Em três anos, River Plate recupera o prestígio e volta a ser grande

Torcida do River Plate (Foto: Reuters)
Torcida do River Plate (Foto: Reuters)

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Após 17 anos, o River Plate chegou a uma final de torneio internacional ao vencer o Boca Juniors por 1 a 0, na última quinta-feira, no Monumental de Núñez, pelo jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana. Quase três anos e meio antes dos confrontos contra o Atlético Nacional, o clube enfrentou o pior momento de sua História por ignorar o fantasma da Série B, ou B Nacional, como preferem os argentinos.

Em junho de 2011, diante da torcida, o maior campeão nacional chegou ao fundo do poço. Desacreditada e inerte com sua situação, a equipe foi derrotada pelo Belgrano na Promoción (repescagem) e amargou o descenso, algo jamais imaginado pelo River Plate.

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As piadas dos rivais vieram com intensidade, mas foram cessando na medida que o clube foi se reerguendo. Agora, os adversários terão de engolir. O River pode terminar 2014 como campeão argentino duas vezes e com um título continental.

Confira alguns dos motivos que fizeram o Millonario ressurgir das cinzas:

NOVAS DIRETRIZES

O empresário Rodolfo D'Onofrio tentou ser presidente em 2009, mas acabou derrotado por Daniel Passarella, homem de confiança dos sócios para superar os desmandos de Jorge Aguilar, que deixou Núñez pela porta dos fundos. Em 2013, ele, finalmente, conseguiu o cargo. Enquanto a gestão do antecessor foi marcada por escândalos de corrupção e pelo quase inacreditável rebaixamento de 2011, o novo presidente conseguiu imprimir um choque de gestão, apostando em ídolos históricos do clube para cuidar do futebol, como o uruguaio Enzo Francescolli, uma espécie de manager e responsável pelas contratações.

DECISÃO CORAJOSA E IMPOPULAR

Em 2013, Ramón Diáz foi contratado para fazer o River Plate voltar a brigar por títulos. No ano seguinte, o ídolo do clube conseguiu interromper um jejum de seis anos, levando o caneco do Campeonato Argentino para Núñez e recolocando a equipe portenha na Copa Libertadores. Dias depois, o Millonaria bateu o San Lorenzo e colocou o troféu de supercampeão do país na galeria. Valorizado e venerado pela torcida, o técnico fez uma série de exigências para seguir no banco de reservas do time. A diretoria não quis cometer loucuras financeiras, e Don Ramón acabou deixando o clube para tristeza de muitos torcedores. A notícia caiu como uma bomba. Mesmo com pouca experiência na profissão, o ex-apoiador Marcelo Gallardo assumiu o pepino.

PERFIL VENCEDOR

Desde a chegada de Ramon Diáz, em campo, com salários em dia, o River Plate voltou a ser o "El Más Grande Lejos", como se autoproclama para reafirmar a superioridade em relação os demais rivais. Em 2013, o time voltou a jogar uma competição internacional, chegando às oitavas de final da Copa Sul-Americana. No ano seguinte, o River foi campeão nacional. Mesmo com a saída do ídolo e maior vencedor da história do clube, o Millo, agora comandado por Marcelo Gallardo, briga em duas frentes: na Sul-Americana no Torneio Transição (o segundo semestre do Argentino). A campanha também conta algo histórico: o River eliminou o Boca Juniors pela primeira vez num mata-mata e não perdeu para o arquirrival neste ano: foram duas vitórias e dois empates.

CATEGORIAS DE BASE

O River Plate nunca deixou de ser um clube formador de talentos. Com a política de pés no chão e sem nenhuma contratação de parar o aeroporto, o clube precisou mais da base do que nunca. E ela não decepcionou. No plantel atual, os zagueiro Balanta, o meia Solari e os atacantes Giovanni Simeone (filho do técnico Diego Simeone) e Boyé são os grande representantes das canteiras rojiblancas. O primeiro é visto como uma verdadeira joia. Reserva da seleção colombiana, Balanta já esteve na mira de Chelsea e Real Madrid e mesmo assim o Millonario conseguiu segurá-lo.

COMUNHÃO TORCIDA E CLUBE

É claro que o fanatismo não impediu que a torcida do River Plate abandonasse o time nos piores momentos, como na Segunda Divisão do Campeonato Argentino, em 2011-2012. Mas, com a nova diretoria, a "hinchada" passou a acreditar mais nos gestores do clube e aumentou a fé na equipe. O Monumental de Núñez está sempre cheio, o que garante uma ótima fonte de renda para o clube. Os bilhetes são sempre vendidos para os sócios, o que dificulta a entrada de turistas e estrangeiros nas partidas.

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