Técnico da Portuguesa: ‘Por que escalaríamos Héverton se tivemos bom senso de não escalar o Gilberto?’


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Guto Ferreira, técnico da Portuguesa durante a Série A do Campeonato Brasileiro de 2013, estava no exterior. E, de lá, acompanhou o imbróglio entre Lusa, Fluminense e STJD, que pode acabar em rebaixamento da equipe paulista na próxima temporada. De volta ao Brasil, o treinador não escondeu a bronca com a polêmica que pode modificar o resultado obtido dentro das quatro linhas.

- É uma situação constrangedora, fizemos dentro de campo um trabalho de qualidade com todas as dificuldades que tínhamos. E aí criou-se essa polêmica, a situação ainda não está esclarecida. A gente não sabia nem do julgamento do Héverton, a gente não sabia nem isso - afirmou Guto, em entrevista à Rádio Globo.

- Num primeiro momento, o advogado dizia que era uma única partida, depois voltou atrás e disse que passou para alguém da Portuguesa que eram duas partidas. Estranho isso, né? Eu não quero julgar, então, volto a falar: a situação me causa estranheza, se eu falar mais alguma coisa eu posso estar sendo incorreto, e isso eu não quero - completou.

Guto lembrou que, durante a semana, o julgamento do atacante Gilberto no STJD causou preocupação e, por isso, o jogador foi sacado da partida contra o Grêmio. O treinador pede uma reflexão sobre a escalação de Héverton no mesmo jogo.

- A gente do futebol recebe os comunicados das punições e dos julgamentos, nem sabíamos do julgamento do Héverton. A situação ficou estranha, a gente tinha uma posição com o Gilberto, que foi informado. Por que não informariam do Héverton? Se a gente teve o bom senso de segurar o Gilberto, por que usaríamos o Héverton que é um jogador de reposição faltando poucos minutos? Tem de averiguar onde ocorreu os erros de comunicação e saber os verdadeiros culpados. Para nós, de dentro de campo, isso está muito estranho - ponderou o comandante da Lusa.

O treinador lembrou que essa indecisão, independentemente do resultado do julgamento no Pleno do STJD, já atrapalha a equipe na próxima temporada. Em caso de insucesso do recurso, ficaria ainda pior.

- Eu tenho contrato até o fim do Paulista-14, hoje tenho emprego na Portuguesa. Com certeza, toda essa polêmica está retardando o trabalho de reforços, de buscar A, B ou C, porque o orçamento não está definido. Se tem o orçamento C, vai buscar o planejamento C. O jogador que vier para a Portuguesa quer saber a divisão que jogará. Se houver o rebaixamento, a Portuguesa terá problema para honrar o que estava planejado - lembrou.

Por fim, questionado sobre a possibilidade de a Portuguesa acionar a Justiça Comum, o treinador preferiu não opinar, mas lembrou que o resultado em campo deveria prevalecer.

- É uma decisão do clube. O que eu vejo é o seguinte: do jeito que está sendo articulada a situação, com juristas dizendo que a Lusa está correta, e quando tem outros dizendo que está errada, fica a decisão para os interesses. A Portuguesa não pode ficar prejudicada pelos interesses. Dentro de campo, conseguimos a manutenção. Existe uma tese a favor e uma tese contra, o clube busca que a tese a favor dela seja válida, porque assim o esporte sairia ganhando - finalizou.

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