompanhando o jogo. E decepcionando. O barco de Seu Moisés e de Jefferson, fora da área. Será que a TV funcionou?

Até nos pontos mais afastados do Amazonas a torcida brasileira não perde a sua paixão pela Seleção.

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