Técnico vice-campeão mundial em 1994: ‘Há muitos jogadores de cor na Itália’
Ex-técnico da seleção italiana, Arrigo Sacchi fez algumas declarações polêmicas sobre as categorias de base do país. O antigo treinador da Azzurra, vice-campeão da Copa do Mundo em 1994, reprovou a quantidade de jovens promessas estrangeiras nos clubes, e a utilização do termo "jogadores de cor" causa polêmica, principalmente por insinuar que isso atrapalha na evolução do Calcio.
- Eu certamente não sou racista e minha trajetória como treinador comprova isso, a começar por Franck Rijkaard (jogador negro que comandou no Milan), mas ao assistir o torneio de Viareggio, digo que há muitos jogadores de cor, até nas equipes de base. A Itália não tem dignidade ou orgulho, não está certo ver times com 15 estrangeiros - disse Sacchi durante uma cerimônia nesta semana, para depois voltar a garantir que não é racista:
- Estou sendo mal interpretado. Você acredita que eu realmente seja racista? Eu só quis destacar que estamos perdendo nosso orgulho nacional e nossa identidade.
O episódio vem justamente no mesmo momento em que um caso de racismo após o jogo entre Paris Saint-Germain e Chelsea, na capital francesa, ganha destaque nos jornais do mundo. No metrô da cidade, torcedores dos Blues impediram um negro de entrar no trem, chegando até a empurrá-lo.
Joseph Blatter, presidente da Fifa, já se manifestou em relação às declarações de Sacchi.
- Orgulho e dignidade não são questões de cor de pele. Estou chocado com os comentários de Arrigo Sacchi. Pare com isso - postou no Twitter.
Hoje com 68 anos, Sacchi já não comanda nenhum clube na beira do gramado desde 2001, quando treinou o Parma. O seu auge foi do fim da década de 1980 até o meio dos anos 1990. No período colecionou títulos com o Milan e foi vice-campeão mundial com a Azzurra.