Técnico da Smart System, que recebeu R$ 1 milhão do Timão, suspeita de desligamento das câmeras do CT


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A polícia ainda investiga o que ocorreu com o sistema de câmeras de segurança do CT Joaquim Grava no dia 1 de fevereiro, em que mais de cem torcedores invadiram o local. Das 30 câmeras disponíveis, apenas três permaneceram em funcionamento após o momento em que os corintianos entraram no CT, ameaçando bater nos jogadores - alguns funcionários foram agredidos, três celulares foram furtados, dois carros, danificados e portas de vidro do CT, depredadas.

A maioria das câmeras do CT parou de gravar imagens às 9h32 do sábado, praticamente a mesma hora em que a invasão começou. De acordo com um técnico da empresa Smart System, responsável pelas câmeras de segurança do CT, os aparelhos "pararam de funcionar por queda de energia, por desligamento inadequado ou por falta de energia elétrica no momento".

O técnico ainda afirma que as imagens não foram gravadas, descartando a possibilidade de elas terem sido apagadas posteriormente. Das 30 câmeras em funcionamento, 27 apresentaram problemas na hora da invasão. O fato é que as câmeras desligaram-se e, ao serem reiniciadas dois minutos depois, já não gravavam mais nada. De acordo com o técnico, a base de dados foi corrompida. Dos pontos críticos na hora da invasão, apenas a câmera do Hall Superior do Hotel estava funcionando e registrou imagens.

Um assistente administrativo do Corinthians, em depoimento, afirmou que um colega de trabalho que estava com ele na sala que controla o monitoramento na hora da invasão "achou muito estranho as câmeras não terem filmado e que também era estranho o clube negar acesso remoto ao sistema".

Com a autorização da Polícia Civil, o sistema foi apagado e reiniciado às 11h07 do dia 3 de fevereiro, sem qualquer conteúdo que pudesse ajudar nas investigações. No dia 13 de fevereiro, o CPU que armazena as imagens das câmeras de segurança foi retirado e entregue à delegada Margarete Barreto, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelo caso

À Folha de S. Paulo, Guilherme Barandas, diretor da Alca Network, distribuidora das câmeras utilizadas no CT, afirmou ser "impossível as câmeras terem parado de gravar". "A vida útil dessas câmeras é de cinco, seis anos. Não dá para acreditar na versão do clube", afirmou Barandas à publicação.

A polícia chegou a solicitar ao Corinthians o contrato com a empresa Smart System, que foi entregue dias depois. O acordo, assinado pelo ex-presidente Andrés Sanchez no dia 13 de junho de 2011, tem validade de cinco anos e custa R$ 1.051.500,00 - custo da instalação e do fornecimento do material, além dos serviços de manutenção a cada mês durante os cinco anos.

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