A última farra de argentinos e alemães no Rio de Janeiro

copaargentina (Foto: Carlos Vieira)
copaargentina (Foto: Carlos Vieira)

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Argentinos e alemães fizeram da Avenida Atlântica, no Rio, o seu QG para a despedida da Copa. Enquanto os hermanos tomaram quase toda a orla, principalmente a área do Copacabana Palace, e cortavam pedaços dos banners da Fan Fest para levarem como recordação, os alemães se fixaram bem no cantinho do Leme para a bebemoração.

As comemorações pelo título dos alemães começaram com música no Leme. Na areia, uma festa rave; no calçadão, quase na pedra do Leme, com samba, tocado por dois grupos itinerantes que se apresentam nas praias cariocas. Em frente ao Buddy Bear - exposição  ao ar livre na qual artistas de todos os países do mundo pintaram mais de 200 esculturas de ursos com elementos de cada uma das nações e que seguirá no Rio até o dia 20 - uma fanfarra tocava músicas alemãs e brasileiras. Entre passos desengonçados e muita cerveja, os animados alemães  a todo instante puxavam o canto oficial da seleção "Ole, ole, ole, ole, ole, Superdeustchland (super Alemanha)".

Não eram apenas alemães que se concetravam ali. Muitos brasileiros, vários usando a camisa do Flamengo, que se confundia com a camisa 2 dos germânicos, e até alguns argentinos, que precisavam aguentar as provocações. Um dos alemães, Valentin, cantava em um espanhol bem razoável a música mais conhecida dos hermanos na Copa, mudando para "chora, chora Argentina" e "Gotze é melhor do que Messi" (em vez de Maradona é más grande que Pelé).

- Os argentinos cantaram tanto essa música  que acabei aprendendo  - disse Valentyn, tentando segurar o seu amigo Demeter, que beijava a camisa e gritava "sou Alemão-Flamengo".

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Os dois são de Stuttgart e foram em quase todos os jogos da Alemanha.

- Porto Alegre estava meio longe. Deixamos de lado aquele jogo - comentou Demeter antes de ganhar um abraço de um argertino que resolveu não se importar com a derrota dramática na final.

Só que aquele argentino era um em um milhão. De um modo geral eles estavam muito abatidos e bem mais interessados na volta para casa.

Por volta de 1h da manhã era muito grande o número de ônibus-leitos com placas da Argentina que passavam pelas ruas de Copacabana. Ou parados e se arrumando para o retorno.

- Se fossemos campeões a noite não acabaria nunca. Mas com a derrota, é melhor antecipar a saída - disse Camila, fechando um mochilão e jogando no bagageiro de um ônibus que seguiria para Códoba. Mais à frente, um companheiro do grupo cortava com um estilete um pedaço do banner da Fan Fest.

- Recordação, recordação - dizia enquanto enrolava o "recuerdo" como um prêmio. Coisa que centenas fizeram.

Na altura do Copacabana Palace, enquanto membros da Fifa participavam de uma festa vip para o encerramento do Mundial, os hermanos ainda faziam alguma algazarra. O policiamento era o mais forte dos últimos dias. Cerca de 300 policiais.

- Ocorreram algumas brigas após o fim do jogo e o comando refoçou a área. Como tem a festa no hotel, a ordem é não deixar os argentinos sem segurança e, de preferência, que os brasileiros evitem acirrar a rivalidade - disse Oliveira, um dos soldados, observando os torcedores vice-campeões que ainda queriam o chorinho final de uma festa inesquecível.



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